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Fogo contra fogo

maio
2006
18

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E que tenha sido desabafo, pois o que acontece com nossa mente assim que o desespero surge e bate de frente com algumas desilusões que a gente não gostaria de admitir fazem com que a cabeça funcione por simples impulso e nosso instinto aflore de maneira devastadora.

Tem muita gente falando besteira. Eu mesmo admito que pensei coisas infundadas e depois de ouvir opiniões daqui e dali, com um pouco de sangue frio e cabeça no lugar você começa a refletir e, se tiver um pouco de humildade pra se deixar influenciar por aquilo que de fato se comprova (e vai contra as convicções que você tinha a princípio), as mudanças começam a acontecer.

E não é mole. Encarar que alguma coisa em que você acreditava (mesmo que desconfiando, às vezes até mais por conviniência do que por qualquer outra coisa) não é verdade, que não existem opções equivalentes, enfim. A necessidade de uma mudança, quando não traumática, é no mínimo difícil. Difícil porque temos que baixar a cabeça, mudar de opinião e de postura.

Foi exatamente aí que eu disse que o povo é preguiçoso e acomodado. Mas não se iluda, pensando que só o brasileiro é assim. Pessoas não gostam de mudar por necessidade, nem aqui, nem em lugar nenhum. Apontar o dedo é fácil, mas na hora que a gente enxerga que nosso caminho não é o melhor a coisa enguiça.

Há muito estamos vendo que nossos rumos não são os melhores. A pista certa parece cada vez mais distante. Alguns acham que mudando o motorista a coisa pode funcionar. Outros preferem ir à pé e tentar caminhar sozinhos.

Pedir otimismo em horas tão caóticas parece absurdo. Então, talvez fique mais simples colocarmos pra fora de vez todas as idéias que sempre guardamos, e que possam alterar um pouco de alguma coisa. Porque não dá mais pra ficar de saco na mão esperando que alguém senão nós mesmos faça alguma coisa.

E as minhas idéias pelo menos eu vou colocar aqui o mais rápido que puder. Se alguém quiser divulgar ou discutir qualquer coisa o espaço tá aberto, os ouvidos atentos, e eu tenho certeza: tem muita gente que eu e nós conhecemos que topa botar a cara pra bater.

Já reclamamos demais. Agora vamos fazer alguma coisa.

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por Bibi.

Segue o ritmo da dança porque se parar o resultado continua sendo o mesmo. Cercada por mais 59.999 pessoas, até onde vai toda indiferença? Olhar pra frente, atrás e pros lados não é mais suficiente. Preces antes de sair de casa, no caminho até a mesa de sempre. Qualquer dizer é válido, seja Deus, Maomé ou que venha o Diabo. União necessária pra quem deixa cegueira de lado a força. Não arrancaram ainda um pedaço do teu jardim, mas esse sentir faz isso: absorver toda a história e processar de maneira lenta e preocupante. Percebe que quando tantos inocentes perderam suas vidas para pagar um capricho de um homem de fardas cheio de cólera, muito disso não veio a tona, não saiu na tal telinha global nem tão pouco chega hora a hora aos nossos ouvidos. Sobre isso? Acumula-se ira. Acumula-se sentimento de vingança que é bastante amiga da ignorância e nem se trata da rima e sim da delícia que uma encontra na outra. Se não bastasse as duas chega a tal violência pra completar a tríade. E sobre essa não precisa muito dizer, porque ela se alimenta dela mesma. Canibal feroz, sem piedade e covarde, espera sempre o momento mais silencioso pra surgir e então assim assustar todos aqueles, que cegos, como eu, estão alienados com dancinhas eletrônicas, almoços em família, contas pra pagar. Fica difícil então isentar o tal fardado dos atos embaixo do tapete, afinal é preciso um certo tipo de conhecimento para possuir a tal arma de fogo em mãos. Não, sobre eles nada se diz. E agora que o tio salvador de gatos que apaga fogo e outro tio salavador dos animais da floresta perdem suas vidas para que caiam nossas vendas, o coração chora, a população acorda e começa a dizer milhares de coisas sem sentido e sem conhecimento. Igualam-se aos tais ignorantes? Talvez. Justifica atingir quem nada tem a ver com isso? Não, não justifica. Mas como já disse, cansaço se juntou com a vingança que achou na ignorância uma maneira de resolver a tal violência. Aí todo mundo se pergunta: como resolver isso? Como deixar de ser um idiota alienado e ajudar sem fazer parte da guerra? Conhece o velho papo de sempre, a tal educação? Sobre ela você pode fazer diferença, de um jeito ou de outro, não seja tonto achando que a culpa é sempre do governo, do presidente. E sobre esse ano recheado de um confronto civil, uma copa do mundo montada em arenas germânicas cheias de palhaços globais, e uma política a escolha da população, lembre-se muito bem de olhar pra sua terra, orar por ela e lamentar muito quando achou que o tal domingo sangrento só exisita na Irlanda, cantado pelo U2. Não é por nada amigo, enquanto você comia com a família, ele aconteceu ontem e foi nesse Brasil tão judiado. Será que agora você acordou de verdade?

