Arquivos da categoria "‘Casamento’"

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Vocês juntos são uma coisa, sei lá… improvável.

E discreta, é bom que se diga. Pois desde o início do namoro, lá numa longínqua segunda feira de julho em 2007, ninguém soube de nada sobre nós. Viajando com a galera na semana seguinte ao primeiro beijo, o que para todos era uma surpresa, pra nós já era reprise. Ninguém percebeu quando começamos a namorar. Que já havíamos viajado a dois pros confins do Estado, numa tentativa quase frustrada de homologar nosso upgrade de “caso” pra “namoro”, coisa que se consolidou num papo futuro via MSN – e sim, eu que fui pedido em namoro, depois de tanto pedir e levar não após não após não da Debs. Isso, eu tenho quase certeza, ninguém sabia também.

Como ninguém soube da minha semi-mudança pro apartamento dela, onde passava metade das semanas de namoro amando, ajudando, incentivando, resolvendo e planejando naquele quarto isolado num apartamento alugado aquilo que, quem sabe, um dia seria nosso futuro. E na mesma miúda, compramos uma cama de casal, que tirou aquele colchão do chão e deu um pouco de dignidade e alguma posse a quem estava vivendo por opção em condições um tanto precárias. Mobiliamos um pouco daquele espaço vazio, coisa que tempos depois seria completamente desmontada, quando após muita insistência da minha parte, e muita vontade e humildade dela, enfim a pequena voltou pra casa dos pais, selando uma paz que seria completamente necessária para o que nós comumente chamamos de uma vida feliz.

Enquanto isso, eu me apoiava nela durante os últimos meses de vida do meu pai, numa época em que minhas pernas, minhas costas e meu peito deram espaço a uma pessoa amarga e cinzenta, cujas únicas cores vinham do abraço dela. E assim, o tempo foi passando, e mais pra frente, ela me carregou pra cima daquela colina na minha despedida do velhão, e me segurou pra que eu não caísse em seguida. Minha companheira estava ali, nem era preciso muita inteligência pra saber daquela nossa verdade. Estávamos sim juntos, e nossa vida já era vivida no plural há muito tempo. Ninguém comentava, porque nunca quisemos ser assunto na boca dos outros. Não é, e nunca foi a nossa.

Poucos meses depois, e assinávamos um papel. Um contrato. Um apartamento. Um jantar. Alguns amigos souberam. E nos lembramos: precisávamos casar. E assim foi, sem grandes estardalhaços, numa festa miúda e numa manhã chuvosa de sábado, há exatamente um ano, que consolidamos em papel aquilo que já vivíamos há tanto tempo. Pra variar, pouca gente soube de fato. Teriam a vida inteira pra saber depois. Mas graças à Bibi, tivemos um registro filmado. Que quase ninguém viu, pra variar. Mas eu acho que a data pede uma palhinha, então…

E hoje, mais especificamente por volta das 11h, apagamos nossa primeira velinha. Sem estardalhaço, sem o passeio programado (porque a gente vez ou outra sofre mesmo com uma certa falta de sorte, mas dado o saldo geral, ainda transbordamos lucro), mas muito felizes e bem encaminhados. E se um dia fomos (e fomos) um casal improvável, posso dizer com todas as letras que não poderia ter dito outra coisa há um ano, senão sim. Nossos opostos nos fazem andar. Ela, sem a minha insônia, minha possessão, meu destempero, minha insegurança, meus ímpetos emocionais, meus trocentos amigos por minuto. Eu, sem a preguiça, o silêncio, as poucas palavras, a racionalidade, a calma e a desabilidade culinária dela. Casamos nossos defeitos. Implementamos qualidades. Não éramos absolutamente nada parecidos, a não ser pelas camisetas de rock, os abraços apertados, o carinho irrestrito. Caminhamos com calma, sem alarde, e longe de ser o mais interessante dos assuntos. E assim fomos. E assim somos.

Feliz primeiro ano de casados, pequena (que está capotada na cama nesse momento). Te amo como só você é capaz de saber, e que bom, você sabe. Obrigado por estar comigo sempre, e pra sempre. E as comemorações serão, pra variar, nossas e discretas, pra quem sabe um dia, eu contar a história por aqui, ou onde for.

