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Após o mais do mesmo no Pacaembu, mais difícil do que aguentar as buzinas dos amigos, foi permanecer acordado para freelar um job urgente (que seria responsável pelo pequeno desafogo do mês no que se diz respeito ao cheque especial). Fui dormir às 3h, pra acordar depois de 4 horas, com uma ressaca moral daquelas e olhos embaçados ad eternum.

Pela manhã, a Dé ficou em casa pra receber a empresa que fará a desinsetização no sábado, e que hoje fez o desentupimento da sujeirada que deixaram em nossos canos durante a mudança. Sim, mais gastos, e por incrível que pareça, nunca leves. De qualquer forma, as pequenas melhorias têm feito grande diferença, e o desânimo com as dificuldades nunca é suficientemente grande pra atrapalhar nossos planos. Deve ser isso o que querem dizer quando falam sobre aquele negócio de “na alegria e na tristeza”…

…se a Debs conseguiu me suportar assistindo ao Timão na Libertadores, tudo é possível. E por sinal, até assistir aos jogos em outro ambiente (nova companhia, nova TV, nova vizinhança) tem sido divertido. Na hora do sofrimento a danada morrendo de rir da minha cara me pareceu muito mais saudável do que o habitual ambiente destrutivo descrito no post anterior.

Hoje fazemos 2 meses. Até agora, irretocáveis.

Aos 30

jan
2010
31

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Quando pequeno, eu imaginava que seria exatamente nesse momento que aconteceria a divisão entre a vida de gandaia e a formação de uma pesonalidade séria e responsável. Suposição de quem não conhecia a vida, nem como ela funciona. Acabei de sair de um casamento grego divertidíssimo, com três belíssimas doses de Red Label circulando pelo meu sangue a pleno vapor e o primeiro beijo balzaco da minha pequena, que esperou pacientemente por dez minutos com o celular na mão para que quando virasse a meia noite, pudesse ser a primeira a me desejar parabéns. Nada disso fora planejado em momento algum da minha vida.

Assim como a grande maioria das minhas vitórias e derrotas, perdas e ganhos. Assim como todos os que passaram pela minha vida, e ficaram (ou se foram). Notar esse tipo de sabedoria após três décadas, e continuar apaixonado por cada senão que a vida me traz faz desse dia 31 de janeiro – mais um desses – um delicioso deleite que traduz uma única coisa: satisfação. Pois tudo o que me cerca hoje poderia ser sim melhor (sempre qualquer coisa pode ser melhor), mas dentro do que tenho, não há uma vírgula a se reclamar. Minha vida segue gostosamente imprevisível, cheia de sonhos e com a energia acumulada de quem hoje sabe onde investí-la.

Aos 30.

Paredes brancas

jan
2010
26

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Lembro que eu lia o Estadinho – o suplemento do Estadão que era comandado pelo Mauricio de Sousa todos os domingos. Não lembro se antes ou depois do início dos anos 90, mas sei que a variação era pequena. Oitenta e muitos ou noventa e poucos, num desses domingos a matéria de miolo daquelas quatro páginas era sobre coleções. O maior destaque entre os entrevistados era de um garoto que aparecia pendurado de cabeça pra baixo entre trocentas latinhas, de refrigerante e/ou cerveja, também não lembro. Afinal, já se passaram duas décadas dessas memórias.

Mas por algum motivo eu quis recomeçar minha coleção naquele instante. Sim, recomeçar, pois já havia feito uma dessas quando ainda morava em Santo Amaro, no sobradão de três andares. Meu quarto era gigante, e eu havia pegado emprestadas duas ou três caixas plásticas grandes do quartinho que meus pais usavam de dispensa. Creio que tenha conseguido acumular umas vinte ou trinta, quando dia desses cheguei da escola e minha mãe havia jogado tudo fora. Emputeci horrores, mas quando você tem menos de 10 anos, emputecer é tudo o que lhe resta.

Arrisquei. Peguei a tal página dupla, e fui todo pimpão mostrar a ambos o quanto aquela coleção gigante de 60 ou 70 latinhas do moleque era bacana. Pra minha surpresa, fui incentivado a recomeçar a minha. Mas antes, pedi pra minha mãe “não joga fora dessa vez, senão não vai adiantar nada guardar…”. Ela disse que tudo bem, e eu parti pra cima. Comecei, mas não foi com uma Coca-Cola, e sim com um Guaraná Antarctica. Eu acho.