Até quando esperar?

maio
2006
14

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Há pouco mais de um mês eu falava neste mesmo blog sobre um povo paspalho, acomodado e burro, que vive de ilusão, sonho, esperança, novela e futebol. Que está mais preocupado com a lista de 23 (homens milionários) convocados do Parreira do que com seu próprio futuro. Pois muito bem.

Agora há pouco incendiaram uma agência do Itaú que fica a 3 km aqui de casa. Sim, porque já não basta todo o estrago feito em São Paulo neste final de semana, agora a coisa bateu aqui perto.

Sim, porque eu sou egoísta, e só fico preocupado quando a violência chega perto da minha casa. Porque durante o resto do ano, ou da vida, sei lá, eu esqueço que nos bairros mais distantes daqui, esse tipo de coisa rola solta o tempo todo. Eu nem ligo pro Nordeste, quanto mais pro Norte, pois eu nem conheço e pra mim São Luís, Macapá ou Bagdá dão na mesma e eu dou graças a Deus por morar num lugar civilizado.

Eu também sou honesto o suficiente pra admitir que esse meu comodismo, minha imbecilidade, minha ignorância e minha completa indiferença são culpa minha sim, porque não me posto a respeito de coisa nenhuma. Eu não mandei um e-mail pros deputados que votei, não sei o nome do governador do Amazonas, e não acompanho nada que não seja os boletins do Terra.

Mas eu sei que pelo menos um mínimo de senso crítico eu tenho. Pra saber que o que está acontecendo lá fora é culpa dos políticos SIM, mas também é culpa minha. Porque os hermanos aqui do lado saem na rua quando a coisa fica feia. Armas? Panelas. Movimentos populares? Reuniões em praça pública, Sindicatos? O caso é pessoal, meu chapa. E olha que nesses países a população é menos numerosa que no meu Estado.

Se os tais 190 milhões de técnicos resolvessem fazer valer os seus direitos (que não são poucos) e tomassem vergonha na cara pra botar as coisas no lugar, talvez o caos não fosse tão grande. Talvez se cada um de nós tivesse uma posição, um ideal, quisesse seu futuro melhor e conseguisse explicar por onde, em quantos passos e qual cada uma das metas a serem atingidas, já seria um grande avanço.

Mas não. Continuamos esperando John McLaine salvar o dia. Provavelmente em algum momento futuro, algum líder da moda nos incite a comprar um pote de guache preta e irmos às ruas cantar algum hino tropicalista. Não seria de todo mal, mas poderíamos fazer coisa melhor.

Pobre de ti, Estado de São Paulo. As pessoas continuam pensando INHO, ao invés de pensarem ÃO. Os únicos ÃOS que nos interessam nesse momento são os de SELEÇÃO e HEXACAMPEÃO. Gancho publicitário propício esse, que mostra talvez sem querer a completa falta de objetivos do povo deste país.