6 de março de 2010

jun
2010
15

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…afinal de contas, prazo é o problema comum a todos os seres humanos.
Ainda temos unhas, moças. E por isso mesmo, aguardamos…

Um beijo.

Daquilo que emociona

maio
2010
24

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Bibi e Dani nos entregarão o tão indagado e aguardado álbum de casamento dia 2 de junho. Sim, temos uma data para enfim darmos cara ao nosso casamento – tão contado por aqui, mas pouco ilustrado até agora. Ambas se desculparam pelo atraso, e eu insisto que fizemos o mesmo com o Kadu e a Anna, e sabemos o quanto é difícil – o que dispensa as tais desculpas, moças. Além disso, dado o histórico de ambas, já imagino que o que vem pela frente é coisa das mais bonitas. Estamos sim, pra lá de ansiosos pra receber esse presente. E eu garanto o vexame pessoal pós-matrimônio no dia em que isso acontecer, já que eu bem imagino em quantas fotos eu aparecerei chorando…

Já disseram que eu amansei depois do casório. Até de Ursinho Carinhoso o Delay já me chamou. De fato, o temperamento muda drasticamente (no meu caso, desacelerar seria uma consequência óbvia, dada a velocidade natural da Debs ser justamente o oposto da minha). Ficar caseiro, contemplar a preguiça e as horas em que estamos juntos, buscar aquelas pequenas coisas que fazem isso tudo ter graça é justamente o que há de mais legal no casamento.

Ainda estou encantado com isso tudo. Os momentos parecem melhores, e a vida também. Mesmo quando arrebentam sua vida com algum cronograma maluco e descabido no trabalho, mesmo quando o vento frio e a chuva e o trânsito e a estupidez geral desanimam. Ainda assim a vida é outra. Você percebe que mudou sem saber direito como nem porquê, e a dedução é óbvia: você mudou porque não é só mais você o dono da sua vida.

Igualmente bonita e vislumbrante como a percepção desse momento que muda completamente a sua vida, é a música que pode embalar esse novo tudo. E pra se ter algo bonito hoje, é preciso ter feito bonito lá atrás. Então, que assim seja…

Dia 3, as memórias terão cara.

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Meses e meses de cálculos e contas. E não que as coisas mudem absurdamente, mas alguns receios que tínhamos antes do casamento e da mudança cessaram. Dívidas foram quitadas. Conseguimos começar e os problemas foram menores do que esperávamos (ou pelo menos, contornáveis com o que tínhamos). As coisas se ajeitaram e agora é hora de começar as melhorias, e de trazer identidade. As contas estão sob controle, e os freelas vêm ajudando a colocar a coisa toda em ordem.

A perspectiva de dias mais tranquilos é algo que não vivíamos há um bom tempo. Primeiro, com a volta da Debs pra casa dos pais. Depois, com a doença do meu pai. E em seguida, com a procura do apartamento, e a correria do casamento. Tudo muito intenso, tudo muito forte, e tudo muito pesado. Em seguida, vem o cansaço e a estranheza, pra que enfim a tão chegada hora do deleite aconteça… e ela começou.

Por trás disso tudo, rolou um belo planejamento. Muito mais por parte da Debs, é verdade, que é uma pessoa bastante cerebral e cuidadosa, além de ter uma disciplina desgraçada de boa e que não me deixa sair da linha. Nada de compras impulsivas, lanchonetes e churrascarias, muito menos desperdícios. Minha parte nessa história é muito mais a da empolgação e do pensamento mirabolante de como enriquecer em 3 meses. Quando não atrapalha, essa energia toda canalizada em outras coisas (um freela, a arrumação da casa ou mesmo a de um prato diferente) é benéfica e ajuda sim. Junta-se emoção e razão, e temos um caminho comum bem construído.

Temos muito mais tempo pra conversar as coisas de cada um, pois as de ambos vivemos juntos e decidimos assim também. Cumplicidade, cuidado e carinho são irrestritos, e têm aumentado sensivelmente a cada problema que aparece ou discussão que acontece. Não há mais espaço pra molecagens ou deslizes idiotas. Quando o futuro de alguém depende de você, a mudança é imediata, e deixamos de ser aquilo que sempre fomos.

