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28/dez/2008 – dia 3
San Telmo, Buenos Aires

Vale mais um toque pra você que vai passear na feirinha de San Telmo e comprar sua bugigangazinha pra trazer pros parentes, pros amigos e pros colegas: se estiver calor e você adentrar àquele universo de coisinhas, trate de comprar um garrafão d’água (entenda-se por “garrafão” aquelas de 2 litros – não saia com um tonel de 5 litros nas costas, seu jagunço). Existem armazéns na rua, um pouco antes da dita que vendem garrafas baratas e geladas. E esse toque é justamente porque lá dentro, naquela muvuca organizada, encontrar esse ítem de sobrevivência básico E gelado beira ao impossível. Garanta-se na entrada que vale a pena.

E leve dinheiro. Naquelas redondezas você não acha um caixa eletrônico ou banco que seja pra retirar os seus pesitos. Andamos horrores atrás de um maledeto dum “Bradesco” (Banco Francés), e NADA. E justamente quando nosso dinheirinho acabou, resolvemos voltar ao Subte (que era perto do banco, segundo indicações locais, mas isso significava sair da feira, caminhar por uns 8 quarteirões, pra depois voltar esses 8 quarteirões, comprar mais um pouquinho e caminhar novamente os 8 quarteirões pra voltar pro Hotel, ou seja, Game Over San Telmo), aproveitarmos que estávamos ainda no meio da tarde – eram mais ou menos 16h – e seguirmos para Palermo.

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Maravilhoso! Conselheiro! Deus Forte! Pai da Eternidade! E…

Se você, Zé Mané, não entende como se faz uma piada na era digital, nem conhece a Cris e sua patota calega carioca, assista o vídeo abaixo e cuidado pra não sair pregando por aí…

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Provavelmente nossa viagem de ano novo será contada por completo até o próximo ano novo. Sinceramente? Não ligo. É um diarinho mesmo, e cada um anota o que bem entende. Pra ajudar na saudade dessa deliciosa e inesquecível viagem, a Luana me mandou um vinil do Gardel pra acompanhar meu resgate de memórias. E é ele que embala essas palavras neste momento.

Aos interessados, mais um pouquinho da Argentina:

28/dez/2008 – dia 3
San Telmo, Buenos Aires

Se você vai ao Rio de Janeiro e não visita o Pão de Açúcar e/ou o Cristo Redentor, você não esteve no Rio de Janeiro. A Avenida Paulista em São Paulo. A Torre Eiffel em Paris. O Big Ben em Londres. E é lógico, a feirinha de San Telmo em Buenos Aires era ponto obrigatório em nossa passagem pelo país.

Saímos bem cedo do hotel (coisa de 8h), e pegamos o Subte com destino à estação San Juan. Das histórias que nos contavam antes e durante a viagem, San Telmo não era exatamente um lugar muito chique e portanto nosso cuidado com os pertences (leia-se máquina fotográfica e equipamentos complementares) deveria ser um pouco maior do que o que tínhamos no “nosso bairro”. Ao chegar, estranhamos um pouco a distância da feirinha em relação ao metrô (no centro de Buenos Aires, as estações te deixam literalmente na porta de tudo), mas nada que um par de perguntas não resolvesse, e poucos minutos depois estávamos na “entrada” da mitológica feirinha.

– Um adendo importante:

Paulistas são mal-acostumados. Deixemos nossa modéstia de lado: São Paulo tem de tudo, e normalmente em porções tão grandiosas e imponentes como seu tamanho. A feirinha de San Telmo não é nada mais do que uma mistura das feirinhas do Embu das Artes e da Benedito Calixto, com um leve toque de Mercado Municipal. Se você tem um pouco de repertório urbano nesta cidade, muitos dos atrativos de (por exemplo) Buenos Aires acabam perdendo um pouco o caráter surpreendente quando existem equivalentes por aqui. San Telmo foi um desses casos – o outro eu conto mais pra frente.