Amanhã eu vou passar bem em frente ao banco queimado, e ao Distrito Policial que fica ao lado do estádio do Morumbi. Claro que eu tenho medo – a violência chegou à porta da minha casa. Mas o que me resta agora é torcer – não pela seleção, mas para que não seja o meu ônibus o próximo a ser incendiado, e que eu não seja a notícia da próxima hora no Plantão da Rede Globo.

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Com a renúncia dos dois manda-chuvas de São Paulo (Geraldo Alckmin, pra concorrer à presidência, e Tio Chico, pra concorrer ao governo do Estado), a discussão política por aqui ganhou corpo e consistência. Petistas decepcionados, pessedebistas exaltados, e todo e qualquer cidadão com um mínimo de orientação política – seja ela qual for – já discutem os novos rumos do país e os prováveis resultados das próximas eleições.

Sim, porque Copa do Mundo é legal, mas eleição é mais importante.

E nas discussões que todo mundo uma hora acaba entrando que a gente nota mais uma vez que nada muda. Talvez o nome dos problemas, o fato de enquanto ter se cumprido uma promessa enquanto ignorou-se outras três e por aí vai. Com a legenda que for, com o candidato que for, ninguém está imune e ninguém é plenamente confiável. Ok, até aí sem novidades.

O que talvez mais me irrite em situações desse tipo é o bandeirismo burro das pessoas. Alguém ainda acredita que político tenha ideologia? Tem gente que ainda lê o Manifesto Comunista, que acredita que Socialismo é possível, que acha o Garotinho boa pinta e por aí vai. Entre as velhas promessas de sempre com nova roupagem, esperanças vazias de terceira via e a fé infinda num milagre a partir de 1º de janeiro do ano que vem, novamente vamos apertar os botões e eleger esses caras.

Eu já disse uma vez que acho o povo burro. Acomodado, sabe? Pois acesso à informação (em diferentes fontes e de diferentes pontos de vista, diga-se de passagem) os formadores de opinião têm. Da mesma forma que o futebol, outros assuntos de maior relevência poderiam sim fazer parte de roda de discussão sem maiores dificuldades. Opinião política nada mais é do que orientação moral e informação contra as ações dos governistas. Tudo bem que é mais fácil discutir o jogo do Timão do que os escândalos do governo, mas provavelmente não será o Tevez que decidirá o quanto vão descontar do seu salário, se a gasolina vai aumentar, quais os próximos benefícios que eles terão e por aí vai.

Se a gente parar pra pensar, certamente a discussão de tudo isso por mais banal e sem conclusões que possa parecer acaba despertando nosso senso crítico. E num momento em que a gente novamente precisa mostrar que com voz e atitude seríamos capazes de mudar alguma coisa, sempre é bom lembrar que somos responsáveis pelo nosso próprio futuro. E apesar de sermos donos dos nossos próprios passos, a estrada pra que a gente possa andar quem abre são eles.

Defenda seus ideais, mas faça isso com argumento suficiente pra não passar ridículo. Agora, se você não tiver nem ideais nem argumentos, acho que está mais do que na hora de se tocar e correr atrás daquilo que você não conhece (e deveria conhecer). Porque do MEU futuro depende também a SUA decisão, e eu odiaria ter que confiar meu destino a um paspalho qualquer.

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(Intervalo)

Dá pra notar que nada melhor do que uma análise psicológica coletiva pra parar o mundo. Uma possibilidade mesmo que mínima de invasão e bisbilhotagem nas vidas alheias é algo, no mínimo, atraente (e você estaria mentindo se dissesse que nunca pensou em fazer isso com uma pessoa que fosse sequer).

Na semana de estréia dessa birosca na TV, é nítida a mudança de comportamento das pessoas no horário da novela das 8. Ao menos pra mim, que costumo estar em casa e no micro nesse horário, metade do MSN esvazia quando o BBB começa. No ônibus, não se fala de outra coisa (com exceção de dias em que rola uma rodada de fuebol, ou em dias pós-missa, como segunda por exemplo).

