escrito por | em Trabalho, Vidinha | 2 comentários

A gente tem que ver um lado bom pra tudo, diria Poliana.

Pois bem. Vamos a ele então. Sim, minha vida, apesar de absurdamente atrelada às necessidades financeiras (às quais tenho que atender, nem que seja vendendo esse corpinho não tão bonito assim), tem agora novas possibilidades.

Momentaneamente pelo menos, meu escritório fica no quarto ao lado. E sim, isso é muito bom – pra quem consegue resistir à delícia do sofá da sala ou àquele joguinho da série C que passa às 14h30 de uma segunda-feira. Trabalhar é trabalhar, mesmo que em casa, e exige comprometimento. Da mesma forma, saber quando parar é tão importante quanto começar (e às vezes essa é minha maior dificuldade, mas pra isso também serve a Debs e seu charminho feminino irresistível). Em todo o caso, estar disponível (e se ocupar estando assim) é bem mais gostoso do que qualquer rotina de escritório, não há dúvidas. Sem trânsito, sem viagens de ida e volta, sem ter que encarar chuva e frio, o home office é uma modalidade deliciosa.

Ao mesmo tempo, a mobilidade que o desemprego te permite (vejam vocês, que maravilha não?) permite que esse mesmo escritório dê espaço a outro, quando solicitado. Depois, volta-se ao primeiro, ou vai-se ao terceiro, e a gente acaba conhecendo muita gente e mostrando e colaborando e contribuindo pro trabalho de muito mais gente. Esse tipo de serviço temporário evita o tédio e o empapuçamento, te leva direto ao ponto, com foco e faz do seu dia-a-dia uma constante provação. Tem gente que se incomoda em ser testada, pois nem sempre consegue provar a estranhos aquilo que só o “chefe” e camarada de boteco consegue ver. Coisas da vida.

Com o seu tempo sendo seu, construir relações e equalizar trabalhos passa a ser também responsabilidade sua. Atualmente, o que tenho feito está sendo entregue na Chácara Santo Antônio, em Foz do Iguaçu e em Santiago do Chile. Escritório grande esse né? Mas é assim mesmo, e você nota que pra um trabalho bem-feito, o mundo é sim sem fronteiras.

Assim como será daqui a 50 dias, quando embarcarmos pros dois países, e adicionarmos Peru e Bolívia à lista “pedaços do mundo que agora fazem parte de nós”. Como eu disse, tudo tem seu lado bom (e consequentemente ruim, como por exemplo nesse momento conseguir o dinheiro necessário pra viver essa viagem com o devido conforto que há quase um ano é alimentado em nossas vontades). Mas assim como o mundo, um bom trabalho não tem limites. Chega onde tiver que chegar, do jeito que chegar, e é sempre bonito de ser recebido. Mesmo que sua reunião com o cliente seja por celular, e sua roupa social, cueca e pantufas.

O mundo não é redondo por acaso.

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  1. Paquinha

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