Voltando…

E naquele vislumbre de desbravar mais um dos míticos pontos do país hermano, assim que entramos na feirinha uma senhora muito simpática e falastrona veio falar comigo. E contou uma história cujo conteúdo eu sequer me lembro, mas de tanto falar e falar e falar eu me liguei que naquele lugar, qualquer abordagem, foto ou apresentação exige dos turistas de plantão uns trocadinhos em retribuição – a maledeta da propina, à qual nos exigiu preparação prévia (estávamos com algumas várias notas de 2 pesos no bolso). Assim que terminou, a velhinha pregou na minha camiseta uma faixinha com a bandeira argentina e me deu um santinho, pedindo educadamente uma contribuição “àquilo”, que eu nem sabia direito o que havia sido. Sem ação e ainda assustado com tamanho discurso, mas simpático à figura daquela senhora, arranquei do bolso uma das notas e dei a ela. A velhinha pegou a nota e, indignada, disse que “aquilo” não eram 2, mas 10 PESOS! Eu, obviamente, disse que não tinha os 10, e assim que ela se convenceu disso virou as costas e saiu andando. Olhei pra Debs e, sem saber muito bem o que tinha acontecido ali, disse:

– Essa filha da puta me levou no papo e ainda me arrancou 2 conto!

Claro que ela morreu de rir em me ver passando por uma cena tão bizarra. Passado o “susto”, fomos aos poucos descobrindo a tal feirinha, que é sim muito charmosa, e cheia de bugigangas locais. Algumas, muito bonitinhas, como o presepinho Asteca que eu trouxe pra casa. E lógico, muito Homer Simpson, Maradona, Carlos Gardel, Mafalda e Boca/River.

Das apresentações bacanas de rua, vimos somente um casal dançando tango. Mas os outros artistas locais eram excelentes, e renderam ótimas fotos (e algumas moedas – essas sim, justas – a menos em nossos bolsos):

Como pode-se notar, não há muitas fotos justamente pelo fato de San Telmo ser… uma feirinha. E o adendo resume bem o pensamento: o lugar é ultra explorável – inclusive nas redondezas, existem ótimos restaurantes a preços muito convidativos, pesando contra somente o fato da luta por conseguir uma mesa num lugar bacana, e ter que dividir o ambiente com uma penca de brasileiro. Imageticamente falando, vale muito mais o ambiente do que qualquer outra coisa. E é numa feirinha como essa que a gente treina pra valer (e se diverte muito) com nosso portunhol.

O saldo final da feirinha foi: um presepinho pra mim, um bichinho de serragem muito simpático e uma faixinha de cabelo pra Debs. Camisetas? Cuias de chimarrão? Badulaques e piripocas? Em outros lugares, com muito mais qualidade e com um precinho mais baixo. Recomenda-se sim, mas nada que você, meu amigo paulista urbanóide, já não tenha visto coisa muito parecida aqui nas redondezas.

Minipônei

mar
2009
02

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27/dez/2008 – dia 2
Recoleta, Buenos Aires

Tudo é muito bonito na Argentina, mas quando a bizarrice acontece, acontece pra valer. Assim como é impossível não se reparar na precariedade da indústria automobilística, o mesmo ocorre com a população canina de Buenos Aires. Para mim, que estou acostumado a dividir momentos com essa coisa felpuda logo abaixo (que obviamente está 4 vezes maior, mas mesmo assim continua cabendo no colo), trombar com os dublês de pônei que latem dos hermanos foi uma experiência traumática.

Pra quem como eu detesta cachorro grande, o convívio é um desafio. A teoria concebida foi que a água podre da cidade faz com que cachorros adquiram esse tamanho monumental. E deve ser mesmo, pois aquela água não faz bem pra ninguém. Enfim, se você é anão, tem pouco dinheiro e sonha com a carreira de jóquei, importe um cachorro argentino. Dá na mesma.

El Ateneo

mar
2009
02

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27/dez/2008 – dia 2
Recoleta, Buenos Aires

De todas as dicas que pegamos por aqui antes de nos aventurarmos em terras hermanas, uma essencialmente me chamou a atenção: a visita à El Ateneo, a livraria mais bonita de Buenos Aires (e depois de conhecê-la, talvez eu possa ir um pouco além e dizer que se trata de uma das mais bonitas do mundo).