Tudo é muito recente ainda, mas não trocaria um segundo disso por nada…

Saudades daqui

maio
2010
19

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De certa forma não houve um grande acontecimento em especial que merecesse um relato por aqui nesses últimos dias. Aconteceram alguns desencontros (e entendimentos seguintes), o convênio médico agora é de casal, limpamos a casa no sabadão, e estamos absolutamente feliz com os dias do pagamento chegando. Mas sossegamos um pouco. O tempo esfriou, e o cansaço e a preguiça parecem maiores…

…ao mesmo tempo em que os freelas aparentemente engrenaram, e muito trabalho me espera (e que bom, pois as finanças dependem disso para enfim encontrarem o caminho positivo). O sentimento de culpa em trocar a esposa pelo micro nesses momentos é o meu maior desafio, e que bestamente parece algo muito complicado. Certamente esse sentimento dará lugar à normalidade quando o primeiro cheque compensar.

No mais, provavelmente mais alguns amigos conhecerão o apartamento nesse sábado. Tudo já parece bastante normal.

Coisinhas

maio
2010
11

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O tempo esfriou. Meias, edredons, preguiça. Leite com chocolate no fogão, carinho na esposa. Sono. Top Gear em dupla antes de dormir. Roupa que se lava sozinha na madrugada. Pão na chapa. Suco de abacaxi. Beijo de despedida. Telefonemas felizes. Final de tarde com abraço. Lanche da noite. Loja de sapatos. Supermercado. Quatro caixinhas de chá. Mais um banho quente. Chá na cama. Cafuné. Ajuste de freelas adentrando pouco da madrugada. Esse texto. Cama em minutos.

E é a melhor coisa do mundo isso tudo, e justifica cada minuto de cada hora de cada dia de cada mês de cada um dos 30 anos vividos, sofridos, errados, cagados, pra que tudo magicamente se encaixasse e se justificasse nesse instante. Que coisa isso…

… e tem sido assim.

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Após o mais do mesmo no Pacaembu, mais difícil do que aguentar as buzinas dos amigos, foi permanecer acordado para freelar um job urgente (que seria responsável pelo pequeno desafogo do mês no que se diz respeito ao cheque especial). Fui dormir às 3h, pra acordar depois de 4 horas, com uma ressaca moral daquelas e olhos embaçados ad eternum.

Pela manhã, a Dé ficou em casa pra receber a empresa que fará a desinsetização no sábado, e que hoje fez o desentupimento da sujeirada que deixaram em nossos canos durante a mudança. Sim, mais gastos, e por incrível que pareça, nunca leves. De qualquer forma, as pequenas melhorias têm feito grande diferença, e o desânimo com as dificuldades nunca é suficientemente grande pra atrapalhar nossos planos. Deve ser isso o que querem dizer quando falam sobre aquele negócio de “na alegria e na tristeza”…

…se a Debs conseguiu me suportar assistindo ao Timão na Libertadores, tudo é possível. E por sinal, até assistir aos jogos em outro ambiente (nova companhia, nova TV, nova vizinhança) tem sido divertido. Na hora do sofrimento a danada morrendo de rir da minha cara me pareceu muito mais saudável do que o habitual ambiente destrutivo descrito no post anterior.

Hoje fazemos 2 meses. Até agora, irretocáveis.

Sobre a lua de mel

mar
2010
30

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Fugimos pouco depois das 17h rumo a Monte Verde, onde passaríamos nossa mini lua de mel de um dia e meio. Eu poderia tentar descrever como foi a viagem, e as coisas que aconteceram e tudo mais… mas foi nosso momento. Então, mais fácil ainda é falar resumidamente dos detalhes bacanas dessas 36 horas.

A começar pela estrada pra se chegar na tal cidadezinha, que foi provavelmente o maior desafio pelo qual meu carrinho já passou (após escalar um túnel e se livrar de dois assaltos e um sequestro). Meu sogro nos aconselhou com muita insistência que saíssemos mais cedo de SP, mas resolvemos curtir nossa cerimoniazinha até o final. Conclusão: saímos da Fernão Dias no início da noite, e não conhecendo a estradinha de terra que precedia Monte Verde, vimos o tamanho do problema a seguir: faróis baixos, uma neblina assustadora e dez quilômetros de crateras morro acima. Na volta, vimos (pela manhã) o tamanho da encrenca que encaramos às escuras. Mas mesmo antes do retorno, o próprio Corsinha nos deu uma boa noção do que foi aquilo…

Chegamos ao Villa de Lucas arrebentados de tanta tensão passada na estrada. Jogamos nossas malas no que já nos parecia ser um quarto bem do bonitinho, e fomos comer alguma coisa; Mas “comer alguma coisa” logo depois de casar deveria ser legtal, uma vez que seria nossa primeira refeição como marido e mulher. Escolhemos um rodízio de fondue por indicação do recepcionista carioca do hotel. Estava um friozinho gostoso, e a dica nos pareceu excelente.

