Arquivos da categoria "‘Trabalho’"

escrito por | em Trabalho, Vidinha | 2 comentários

A gente tem que ver um lado bom pra tudo, diria Poliana.

Pois bem. Vamos a ele então. Sim, minha vida, apesar de absurdamente atrelada às necessidades financeiras (às quais tenho que atender, nem que seja vendendo esse corpinho não tão bonito assim), tem agora novas possibilidades.

Momentaneamente pelo menos, meu escritório fica no quarto ao lado. E sim, isso é muito bom – pra quem consegue resistir à delícia do sofá da sala ou àquele joguinho da série C que passa às 14h30 de uma segunda-feira. Trabalhar é trabalhar, mesmo que em casa, e exige comprometimento. Da mesma forma, saber quando parar é tão importante quanto começar (e às vezes essa é minha maior dificuldade, mas pra isso também serve a Debs e seu charminho feminino irresistível). Em todo o caso, estar disponível (e se ocupar estando assim) é bem mais gostoso do que qualquer rotina de escritório, não há dúvidas. Sem trânsito, sem viagens de ida e volta, sem ter que encarar chuva e frio, o home office é uma modalidade deliciosa.

Ao mesmo tempo, a mobilidade que o desemprego te permite (vejam vocês, que maravilha não?) permite que esse mesmo escritório dê espaço a outro, quando solicitado. Depois, volta-se ao primeiro, ou vai-se ao terceiro, e a gente acaba conhecendo muita gente e mostrando e colaborando e contribuindo pro trabalho de muito mais gente. Esse tipo de serviço temporário evita o tédio e o empapuçamento, te leva direto ao ponto, com foco e faz do seu dia-a-dia uma constante provação. Tem gente que se incomoda em ser testada, pois nem sempre consegue provar a estranhos aquilo que só o “chefe” e camarada de boteco consegue ver. Coisas da vida.

Com o seu tempo sendo seu, construir relações e equalizar trabalhos passa a ser também responsabilidade sua. Atualmente, o que tenho feito está sendo entregue na Chácara Santo Antônio, em Foz do Iguaçu e em Santiago do Chile. Escritório grande esse né? Mas é assim mesmo, e você nota que pra um trabalho bem-feito, o mundo é sim sem fronteiras.

Assim como será daqui a 50 dias, quando embarcarmos pros dois países, e adicionarmos Peru e Bolívia à lista “pedaços do mundo que agora fazem parte de nós”. Como eu disse, tudo tem seu lado bom (e consequentemente ruim, como por exemplo nesse momento conseguir o dinheiro necessário pra viver essa viagem com o devido conforto que há quase um ano é alimentado em nossas vontades). Mas assim como o mundo, um bom trabalho não tem limites. Chega onde tiver que chegar, do jeito que chegar, e é sempre bonito de ser recebido. Mesmo que sua reunião com o cliente seja por celular, e sua roupa social, cueca e pantufas.

O mundo não é redondo por acaso.

escrito por | em Trabalho, Vidinha | 2 comentários

Eu aprendi a destruir.

Porque habitualmente, quando era pequeno, não era a vítima preferida dos populares do colégio, mas também não engrossava o pelotão dos idiotas. Eu era aquele cara que se faltasse à aula, uns três notavam. Tímido, cagão, gago. Poucas vezes arriscava, e quando o fazia, normalmente me estrepava. Com isso, me habituei ao “complexo de menos”. Isso me jogou lá na frente pra dentro do buraco, e só saí após ano e meio de tratamento. Outros tempos, que pouca gente que convivo hoje teve contato. Meus amigos vêm de depois dessa época.