Eu até contaria um pouco da história do prédio, mas já há tantos artigos por aí que descrevem o que é e o que foi o local que seria redundância fazê-lo novamente. Fato é que a sensação ao adentrar ao teatro é de puro deslumbre. A cúpula central as colunas, os camarotes, e o palco/café com as cortinas de veludo te fazem querer esquecer do mundo exterior por alguns instantes – mesmo que o mundo seja a linda Buenos Aires noturna.

O acervo local merece muita atenção. Provavelmente em quantidade e variedade, El Ateneo leve pra casa uma derrota da Livraria Cultura da Avenida Paulista. Mas ainda assim, muitas preciosidades podem ser encontradas em suas prateleiras, que num momento futuro foram revisitadas e desfalcadas em prol de nosso acervo pessoal. Da minha cota de aquisições, Quino e Langer foram escolhas naturais. E como bom apaixonado pelo futebol, um almanaque do Boca entrou na lista:

E o povo de lá frequenta, e muito, essa e as outras milhares (sem exagero) de livrarias que existem na cidade. O hábito da leitura acompanha a estrutura de parques que a cidade de Buenos Aires possui, e combina perfeitamente com uma garrafa de água fervente, uma cuia de chimarrão e boas companhias. Eles sabem disso.

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27/dez/2008 – dia 2
Recoleta, Buenos Aires

Na volta do passeio ao inferno, a passagem pelo hotel foi mais do que obrigatória – pra avaliarmos o quanto havíamos nos arrebentado no Sol, e praquele banho que nos possibilitaria voltar à dignidade no convívio social. Confesso que não lembro muito desses momentos, tal a exaustão.

Os estragos não foram extremos, mas nos deram um bronze ridículo – daqueles que só o típico turista consegue. De qualquer forma, ao contrário do imaginado, dores e ardências não se manifestaram nos dias seguintes, sendo o Sundown elemento indispensável na já cheia mochila da Debs dali em diante.

Andamos o suficiente para que se abrisse um buraco em nosso estômago, e estávamos determinados e não sair do bairro para matarmos quem queria nos matar. Nas idas e vindas pela Recoleta, observamos alguns dos trocentos restaurantes, bistrôs e bares que existem no bairro. E nisso, um em especial nos cativou um pouquinho mais…

O eleito foi um restaurante chamado Costa Verde, que fica na esquina da Juncal com a Junín – por sinal, uma esquina das mais charmosas e aconchegantes… a Recoleta é toda gostosa, mas tem uns cantinhos que merecem algumas linhas a mais de atenção. Enfim… adentramos ao recinto e prontamente fomos atendidos por um mozo que de moço não tinha nada – um senhor que certamente tem a idade de muito vovô por aí.

Notando nossa portunhol ridículo, sugeriu por etapar e com muita calma cada ítem do menu, descrevendo cada prato da forma mais didática possível – e não que decifrar o menu fosse coisa complicada demais, mas um ou outro detalhe podem sim fazer toda a diferença, como notamos alguns dias depois. Ao final das explicações, lembrei da sugestão da sogrinha e pedi o tal bife de chorizo, com papas a la alguma coisa que eu não lembro. A Debs preferiu não arriscar tanto e pediu um poyo en roquefort.

Enquanto esperávamos, o mesmo senhor nos serviou as entradas: os pãezinhos argentinos são sensacionais, mas além do pão em si, os caras servem um requeijão da iLolay que é uma coisa que não se explica. Dá vontade de morder o plástico de tão bom que é.

E se deliciando com uma simples entrada, você pode imaginar a ansiedade de se comer o mitológico pedaço de boi no país que é reconhecido mundialmente por ser um dos melhores nesse tipo de prática. A expectativa tornou-se realidade depois de uns 20 minutos de espera – o que aquele senhor trazia em mãos era pra ser degustado de joelhos…

É sério: não dá pra explicar o sabor da parada. Junte picanha, cupim, costela, baby-beef e tudo o que as vacas têm de bom, que a gente conheça e que dê água na boca. Nada se compara. A suculência da criança não é imaginável nem por fotos.