Duas Erdingers, um espetacular fondue de queijo, oito tipos de molho, uma porção de batatas e duas grelhas com filet mignon, frango e truta depois, ainda seríamos abastecidos por um fondue doce depois. Um jantar pra lá de gostoso numa cidadezinha pra lá de charmosa. Havíamos começado muito bem nossa vidinha a dois…

No dia seguinte vimos enfim o quarto e o hotel, e creio que mais do que qualquer explicação, sejam ainda mais bem-vindas as imagens. Porque acordar num lugar assim ao lado de quem a gente ama não é simplesmente explicável…

Monte Verde limita-se a basicamente: comida, artesanato e compras. É uma rua, cercada de casinhas, lojinhas e restaurantes tipicamente alemães. Um lugar ótimo para se passar alguns dias, mas não muitos. E por isso mesmo, estar por ali durante esse tempo foi ideal. Não nos arriscamos nas trilhas e passeios de aventura, pois somos um casal coxinha. Mas curtimos a cidade da forma que ela é feita: comemos bem (café da manhã colonial, almoço mineiro e jantinha gaúcha), compramos um pouco (fizemos nossa adega, e trouxemos quitutes para mães e pai) e passeamos bastante. Um punhadinho desses momentos pode-se ver a seguir:

No mais, não há muito mais a se contar. Talvez não por aqui. Fato é que foram sim momentos ideais, gostosíssimos e de afirmação daquilo que vivemos nos últimos dois anos e meio. Havíamos começado há 200 km de nosso futuro quadrado a nossa história. História que não poderia ter um início melhor do que dois imensos sorrisos, cheios de vontade de fazer acontecer, e ansiosos por serem ainda mais divididos dali em diante.

Nossa lua de mel foi, em suma, isso.

2h50

mar
2010
28

escrito por | em Apartamento, Casamento | 1 comentário

Debs dorme pesado. Eu permaneço acordado e heróico, aguardando o maldito GP da Austrália de F1 (estava demorando pra falar do assunto esse ano, podem dizer que sim…), enquanto reprisam o episódio da manhã de Friends na Warner. Pela primeira vez na vida tenho TV a cabo, podem rir. Mas hoje (ontem) pela manhã recebemos a graça dos canais infindos, e do retorno à vida virtual, agora via Ajato. Esse é meu primeiro post escrito em MacBook, uma vez que meus desktops ainda não vieram pra cá, Deveriam chegar amanhã, mas hoje nossa empreitada para enfim transformar o quarto rosa em algo que esboce o que futuramente será nosso escritório foi por terra…

Quando estávamos pintando a primeira parede, uma pequena bolha apareceu no meio dela. Essa pequena bolha aos poucos foi “escorrendo” e tornou-se uma coisa maior. E qual não foi nossa surpresa quando, ao tentarmos encobrí-la, ela abrisse e aos poucos aumentasse.

Conclusão: a pintura de uma das paredes simplesmente amoleceu e desmoronou, levando junto as duas últimas camadas de pintura aplicada. Pouco depois, testamos a parede oposta, e deu na mesma porcaria. Nós, que ainda não conseguimos ligar o gás, agora também procuramos um pintor.

O escritório vai demorar pelo menos mais alguns dias. Ou alguma ideia mirabolante que permita que nós mesmos cheguemos a uma solução que não dependa de terceiros, que possamos realizar, e que faça com que aquele quarto possa receber novos furos, para abrigar suas devidas prateleiras, bancadas, penduricalhos e afins, e enfim possamos desabarrotar nossa sala (e fazer nosso tão aguardado Open House)… que tenhamos paciência e dinheiro necessários pra tudo isso, porque mais do que nunca, fica claro pra gente que nada por aqui parece ser fácil como gostaríamos…