Nesse período de reconstrução, virei do avesso, literalmente. E aprendi a me defender, e a me proteger. Com o tempo, ganhei adjetivos como “ogro”, “grosso” e “boca suja”. De certa forma, aprendi a abreviar as relações sociais, e reduzí-las ao alcance da sinceridade. Quem aguentasse o tranco, sobrevivia. Muitos não resistiram, outros se identificaram e fidelizei novas e ótimas relações. Me encontrei, e adotei alguns novos e úteis valores para esse novo momento da minha vida. Um momento que venho aperfeiçoando há anos, às vezes na porrada, outras em detalhes. Mas tem dado certo…

Porém, proteger-se nem sempre significa ser bom. Por várias vezes pisei, da mesma forma que pisaram em mim. Me arrependi às vezes, me orgulhei em outras. Mas de berço, aprendi claramente sobre certo e errado, e errar sempre me pesou, fosse notando o que fazia, fosse num puxão de orelha por não ter notado a cagada que fazia. Mas também aprendi a conviver com essa inconstância, e minimizar sempre que possível sua importância, dado que como qualquer ser humano, imperfeição é coisa que também exercemos todos os dias. Sim, a gente sempre tem o que melhorar, mas adotar a natação na merda como diversão pessoal não me pareceu a opção correta pra acompanhar esse processo todo. A gente já tem muito o que se preocupar, e o que provar a todo momento…

Assim, quando a vida te dá uma puxada de tapete como a que eu levei há duas semanas, tudo isso vem à tona. Você se contesta, questiona as suas escolhas, e por vezes até mesmo os seus valores, dependendo do tamanho do susto levado. No meu caso em especial, o susto foi total, e por isso mesmo coloquei em jogo algumas coisas que fazem parte da minha essência. Coisas em que acredito, e que poderiam ter feito de mim alguém “inadequado” pra algumas funções ou pessoas. Sim, autocrítica: aquela coisa que pra gente crescer, tem que deixar o ego e a cabecisse de lado e de vez em quando, exercitar.

Felizmente, os resultados foram melhores que o esperado.

E notar que dentre uma multidão, dois ou três de fato se sentem incomodados com você e seu jeito de levar as coisas me serviu de alento – sim, porque de fato unanimidades são burras, e sempre existirão espíritos de porco no seu caminho. Mais: as respostas de seu primeiro novo desafio (durante sua correria desesperada em buscar aquilo que te tiraram) serem absolutamente positivas – e isentas de outras relações senão profissionais – funcionam como efeito inverso ao balde de água fria que pouco antes jogaram na sua cabeça. É um respiro. Ou melhor – e sim, é melhor: é a esperança de dias melhores em muito breve.

Esperança. Um artigo tão raro hoje em dia, que a gente cultiva pra si, que às vezes alguém faz questão de te arrancar, e que de repente, sem mais nem menos, te devolvem com juros. Pisar e destruir é coisa que a gente não devia fazer, mas faz. Alguns, por engano ou por algum desvio idiota que deve ser corrigido sempre que possível; outros, por esporte. Faço parte do primeiro exemplo, convicta e felizmente. Conheço minha índole. Mas em nenhum dos casos, você readquire a esperança sendo assim. E nem o respeito.

Coisas que ultimamente, eu tenho buscado e muito. E conseguido, pra quem quiser ver.

O agora

jul
2011
21

escrito por | em Trabalho, Umbigo, Vidinha | 4 comentários

De uma hora pra outra, tudo muda.

Foi assim que aconteceu comigo, há oito dias. Terça eu tinha um emprego, quarta estava na rua. Circunstâncias não serão expostas, porque convenhamos, depois de um fato dessa natureza, de que vale a gente ficar pensando nos porquês (principalmente quando eles não são tão simples de serem encontrados)?

No fim, acaba-se agradecendo aos céus pela “sorte” de não se ter entrado naquele consórcio, de ter-se feito uma economia voluntária de uns trocados que agora fazem toda a diferença. Ainda estou passando por um fato inédito na minha vida, que é cobrar aquilo que eu nem deveria exigir, dado que me é de direito. Mas esquecimentos e confusões alheias à parte, eu espero que tudo fique bem. E é única coisa que espero mesmo, uma vez que esperar não era opção dessa vez: reagir imediatamente ao ocorrido foi o que me restou. Contei com a ajuda dos de sempre, dos nem tão de sempre, e uma ou outra surpresas que me fizeram saber quem de fato continua comigo. Sou grato, todos os dias, por essas pessoas. Uma ou outra falsidadezinha ali, um oportunismozinho aqui, e ignoradas as miudezas, as rodas giraram quase instantaneamente.