E a Debs, que pediu o franguinho no queijo, ganhou esse cara aqui de presente:

O tal molho de roquefort (que existe aos 4 cantos por lá) do Costa Verde foi outra experiência. O sentimento é que um feixe de luz divina nos cobriu enquanto devorávamos os pratinhos quadrados da casa. Obviamente que depois dessa orgia gastronômica, o tiozinho simpático que nos atendeu ganhou a segunda propina mais polpuda da viagem, com méritos, e os devidos louros – e a fidelidade de que voltaríamos lá antes de embarcarmos de volta pra casa. Promessa que foi cumprida por mais duas vezes durante a viagem.

E pode parecer exagero dizer isso, mas experimentar a culinária de outro país – mesmo que os pratos e as misturas sejam comuns aos nossos hábitos – já deixa um sabor diferente implícito na própria experiência, a cada nova descoberta. E quando a descoberta acontece e tem um resultado superior à expectativa, esse sabor fica ainda mais gostoso.

Depois disso, só fazendo digestão. Fomos andar…

Use filtro solar

fev
2009
09

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27/dez/2008 – dia 2
Puerto Madero, Buenos Aires

Em qualquer circunstância, um sol daqueles amedronta. Se estivéssemos em casa, provavelmente cairíamos de cabeça no sorvete e na preguiça, mas como inserir-se no contexto exige uma adaptação imediata, saímos dos diques de Puerto Madero decididos a conhecer a tal reserva ecológica do Parque Natural Costanera Sur, que é uma tremenda área verde localizada entre os diques e o Rio de La Plata.

Passando pelo Acesso Viamonte, o côco já tostava. Apesar da enormidade de árvores, muito sol e muito calor. Esse calçadão, que ladeia toda a reserva, possui trocentas mesinhas de calçada e trailers daqueles bem pé-sujo, que a gente vê na porta do Pacaembu sábado à tarde às vésperas do jogo do Timão. Todo o tipo de comida, de bife de chorizo a hamburguesas (mas principalmente os churrasquitos) aromatizam o passeio, e nessas horas você vê o quanto o povo argentino cultiva o hábito de aproveitar os parques da cidade. Com cerveja ou chimarrão, poucos eram os que não traziam suas coisas pra se instalar em algum cantinho de sombra, pra ler um livro ou curtir a família. Admirável, e deu até uma pontinha de inveja…

Enfim… durante o passeio, o calor foi tomando conta da nossa alma. Quase no final do calçadão, vimos um caminhão onde faziam aluguel de bicicletas. Ficamos sabendo por um dos guias que havia um mirante no lado oposto do Parque, beirando o Rio de La Plata, em que via-se o landscape de Buenos Aires num ângulo bem bacana para fotos. Namorando uma fotógrafa, decisão óbvia: alugamos duas bicicletas (a $ 8,00/h cada, sendo a dela com cesto, pra câmera não matar as costas), e nos enfiamos na reserva.

Caro amigo: reservas ecológicas são lugares… ecológicos. Banheiros na entrada, e só. Lá pra dentro, vá com a cara e a coragem de quem não vai encontrar nada que não seja… ecologia. Visto pelo nosso mapa (que o próprio chicano que nos alugou as bicicletas, na faixa), a trilha do Parque parecia grande, mas encarável. Mas após 10 minutos de pedalada, vimos novamente que não manjávamos absolutamente nada do clima portenho.