E dali em diante, uma a uma, fui erguendo minhas prateleiras. Meu pai, pra minha enorme surpresa, era um entusiasta dos grandes daquelas fileiras de alumínio colorido. Topava parar no mais sombrio dos botecos em busca de um novo exemplar. Ainda achávamos algumas em folha de flandres: Schincariol, Malt90 e uma tal Vodka Polska. Eram essas as enferrujáveis, minhas primeiras jóias. As únicas da espécie.

Vinham os grandes eventos: Copas do Mundo, Olimpíadas, corridas de F1, patrocínios do Paulistão, festas juninas, Parintins, Natais e finais de ano. Tudo era motivo para um novo modelo, um rótulo inédito, mais 350 ml goela abaixo. E quanta porcaria bebemos: cervejas americanas (as piores disparado), japonesas, australianas, suecas, alemãs, inglesas, colombianas, cervejas sem álcool, uns sucos com polpa, drinques de tomate, vinhos, achocolatados, cafés gelados e outras substâncias difíceis de identificar. De poucas sentimos saudade.

Herdei uma coleção de um dos amigos do Carlão. Chegaram em casa três sacos plásticos (dois grandes e um pequeno). Deviam ter ali umas 50 ou 60 latas… mais ou menos a coleção do moleque do Estadinho. Algumas latinhas vieram bem baleadas, mas eu não ligava. Vasculhava cada cor, desenho, capacidade, de onde vinham, tentava gravar cada nome pra depois poder contar que tinha conseguido uma cerveja de 278 ml do Uruguai assim assado. Sequer bebia quando já tinha mais de 200 latas. Minha primeira cerveja foi pra prateleira. Uma Budweiser, que tomei na cozinha aqui de casa, com meu pai e minha mãe. Achava aquele gosto de mijo gelado com bolhas uma coisa estranha (o máximo que eu bebera até o momento era o colarinho dos choppes do meu pai, ou um tiquinho das caipirinhas de steinhaeger que ele vira e mexe pedia). Beber além da espuma era uma novidade desbravadora, e ajudar a engrossar minhas fileiras – e consequentemente sumir cada vez mais com minhas paredes – me parecia um prazer pronto a ser vivido com mais participação a partir daquele momento. Por sinal, não me lembro de algum amigo que tenha começado a beber pra poder aumentar a coleção de latas. Meu pretexto era, além de propício, bastante exclusivo.

Facilitei também a vida dos que vinham de fora. Tios, primos, amigos, conhecidos, pintavam por aqui vez ou outra uma nova meia dúzia de importadas. Vale lembrar que nem sempre comprar produtos estrangeiros foi fácil ou barato, e conseguir um exemplar gringo valia e muito. Crush, Mello Yello, Canada Dry eram nomes que eu gostava de ter por aqui em versões que não circulavam em nossas prateleiras (a Crush daqui vinha em latas laranja berrantes, enquanto a de lá de fora era predominantemente preta – do mal, ou seja, muito mais legal).

Tirei alguns armarinhos. Estreitamos as prateleiras (o vento as derrubava), e reorganizamos o quarto. Outro armário dançou, e então eu fiquei só com um, com as roupas apertadas, mas as latas derramadas ao redor das paredes. Meu quarto tinha agora uma acústica invejável, e cores por toda a parte. Acabaram as paredes, e as latas continuavam chegando aos montes. Aos poucos fui obrigado a frear, até parar.

Era impossível limpar aquilo tudo, mas ainda assim eu e meu pai tentamos, por duas vezes. Minha rinite gargalhava do meu nariz vermelho, mas em tais oportunidades tiramos tudo, e limpamos, uma a uma, até recolocar no lugar. Cada vez que a arrumação terminava, elas pareciam ainda mais bonitas. Era uma paixão aquele ambiente completamente destoante da casa, onde imperavam os ídolos rockeiros, os livros e cds, e aquela cachoeira de alumínio. Cada um que entrava se assustava com a quantidade naquele quadradinho apertado.