Devido à viagem em setembro, acho quase uma utopia conseguir um emprego até o início de outubro. Quem em sã consciência contrataria um cara que tiraria folga de três semanas um mês depois? Sim, esse é o buraco em que fui jogado, mas que acabou revelando uma outra face completamente contrária àquilo que normalmente eu esperaria de situações desse tipo.

Trabalhar por conta é um tremendo desafio. Quase uma insanidade, pra quem está começando há pouco mais de ano uma vida a dois. Mas eu tenho todos os dias me conscientizado de que sim, pode dar certo. Incomodo diariamente meus clientes – cultivados ao longo do tempo com bastante esforço – e aos poucos entrego aquilo que faço de melhor. Tenho aprendido tecnicamente e profissionalmente em dias coisas que muita gente não foi capaz de me mostrar em anos (ou meses, dependendo da paciência ou capacidade de lidar comigo). A vida continua, e de fato, se fosse possível escolher sobre ter ou não que depender de outras pessoas, certamente a independência predominaria sobre os demais sentimentos. Pode ser mais difícil, mais inconstante e dar muito mais medo. Mas se eu, sem medo, de uma hora pra outra tive metade dos meus sonhos de curto prazo jogados pela janela, de que adianta considerá-lo nessas decisões?

Medo a gente tem de ser passado pra trás. De não receber o que é nosso. De bancar o bobo. E isso pode acontecer, qualquer que seja a situação. O que a gente não pode é temer nossa capacidade, nosso talento, e nossa vontade de transformar os tais desejos em realidade. Somos o que somos, e pra melhorar, que sejamos melhores. Colecionemos boas histórias. Tenhamos boas pessoas por perto. Façamos o que sabemos, e não tenhamos medo de aprender e recomeçar. Eu poderia me acovardar agora, bancar o coitado e bradar aos ventos sobre a canalhice desse mercado prostituído, ou culpar as injustiças do mundo por ter me tornado mais uma vítima desse contexto podre.

Foda-se tudo isso. Eu só quero (e vou) trabalhar. E bem.

3 dias

mar
2011
14

escrito por | em Trabalho, Vidinha | 4 comentários

Comecemos com três dias, porque nunca as impressões de um primeiro dia são agradáveis. Se bem que dessa vez, foram. Uma mudança voluntária pra um lugar que você já conhece, com gente comprovadamente séria e competente, em um ambiente bom (promessa de campanha, mas que vem se mostrando uma realidade nesse início). Trabalhar no Centro é um fator que também vale algumas linhas logo de cara. Então, vamos a elas.

Deixar o carro em casa e voltar à vida de pedestre. Parecia um problema monstruoso logo de cara, mas o monstro tem encolhido com o passar dos dias. A linha Praça Ramos/Campo Limpo passa na porta de casa. O ponto final/inicial é do lado do escritório, e o corredor funciona, quando não plenamente, de uma forma muito melhor do que as outras faixas da pista que vão da Francisco Morato até o Viaduto do Chá. Sem dúvida foi a opção mais inteligente (e sensata) a ser tomada. E além dos benefícios óbvios (a economia de combustível e principalmente, me poupar do stress diário desse trânsito bestial de São Paulo), ainda ganhei duas horas por dia – uma na ida, uma na volta – pra mim. Livros e músicas voltam a ser companheiros de viagem.

Quanto à agência, todo começo é lindo, sempre. Mas algumas diferenças já são notadas sim. Muda o tamanho dos clientes, da agência também, e os hábitos vão junto. As cobranças também são condizentes com essas mudanças, e pra falar bem a real acho que ainda não comecei pra valer. Com o tempo, esse será o destaque de qualquer comentário profissional, sempre, e é também o que mais demora a se consolidar. Portanto, paciência e um passo de cada vez, pras coisas andarem sem atropelos. A gente envelhece e aprende que nem sempre é bom disparar que nem um doido. Uma outra novidade aparentemente besta é trocar de plataformas. PC pra Mac*, e enfim experimentar o gosto da maçã no trabalho. Sem essa putanice de um pra web, um pra impresso, uma vez que farei os dois aqui. Sim, essa é mais uma diferença: sem distinção de suporte, fazendo design. Seria o argumento definitivo a me conquistar, e nem precisaria de muito mais.

