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Esta semana a Universidade Anhembi Morumbi está colocando seus alunos no paredão, mais especificamente os do último ano do curso de Design Digital. E por mais que eu tentasse descrever o que dois dos grupos que assisti até agora fizeram, não seria capaz de chegar perto daquilo que eles passaram com seus trabalhos.

Saul Bass EM Hitchcock

Terça-feira um dos Grupos falou sobre a obra de Saul Bass em filmes de Hitchcock. Lindo, absurdo, extremamente bem executado e projetado com preocupações em todas as peças necessárias para apresentação (website, cd-rom, peça gráfica – nesse caso, pôsteres, e embalagem). Um trabalho conceitual e limpo, mas riquíssimo. Eu já havia ficado orgulhoso de ver um trabalho com tamanha qualidade. Mas as surpresas não haviam acabado…

Reconstruindo Apocalypse Now! Redux

…Ontem presenciamos um momento histórico. A reconstrução de Apocalypse Now! Redux do Grupo de ontem é algo que beira o indescritível. A cada tela do cd-rom, um vislumbre. Cada detalhe, cada cor, cada imagem, tudo feito com muito cuidado, muito carinho e uma ENORME dedicação. Treze pôsteres, um mais lindo que o outro. Um site soberbo… Sinceramente galera, se eu quisesse tentar descrever o que aconteceu, por melhores que fossem as palavras usadas não chegaria perto do impacto que esse trabalho causou (a ponto de hoje meu dia estar sendo “movido” a Doors, Creedence e Hendrix). Não há outro assunto entre nós, que queremos fazer o que eles fizeram ontem. A banca de avaliação ficou perplexa, emocionada. E nós todos também.

Trabalhos como esses mostram o quanto um designer é apaixonado por aquilo que faz. Tratar sua obra como parte de sua vida, se entregar ao projeto (projeto – uma palavra que é básica para trabalhos como esses – e QUE projetos foram esses…!), e que deixam qualquer um apaixonado pelo resultado de tanto empenho. Fazer design é emocionar com imagem, com som, com tudo. É trazer mais do que uma peça – trazer uma EXPERIÊNCIA que não deve se apagar pelo simples fato de ser única. E esses dois Grupos fizeram isso com maestria.

Não conheço nenhum de seus integrantes, mas reitero meu desejo de muito sucesso que eles, com tal competência, certamente obterão. E fico feliz por ter espelhos tão próximos para que essa paixão por design traga para todos os melhores frutos… e com sabores nunca experimentados.

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[COMENTÁRIOS EM 2009]

Eu e mais aquele punhado de pessoas que estavam na apresentação desse último trabalho aí em cima assistimos ao nascimento do Estúdio Colletivo de Design nesse mesmo dia. Não que o grupo não existisse antes, mas essa foi a primeira (de muitas) porretadas que os caras trariam pra gente dali em diante. A última linha do texto traz o óbvio – esses caras dariam certo, não tinha como ser diferente. Hoje, mais de seis anos depois, o portifólio da galera impressiona pela qualidade, mas em nada surpreende quanto ao calibre dos clientes: o pau dos caras é grande mesmo, e só podia dar no que deu…

E além dos trabalhos, de tanto encher o saco das crianças, herdei a amizade do Roncatti, o rivale palestrino e comparsa nas discussões futebolísticas (porque não basta ser designer: tem que curtir o esporte bretão e assistir ao AC/DC). Um grande abraço, camarada. Muita honra ter podido dividir esse momento com vocês.

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