E ela estacionou. A vida seguiu, e meu pai quis a coleção pra ele. “Quando você for embora, as latinhas ficam”, ele me disse. Eu topei, sabendo que elas estariam em ótimas e felizes mãos. Alguns anos passaram, uma ou outra chegava e encaixava em alguma fresta dos espaços. Até agosto passado chegar, e levar meu pai antes que eu pudesse lhe deixar as latinhas que ele tanto gostava e tanto ajudou a montar em minhas paredes. Três meses depois encontramos nosso (ainda futuro) apartamento, e começamos a mexer os pauzinhos pro casamento sair. Eu precisava de um herdeiro.

Encontrei, num amigão de agência, que tem um sítio que conheci neste final de semana. Lá estão, ainda amontoadas num cantinho e clamando por espaço, as 4500 latas do rapaz. Não tomaram sol, não acumularam poeira, e parecem tão bonitas quanto as minhas. Eu achei que seria uma boa forma de promover minha coleção a outro patamar, de milhar. Que não cabia no quadradinho, que descobri abrigar com aperto 700 e poucas unidades. Elas precisam respirar, e hoje, eu também. Iniciei as entregas, e hoje terminei de fechar o último dos 7 sacos de 100 litros, onde elas farão sua viagem pra Campinas.

E o quarto, que desde hoje à tarde faz até eco, tem em suas paredes as marcas onde cada uma montou residência. Vinte anos se foram, e hoje, quando eu olho em volta e tudo o que vejo é branco, percebo que mais do que latinhas, cada gole de cada uma valeu uma história. Muitas lembranças, de suas cores, de quem as dividiu comigo, de quem as trouxe e de quem se impressionou com aquele universo brilhante. Elas eram lindas, e continuarão sendo, mas na minha lembrança. Em lindos arquivos digitais que eu cuidadosamente registrei antes de tirá-las de seus postos. Será mais fácil limpar as paredes daqui em diante, mas as paredes não têm metade da graça que tinham antes. Fato é que o tal eco e a amplitude desse quarto deixaram a claríssima impressão da grande mudança – aquela, que o casamento deveria trazer, mas que ficou mesmo evidente pra mim quando derrubei a última lata da prateleira.

A vida, definitivamente, está (se) mudando.

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Pra quem não viu e ficou curioso, a coleção completa (que eu pretendo em breve publicar o arquivo fotográfico) foi registrada há uns anos. Não mudou muito desde então, e era assim:

Coleção é uma coisa que todo mundo devia fazer pelo menos uma vez na vida.

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…é corrigindo os erros que a gente cresce. E aprende de verdade. E estou escrevendo issojustamente pra lembrar (e não ter que ser lembrado) disso, porque com quase 30 nas costas é hora de construir e aparecer pelas coisas boas, e não pelas ruins.

Pra quem está acostumado com recados rebatidos, esse não tem nada de misterioso não:
esse é pra mim, de verdade, e pra valer.

20 minutos

jan
2010
12

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Os dias têm sido muito curtos, mesmo. É fato. Por exemplo, eu aqui nesse momento escrevendo esse texto, às 1h36. Cama por fazer, aproveitando as horas que seguiram após a energia elétrica voltar (Deus queira que na minha nova casa a energia caia em menor frequência, porque aqui no Taboão é ventar pra apagar tudo). Tenho um projeto conversado, apalavrado e encaminhado após uma conversa com a Vanessa no final do ano passado, mas que ainda encontra-se enclausurado num enorme saco plástico, entre tintas e pincéis. Tudo isso por causa das tais prioridades, que uma hora na vida a gente tem que levar a sério. E a minha vocês já estão carecas de saber qual é nesse momento.

Por isso mesmo que até o assunto torna-se escasso. Tudo é correria, seja pra arredondar lista de casamento, pra reservar boteco, pra pesquisar salão de festas, pra pagar contas, pra pagar mais contas, pra reservar dinheiro pra pagar outras contas, pra incomodar gerente de banco que não libera financiamento, pra pesquisar preço de cerveja, pra montar convite, pra fazer planilha…

…ufa!