O centro velho da cidade. Descobri comentando com meus amigos que vários têm o sonho de trabalhar aqui. Sinceramente, nunca foi o meu. Por achar caótico, difícil, complicado. Dei com os burros n’água, depois da troca do carro pelo ônibus. E o centro é realmente tudo isso que eu falei quanto ao caos. Um amontoado de gente diferente demais, mesmo, o tempo todo. Nunca é tranquilo, e muito menos somente bonito. Mas dane-se. É muito mais vivo que o Brooklin, e com trocentas mil coisas pra se fazer por perto, ao mesmo tempo, com os mais diferentes preços. Não sei de uma unha ainda disso tudo, mas ficarei bem feliz em descobrir com o tempo.

Das coisas que ficaram pra trás, fica a experiência do grande grupo; da pastelaria desenfreada; uma meia dúzia de bons amigos; uma amiga/parceira que mudou junto pra que outras amigas, esposa e mãe pudessem concretizar um sonho em setembro; uns poucos (porém estridentes) desafetos; pouca saudade da rotina de trabalho, mas saudade sim das palhaçadas, aplausos e camaradices diárias. Aquilo que sempre fica, e que a gente leva adiante com quem gosta.

De resto, tem sido tudo bom, mesmo.

* Com exceção do fato de perder todos os atalhos que você conhece nos programas que você já mexe há 10 anos, é bom. Mas a confusão mental aqui ainda é tensa.

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Voltamos de Buenos Aires com o que havia restado de nossas finadas economias: a Debs, com o que restou do último salário dela antes da demissão, e eu com as migalhas dos freelas que eu vinha levando durante os últimos meses. Arranjei um bico de dois meses na Elleven em seguida, e de lá exatamente no término desse prazo fui chamado pra trabalhar na Sunset.

Foram exatos dois anos entre o início e meu último dia, que começa hoje. De uma realidade da qual eu ainda não havia tido contato. Contas grandes, clientes idem, muita gente, enfim… aquela coisa que a gente imagina de uma agência líder no seu segmento. E entre os prós e contras que algo desse tamanho traz pra gente, a vida seguiu. Pressão, correria, divergências e convergências, e muitos trabalhos saíram de lá, Alguns mais bacanas que outros, mas o suficiente para que meu ciclo começasse, acontecesse e terminasse de uma forma ainda decente e bastante tranquila. A gente adquire experiência(s) em qualquer lugar que passe, e esse contato com uma agência de grupo como é a Sunset acrescentou sim e após esse biênio me esclareceu certos rumos que pretendo tomar pra minha vida daqui em diante.

Foi trabalhando lá que passei pelos dois períodos mais marcantes da minha vida pessoal também: o mais feliz, que foi meu casamento, e o mais triste, a morte do meu pai. Em ambos, contei com o apoio de pessoas que esperava, e outras com as quais passei a contar e reparar dali em diante. Por sinal, revelar esse tipo de surpresa foi uma especialidade da agência. A Sunset deixa pra mim principalmente aquilo que não se mede em resultados corporativos: um legado de pessoas. Histórias de almoço, risadas aleatórias, conversas disconexas, futebol mal jogado, premiações, festas da firma, e muitas lembranças de uma meia-dúzia que eu levo daqui em diante pra minha vida. Tanta gente que conheci, e algumas gratíssimas surpresas que surgiram sem pedir licença. Elas sabem quem são, pois já são há tempos, e continuarão daqui em diante – no que se diz respeito a cultivar amizades, eu sou bastante competente, sem falsa modéstia. E já sei quem me acompanha daqui em diante, naqueles que serão meus próximos passos.

Resolvi deixar essas linhas por aqui pra registrar um pouco desse dia do qual a gente costuma se preocupar em recolher as coisas, reafirmar algumas amizades, se despedir de algumas pessoas das quais a gente provavelmente não saberá mais nada a respeito, e despachar de vez algumas outras. E sempre dá um nó na garganta quando essa história não termina mal. A minha está terminando muito bem, com um saldo pra lá de positivo e promessa de dias melhores e mais bonitos muito em breve. O que eu levo disso tudo é muito maior e melhor do que poderia imaginar, e por isso mesmo essas linhas também são de gratidão. Que o sol se ponha amanhã pela última vez nas isoladas ruas do Brooklin. E que o dia, mais do que palavras, ganhe em significado.