Estávamos cada um com uma garrafinha d’água (que virou memória mais rápido do que atravessar a rua), e sem filtro solar. Eu arranquei a camiseta e arregacei as calças (sim, calça – pela manhã no hotel o tempo parecia ameno), mas de quê adiantou? Claro que na metade do caminho já estávamos mortos. Encontramos o tal mirante, e a Debs tirou as fotos…

…mas naquele momento, o que a gente mais queria era sombra e paz. Com metade da volta pelo Parque, o desânimo de imaginar que o trabalho para sair dali seria dobrado nos desanimou de tal forma que pedalamos como se estivéssimos competindo na Volta da França. Pelo caminho ainda conhecemos a costa do Parque, que dava para o Rio de La Plata, e então entendemos o porquê de dizerem que Buenos Aires fica “de costas para o mar”. Não é uma praia, mas um espaço de pedras e com chão meio lodoso, onde havia mais gente lendo livro e tomando chimarrão.

Pedalamos enlouquecidamente até voltar ao Acesso Viamonte. E de lá, com mais vontade ainda de encontrarmos logo o caminhão, que estava exatamente do outro lado do calçadão. A impressão naquele momento era de que esse outro lado equivalia à distância entre a Terra e Netuno, e somente hoje, eu encontrei em um link (este aqui) que essa sensação não era de todo errada.

Enfim, vai sair em Buenos Aires? Informe-se sobre o clima, e não passe pelo que a gente passou.

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27/dez/2008 – dia 2
Puerto Madero, Buenos Aires

Os primeiros dias foram de fato de um calor sem fim. O azul da bandeira é o mesmo do céu, e o sol entre as faixas deixa claro que quando esquenta naquela terra, esquenta pra valer.

Fomos conhecer o lugar onde planejávamos passar o ano: Puerto Madero. É um bairro dos mais bonitos de Buenos Aires, onde estão localizados hotéis luxuosos e caros como o Hilton, e possui uma área urbanizada semelhante aos portos londrinos, que deixa o lugar ainda mais charmoso. Passa em frente à área do porto um trem de superfície bonitão, mas que não chegamos a experimentar. Enfim, voltando…

…do Subte, descemos na estação Catedral. É de longe a estação mais suja das que passamos – um amontoado de lixo nos trilhos, e um povaréu digno da estação da Sé (obviamente, com as devidas reservas dimensionais). A saída da Catedral dá obviamente na Catedral de Buenos Aires, que ladeia a Casa Rosada. Muitas e muitas fotos da Debs, da série que ela montou da bandeira dos hermanos (e que dá uma idéia clara de como o azul do céu de fato condiz com as cores pátrias).

Após o reconhecimento de mais um ponto turístico histórico (e politicamente fantástico, mas deixemos isso pra daqui a pouco), descemos duas quadras e já estávamos em Puerto Madero. Como pode-se notar, o lugar que escolhemos previamente em nossos poucos planos não ficou devendo em nada às expectativas de que sim, passaríamos o reveillón num lugar bonito pra chuchu.

A limpeza e o charme do lugar nos deixaram animados. E após uma voltinha por ali, resolvemos experimentar o lendário Freddo, que tinha uma de suas trocentas lojas em um dos diques. Olha meu amigo, eu já experimentei sorvete do Stramondo, da Parmalat, da Häagen-Dazs, da Doceria Holandesa, mas vou te falar uma coisa… o Freddo pisa e chuta todo mundo junto. Dos sabores deles (dos quais eu não me recordo de metade, pois existem combinações ali que só arriscando mesmo), escolhemos um de banana que era uma experiência indescritível. Mais tarde descobriríamos que o de Dulce de Leche também é coisa que não se explica. Não tiramos foto – óbvio, estávamos saboreando o bicho, que é coisa bem melhor de se fazer do que fotografá-lo enquanto aquela riqueza derrete – e sei que nenhuma imagem dessas coisas passa metade do sabor, mas pra registro, segue:

E afinal, com um sol tão bacana, existe algo melhor pra se fazer?

– Existe. Jajá eu conto.

Subte

jan
2009
29

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27/dez/2008 – dia 2
Recoleta, Buenos Aires

Estômagos forrados, resolvemos conhecer um pouco mais da cidade, porém de uma forma mais confortável do que sair camelando loucamente. Com meu glorioso Corsinha aventureiro escalador repousando em algum canto de Taboão da Serra, nada mais justo do que usar o transporte público local. Havíamos ouvido histórias muito engraçadas e um tanto tenebrosas sobre os trens e metrôs argentinos, e estando lá, nada mais justo do que comprovar por A+B o que era lenda e o que era verdade de tudo isso.