Pois é mais ou menos isso. E aí, quando pinta meia horinha “livre” (normalmente madrugadas adentro), a gente lembra que tem blog pra escrever, portifólio pra atualizar, e-mails pra ler e responder, e tentar conciliar tudo isso sem perder muito as rédeas das situações (porque são várias). Tenho notado que ando pra lá de impaciente com qualquer coisa que pareça sair do controle ou que não esteja como deveria (se é que isso existe). Beirar esses limites é chato demais, causa um desconforto daqueles e um desgaste desnecessário, mas que nesse momento me parece inevitável, visto que a gente de fato é passível de erros e deslizes, ainda mais sob uma pressão como essa que não é pequena, e que quando terminar dará início a uma nova e gigante fase nova na minha (e na nossa) vida. Ser por si é mais simples do que ser pelos outros, e daqui em diante eu sou a gente, assim como a Debs é também, e uma mudança dessas é pro resto da vida. A cabeça vira sim, e é tanto o que se repensa e se analisa que sai fumaça sim. Às vezes o trilho não segura, e a coisa desanda. Mas segue, e isso é o mais importante.

Nem pra contar novidades, muito menos bancar o engraçadinho. Escrever hoje é quase uma necessidade. Um momento pra dedicar uns 20 minutos pra parar um pouco, e trazer com calma as coisas da cabeça pra fora, e registrar aqui pra vida. Porque mesmo correndo tanto, o mais gostoso de toda viagem não é seu fim, mas o caminho que se segue, e aquilo que surge na janela.

Passa rápido. Faltam horas. Mas certamente isso tudo deixará saudades.

Começando 2010…

jan
2010
06

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…em nova casa (see ya, Locaweb… vamos de UOL Host daqui em diante, até o sucesso lhes subir à cabeça), correndo feito um doido pra fazer as coisas acontecerem direito nesse casamento que quase já tem data, rezando pra receber o quanto antes o telefonema da Caixa, dizendo “assinem aqui e peguem as chaves”, em contagem regressiva pra entrada da minha terceira década, e enterrando definitivamente o ano que morreu e não deixou saudades. O post que existia pra ele, que durou pouco por aqui, foi a única coisa que ficou pelo caminho – não por vontade própria, mas porque os backups (assim como o serviço) da Locaweb não funcionam. Muita coisa tentando ser diferente. Muita exatamente igual (pro bem, e pro mal). Enfim…

…A vida seguiu, e cá estamos, começando mais um capítulo dessa coisinha chamada vida. Com muita, mas muita coisa mesmo prestes a acontecer. E que bom poder escrever cada uma dessas coisas por aqui, novamente.

Que seja de fato um ano muito feliz.

Adendo:

Lembro que foi um texto que tratava muito do que uma perda como a que tive em 2009 significava, e de como seria impossível de ser compensada, mesmo com tudo de bom que aconteceu em paralelo (ressaca argentina, empregos novos, apartamento, planos de casamento e riscos envolvidos). Tratava de um fechamento de ciclo, e de um desejo real de boas e novas esperanças pro ano que nascia. Ficou somente a imagem.

A memória, um pouco. Mas o texto, ficou com a bagunça da Locaweb, daqui pra nunca mais. Por sinal, será pra essa empresinha a minha primeira homenagem do ano, e o mais profundo desejo que um dia cada imbecil que botou entre aspas as minhas requisições chafurde na mais mole merda.

Apenas diferente

dez
2009
22

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Não será um feliz Natal. Está vazio, com uma lacuna enorme, impossível de ser preenchida. Não sei se quero que toque a música de todos os Natais, aquele Jingle Bells do Fischer Choir que eu ouço desde pequeno, e que quando não tocou na única vez em que tentamos mexer nas tradições familiares o Natal pareceu somente mais um dia. Esse Natal será exatamente assim. Faltará um abraço, o que mais comumente chorava com a música, e que mais se importava com essa época do ano. Não haverão presentes, pois eles não são necessários.

Outros Natais virão. Melhores, felizes, repletos de cores, abraços, carinhos e perfumes. Mas esse aqui, eu passo. Porque mesmo com todas as conquistas gigantes que 2009 trouxe, mesmo com a promessa de uma vida nova, e de uma nova família – aquela da qual serei eu o cabeça, ao lado da minha pequena – isso acontece a partir de janeiro. Com votos renovados, com novas e definitivas esperanças. E com um desejo enorme que o ano que nasce seja de ganhos, e não de perdas. Porque as desse ano, não há espírito natalino que conforte.