Foi muito legal. Será ainda melhor daqui em diante, tenham certeza. Obrigado molecada.

#666

jan
2011
17

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Acordar todo dia no mesmo horário. Estar sempre disposto. Seguir a rotina banho morno, pão com manteiga, leite achocolatado, escova de dentes. Roupas devidamente planejadas para os cinco dias da semana, com opções para dias frios, quentes ou indecisos. Passadas, arrumadas e ordenadas. Jaqueta de plantão. Boné sempre por perto. Guarda-chuva na porta de casa. Conferir listas. Pensar no trabalho. Sair de casa sem atraso e sem antecipação, justamente pra pegar sempre o mesmo caminho e levar o mesmo tempo pra chegar sempre ao mesmo lugar. A segurança de uma rotina bem planejada inclui um dia sem surpresas, com problemas previstos e soluções idem. Qualquer infortúnio nesse tipo de situação pode custar uma noite de sono, mas sono a gente recupera dia desses ou noites à frente. Seguimos calmamente, almoço e jantares tranquilos. Pratos arrumados. Comida sem sal pra não fazer mal ao estômago. Tardes longas, que terminam em lua. Responsabilidades que pesam. A eterna incerteza de um trabalho bem-feito, e que de tão bem-feito toma espaço de muita coisa que de tanto se somar, mal se nota. Crescimento precoce. Insegurança que excita. Pouco tempo pra cuidar de si, pois quem vive assim não precisa de cuidados. Cada passo planejado permite que os cuidados desviem-se a outros propósitos. Finais de semana caseiros. A comida caseira com gosto de fuligem. Uma vida regrada, sem sustos nem soluços.

Em cinza.

escrito por | em Trabalho | 8 comentários

Porque eu não me lembro de participar de uma ação com tamanho buzz. Portanto, segue abaixo a ficha técnica e o release publicados no próprio blog da Sunset, e que posteriormente foram replicados em outros diversos meios (Globo.com/Autoesporte, 4Rodas, Propmark, Portal Exame entre outros). Trabalho divertidíssimo e de muito orgulho, que eu fico feliz em dividir com vocês por aqui. Agradecimentos especiais à Mari, Douglas, Flavião, Ralphera, Felipão, Nogueira e Ju pelo jabá – vocês são foda, molecada…

Em julho a Fiat faz 34 anos de Brasil e, em comemoração a essa data, a Sunset criou uma ação de relacionamento personalizada e interativa que, além de lembrar o aniversário da montadora, agradece aos clientes pela preferência. Foram desenvolvidos paper toys (brinquedos de papel inspirados em toy art), com a caracterização de 12 modelos da linha Fiat, que são: Novo Uno, Mille, Palio, Siena, Punto, Idea, Strada, Palio Weekend, Stilo, Doblo, Linea e Fiat 500. As comunicações foram enviadas para a base de clientes e a expectativa é que a novidade gere buzz e awareness entre os internautas e os fãs da marca.

Para esta ação criamos um e-mail marketing personalizado para cada cliente com o link para download de um paper toy, que faz referência ao seu modelo de carro atual. Nesta comunicação online, além de presentear o cliente com essa surpresa, mostramos a satisfação da montadora em fazer parte de sua vida. “Fizemos essa ação interativa pensando no carinho que o cliente Fiat tem com a marca e com seu carro, criando um momento lúdico e diferente, fazendo com que seu carro o acompanhe até mesmo na sua mesa de trabalho, por exemplo”, comenta o VP de Criação da Sunset, Alexandre Ravagnani.