Os Subte de Buenos Aires são antigos, mas ao que nos pareceu atendem muito bem à cidade. A malha férrea dos hermanos foi nosso principal meio de locomoção durante todos os dias em que estivemos por lá. Algumas peculiaridades precisam ser ressaltadas:

– Não compare nada ao metrô paulista. Aqui é sim muito mais limpo do que qualquer outro lugar (ao menos, da América Latina);

– Porém, pagamos caro por isso. O preço do bilhete unitário do Subte é $ 0,90 (que equivalem a R$ 0,60, ou seja, um peidinho);

– Os túneis de acesso são claustrofóbicos – baixinhos e estreitos, e em várias estações existe a galera tocando violão, pedindo esmola ou coisa que o valha, mas ao contrário dos brasileiros, os argentinos não brincam de ataque contra defesa com ninguém;

– O Subte fecha cedo. Por volta das 22h já tem estação fechando – e nesse caso, pegue um táxi, cujo preço também é ridículo de barato;

– Os trens não possuem divisão entre os vagões. É engraçado ver o vagão da frente e o de trás em posições totalmente diferentes durante as milhares de curvas que o trem faz durante a viagem;

– As almofadinhas são um show à parte. E depois de tanto andar, você esquece o nojo e torce pra que sobre uma pra você…

Algumas fotos pra ilustrar tanta coisa:

Enfim, o dito cujo atende bem à necessidade de quem quer passear pela cidade sem ter tanta dor no pé. Apesar de plana, Buenos Aires é grande, e pra pessoas idosas como eu o dito cujo é uma mão na roda.

No hay botecones

jan
2009
29

escrito por | em [Viagem] Argentina 2008/2009 | Nenhum comentário

27/dez/2008 – dia 2
Recoleta, Buenos Aires

Em todo e qualquer guia, a culinária argentina sempre é altamente recomendada, sendo que alguns de seus quitutes recebem atenção especial. E dentre tantas dicas, nos chamou a atenção o tal café da manhã do país.

Sendo assim, após resolvermos nossos problemas elétricos, fomos andando até chegar à Rua Pueyrredón, onde encontramos um restaurantezinho bem simpático, o qual não me lembro o nome e fico devendo. Lá dentro, grupos de velhinhos conversando e conferindo os resultados das corridas de cavalo (não, não estou brincando). Entramos na fé, e pedimos dos* desayuno (desjejum) completo.

* Não invente de pedir DUAS nada em espanhol. Esse negócio de gênero masculino e feminino em numerais é coisa da terrinha. Eles não têm esse requinte. São dos medialunas, dos águas frescas, dos, dos, dos…

Os tais desayunos eram bem encorpadinhos. Vieram copinhos (jarritos) de suco de laranja (expremido de naranja), cafés com leite, geleias, manteigas, frios (porque pra tudo o que é lado eles enfiam jamón – o glorioso presunto), copinhos de água com gás e as tais medialunas, que são os croissants. De toda a viagem, certamente foram as melhores medialunas que comemos. Porém, vale a dica: é uma coisa bizarra você não ter o tradicional boteco por lá. Tudo o que você pede em combo (correndo o risco de passar nervoso com porções pequenas, ou tendo que se contentar com sucos em copinhos de café) é mais barato do que pedir as coisinhas básicas individualmente. Dizem parecer ridículo sentir falta disso quando se está por lá, mas certas sofisticações são dispensáveis quando você está acostumado a pedir um pão na chapa e um pingado (que lá você pode chamar de lágrima – dramático, mas muito mais bonito sem dúvida).

Enfim, os cafés da manhã em Buenos Aires dependem muito do que de fato se procura. Nesse caso, eu gostei muito mais do que a Debs. É notório – os caras entendem da coisa, porém não chega a ser uma experiência gastronômica, ao contrário do próximo post.