Espero que não seja ruim. Apenas diferente. E que esse estranhamento, a saudade, e o aperto, tudo isso se resolva com os anos. Nesse momento, que dê lugar ao carinho de tentar compensar uma ausência que não há quem substitua. Estaremos todos juntos, nos fazendo o bem que tanto queremos e que sempre quisemos. Que venham os dias melhores, e tenho certeza, eles virão.

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O ano que passou (ainda passa) foi de muitas conquistas e algumas transformações excelentes. Mas as coisas ruins que aconteceram nos últimos 12 meses foram as piores possíveis. Para 2009, 27 dias. Para mim, 58. Que cheguem logo os 30, porque essa beirada de precipício está insuportável (e parece insistir em não acabar).

Redux

nov
2009
16

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Numa busca sem maiores esperanças, encontrei os textos que faltavam pra completar esse blog. Sim, porque muita coisa se perdeu lá no Blogger (na época da aquisição do dito pela Globo.com, se não me falha a memória, ocorreu uma cagada operacional sem precedentes que me fez desistir dessa vida de pessoa que escreve e me dedicar a outras coisas, como a cerveja por exemplo). Fato é que eu já estava quase conformado com aquela lacuna entre a metade de 2002 e a metade de 2004, quando encontrei uns bons meses de textos perdidos lá no Web Archive, com layout velho e o escambau. Nem preciso dizer o quão feliz fiquei…

E dentre os textos, coisas muito bacanas (que em breve estarão novamente disponíveis, portanto, pra quê contar, não é mesmo?). Dentre elas, um post emocionado sobre aquilo que foi a primeira apresentação do que futuramente se tornaria o Colletivo, e que fez valer o que havia sido investido naquela faculdade até o momento.

Rendeu um ótimo papo com o Roncatti em seguida, e a tal busca me valeu novamente como uma decisão acertadíssima, de não deixar morrer aquilo que realmente importa: os momentos decisivos que mudam nossa vida dali em diante não merecem ficar no fundo da gaveta, debaixo dos livros ou perdidos em qualquer servidor estranho por aí. Ótimos momentos. Ótima tarde.

Ótimo filme. Só podia dar no que deu:

Portanto, eu, que estava satisfeito, digo que as peças que faltavam nessa história voltam ao ar também. Aos poucos, e pra completar esse quebra-cabeça com meu nome. As lembranças continuam. E que bom isso…

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Somente hoje (agora há pouco, umas 19h) eu reli após muito tempo os textos postados aqui durante o período em que meu pai esteve internado, pouco antes de sua morte. É uma coisa foda, porque não há como não reviver certas sensações – e nenhuma delas é lá muito boa. A constatação é que de fato a gente aprende a conviver com certas coisas, que a dor esfria na maior parte do tempo e cada vez mais, mas que o vazio de fato nunca vai passar. Toco a bola, pra receber lá na frente.

Notei também que meus textos argentinos estão pra completar um ano daqui a dois meses, e eu sequer concluí as postagens portenhas. Eles precederam justamente os textos sobre o meu pai. Como tudo o que não está completo, merece um final, e terá. Afinal de contas, se serve pra guardar aquilo que dói, este lugar também serve pra guardar o que foi bem bom. Danem-se as datas. Os textos virão em breve (talvez começando hoje inclusive) – deu vontade, vou retomar.

Mas tudo isso embala um momento muito novo na minha vida (ou talvez seja melhor dizer na nossa vida, uma vez que isso não tem a ver somente comigo). Algo que talvez “balanceie” um pouco as futuras lembranças de 2009, fazendo com que esse número não fique apenas marcado como o ano em que perdi meu pai, mas também o ano em que comecei uma nova vida. Uma vida que não é só mais minha, e que eu passei 29 anos sonhando em como seria. E agora ela está muito perto mesmo de se tornar algo maior.

Mas isso eu escrevo depois. Na hora certa, e se tudo der certo, com detalhes que merecerão a devida comemoração. Ou seja, é bem capaz que o tal texto seja trocado por, quem sabe, um convite. Mas tem tempo ainda (se Deus quiser, pouco, mas tem).

Portanto, stay tuned.