Ficha Técnica:
Direção de Criação: Alexandre Ravagnani
Direção de Arte: Marcelo Masili / Felipe Silva
Supervisão de Criação: Tiago Cordeiro/ Sergio Baldassari
Assistente de Arte: Rafael Nogueira
Redação: Douglas Martins
Planejamento: Luis Guilherme / Flávio Gurgel
Atendimento: Mariana Cardoso/ André Esteves

escrito por | em Brasilidades, Trabalho | Nenhum comentário

…saiba que após o relato dessa história, dias atrás, e o tal cliente decidiu descontar 33% do meu pagamento final. Isso mostra que de fato, quando você não deixa as coisas por escrito, não faz as cobranças de forma a se proteger e proteger ao seu trabalho, e por algum motivo coloca sua necessidade financeira à frente do acordo formal, é isso o que você consegue ao final de 15 dias de trabalho: um cano, que merece sim ser divulgado, pra que outros não caiam no papinho em que eu caí.

A “agência” tem menos de um ano. Começaram bem com uma dessas.

Respirando fundo

jun
2010
10

escrito por | em Trabalho, Vidinha | 1 comentário

O dia de ontem serviu para pisar no freio.

Já vinha de duas semanas sem descanso. Trabalho de sábado e domingo (pra um cliente e pra própria agência), e um novo hábito recém-descoberto: chegar cedo na Sunset não é difícil pra quem mora na Vila Sônia, se o horário de saída de casa não passar das 8h.

Segunda-feria foi trabalhada por 19 horas seguidas. Ainda assim, acordar cedo não foi grande problema. Ficar longe da internet e da vontade de trabalhar pra si num raro dia de folga é que são elas… e de certa forma, minha paz vinha se estabelecendo bem, com direito a cochilo no meio da tarde e o escambau. Tudo muito bom, até receber o telefonema do tal cliente (aquele do trabalho de duas semanas atrás).

E aí, aquela broxada.

Sim, porque quando eu fecho meus freelas, costumo passar um cronograma, com datas e previsões mastigadinhas, justificando os preços e dando à agência envolvida argumentos pra fechar a proposta com o cliente. Refações, ajustes, está tudo lá, contemplado com a experiênca de quem já bateu muito a cabeça fazendo esse tipo de coisa em troca de um troco extra que ajude a pagar as contas (que depois do casamento, exigiram esse fôlego que o salário atual não contempla). E como a necessidade de grana às vezes é maior que a prudência, corremos certos riscos.

Nesse caso, um combinado por telefone. Que cagada, Marcelo.

Porque o trabalho duraria 15 dias. Porque o material seria entregue à agência dia 2. E dentro desses dias, foi exatamente isso o que fiz. Contemplei o material que me foi passado, e entreguei aquilo que pediram. Teoricamente o pagamento sairia em seguida, mas o que veio no dia 3 foi mais um telefonema, pedindo mais trabalho, uma vez que “o cliente atrasou”.

Ninguém fala em adicional. Fala sim em mais trabalho.

Mas meu compromisso com a Sunset (que paga minhas contas todo mês) vem antes, e eu não posso contemplar as solicitações do cliente. Minha parte cumprida, passem os ajustes para outra pessoa. Nada de pagamento. E agora os caras ligam (e que mania essa de telefone – documentação pelo jeito não é importante pra algumas pessoas) contestando se devem me pagar o valor integral combinado.

Porque mais fácil do que olhar o próprio umbigo é rebater a merda.

E assim, sobrou pra mim. Que ainda aguardo o tal pagamento (sim, a confabulação sobre “quanto vale o show” já dura 8 dias além do combinado), e fecho uma porta. Me valeu um estresse razoável num dia que era pra ser de folga e recuperação. E nessas horas eu me pergunto se o que faço de fato e esse meu jeito metódico ainda serão capazes de me garantir alguma qualidade de vida dia desses. Afinal, quando você se pergunta se organização é mesmo necessária, é porque alguma coisa de fato deu muito errado.

No meu caso, ceder à zona alheia. E enquanto o pagamento não sai (seja qual e de quanto for), o negócio é seguir em frente. De preferência, sem errar de novo e sem se deixar contagiar pelo lucro fácil. Porque depois de uma noite bem dormida (e de consciência tranquila), e conversando sobre uma situação dessas com os amigos, vejo que meu caminho está bem certo sim – apesar de por vezes, deficitário.

Porque dinheiro a gente sempre arranja. E nem sempre algumas coisas valem tanto assim.

Sou chato

jun
2010
01

escrito por | em Trabalho | Nenhum comentário

Quando criança, a gente gosta mesmo é de bagunça.

Porque não existe ali conceito de realidade. Existe sim o universo sem repertório, autoral, caótico. Criança quer inventar e fazer o sonho virar realidade. E o faz do jeito que bem entende. Até a mãe ou o pai chegarem, e mandarem guardar tudo aquilo antes de dormir. Logicamente, elas não guardam.

Mas crescem. O quarto de brinquedos vira quarto adolescente, e as crianças querem agora fazer parte de um grupo. O grupo pouco importa, mas existe: tem cara, jeito, linguegem própria. Copiam, e se organizam pra pertencer àquilo. Escondem os velhos brinquedos – têm inveja de parecerem o que eram há 4, 5 anos. São maiores, são melhores, e pertencem. Isso dura… até certo ponto.

Quando precisam trabalhar. Quando arranjam namoradas sérias. As camas de solteiro vão embora. Os vícios de antes que agora são ridículos. A infância ganha caráter saudosista. A zona é menor. O espaço vira o último degrau antes da independência. Mais algum tempo, e tudo funciona perfeitamente (mesmo que aparentemente), pra que não levem uma descascada da escolhida. Dividem os gostos, os sonhos, os planos, e crescem um pouco mais. Voam.

Se organizam, se mudam, vivem um sonho próprio. E agora não há mais ninguém pra lhes ordenar absolutamente nada. O caos seria bem-vindo, mas a experiência acumulada lhes torna donos. Senhores de um espaço com uma cara dividida, e inconscientemente as cessões são feitas. Organizam-se. E planejam a continuidade do ciclo… às vezes. Quando não, vivem seu universo perfeito e dali em diante cada um que conte sua história.

Adultos gostam é de tudo em seu lugar. SEU lugar.

Agora, o texto de verdade…

Os papos sobre idade, mudança de conceitos e o escambau permanecem aqui no mundo real. Estou ficando chato. Ou melhor, mais chato. Está cada vez mais fácil achar alguma coisa ruim, apontar os erros, corrigir. Passei por cada uma dessas fases aí de cima, vivendo muito bem cada uma delas. Cheguei ao meu quadrado, que mais do que meu, é nosso. Hoje em dia não são mais os brinquedos jogados, nem as arrumações não-solicitadas que incomodam. Roupa pra lavar tem que estar no latão. A louça pode dormir uma noite suja, mas não duas. O chão encarde, a gente limpa. O som de um não incomoda o outro. Respeitamos nossos espaços. Compreendemos o crescimento. Acumulamos experiência.

Assim é também com o trabalho. Que não suporta mais a bagunça alheia, o mal-planejamento, o andamento desordenado, as vontades súbitas. Falando de vida, já se vão 11 anos de mercado. É coisa. Muita prostituição profissional, muita bedelhação alheia, muito sapo engolido. Carreguei os mais diversos pianos, e algumas poucas flautas doces. depois de muita barca furada, cheguei numa agência de projeção, que se não me paga o que sonho, me proporciona clientes gigantes e uma visão profissional fodida, que eu ainda não havia experimentado e que mudou muito daquilo que eu pensava e fazia. É o tal do crescimento de novo, dando as caras e acinzentando nossos sonhos de massinha de modelar.

Faz parte. Lamento muito por um lado, e comemoro por outro.

Afinal de contas, é conhecimento acumulado. É sim poder dizer “não”, “está errado” e “assim não funciona que eu já sei o que vai acontrecer lá na frente”. E acontece, e mesmo assim te chamam de histérico, de chato ou relembram sua mãe. Também faz parte. A prostituição profissional, nesse estágio da vida, já é voluntária e pode ou não acontecer. Mas se acontece, e o ato não é dos mais gostosos, você cobra pela noite e manda embora pra nunca mais.

Porque criança é obrigada a obedecer. Adulto faz suas regras. As minhas são as mesmas e melhoradas a cada novo trabalho. Porque meus trabalhos evoluíram, os clientes idem, e me tornei ainda mais meticuloso, perfeccionista, e CHATO. Defendo o que é meu, e cedo ao que está certo. O que está errado, eu torço o nariz, faço cara de nojo e mando pra longe.

Minha história que faça meu futuro. Aos que quiserem o que ofereço.