O que eu acho mais engraçado (e trágico) nessa história toda é o fato das pessoas levarem a vida desses “personagens instantâneos” a sério. Tá, os mais esclarecidos (e talvez você se identifique com eles) sabem muito bem do grau de falsidade e dissimulação de um programa desse gênero, e não se deixam influenciar. Mas existem outras pessoas que pensam bem diferente, e crêem que todos os dias uma nova investigação no cotidiano de cada um lhe permitirá tirar diversas conclusões sobre quem é o quê ali dentro.

Até onde isso é ou não é bom eu sei lá, e também não me sinto apto a fazer qualquer tipo de análise a respeito (tem gente que estuda a vida inteira pra isso, e certamente se sentiria ofendida por qualquer pataquada que eu soltasse aqui). Mas o fato é que nessa hipnose coletiva eu insisto em me manter alheio. Acho que o mudo todo ganha muito mais com atividades paralelas e muito mais necessárias do que assistir a um bando de modelos com QI negativo trancados numa mansão, brincando de bem-me-quer, mal-me-quer.

Tem gente que não acredita na lisura das competições esportivas. Que não crê nos políticos, em reality shows e em sorteios de loteria. Mas a moeda historicamente sempre teve dois lados. E esse tipo de realidade não dá pra ignorar.

Que ao menos possamos respirar nos intervalos. Afinal, se eles não podem ler outras coisas lá dentro, azar. Nós podemos, mesmo que isso não nos renda um milhão de Reais. Ainda.

PQP viu…

out
2005
10

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Uma IMBECIL aqui do trampo me solta que “era melhor que o terremoto (08/10) tivesse acontecido na África ao invés da Ásia, já que lá só tem gente subnutrida, e o terremoto aliviaria o sofrimento delas”.

…por que as balas perdidas nunca pegam na cabeça de acéfalas como essa?

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E quem disse que a ditadura acabou nos tempos do AI-5? Vão degolar quem usar qualquer tipo de Messenger aqui no trampo a partir do dia 5 do mês que vem. Ao menos, é o que diz a lenda. E meu nome foi citado como “exemplo negativo” na reunião das chefias…

É, acho que enfim me tornei um fora-da-lei.

Chega a ser engraçado (pra não dar ares trágicos ao assunto): um cara é contratado pra fazer manutenção de um site. Coisa de peão mesmo, copiar e colar, sabe? Mas ele reformula e reestrutura o dito cujo (e faz dele referência pra concorrência chegar junto), monta a intranet, trabalha pra revista e na divulgação interna do recinto. Propõe um projeto de sinalização, faz tudo o que é tipo de logo, uniforme e promoção desse mesmo local, e agora entra na linha de tiro porque usa demais a internet “para fins não-profissionais”…

Gostaria de saber quem senta do meu lado pra saber do que eu trato ou não durante minhas 9 horas diárias nas minhas conversas habituais. Ou então que me mostrassem quantos jobs foram atrasados por incompetência minha. Pensar nessas hipóteses me faz pensar o quanto a mente das pessoas não funciona direito. Afinal de contas, teoricamente uma empresa progride por uma seqüência de sucessos em metas estabelecidas. Partindo desse aspecto, eu noto que em nenhum momento a palavra “meta” foi citada aqui dentro em mais de 3 anos de casa; que a gerência funciona muito bem em alguns setores, mas que em outros é completamente inoperante (quando não prejudicial à equipe); e que e-mails que trazem ameaças de cerciamento de liberdade deveriam ser de alguma forma construtivos no que se diz respeito à conscientização de limites pelas equipes envolvidas.

Mas é mais fácil latir do que adestrar. A política do medo acaba fortalecendo aos chucros com a devoção forçada dos fracos, a falta de argumento dos ignorantes e um certo clima de Auschwitz no ar, principalmente a qualquer um que ouse contestar as decisões supremas – e quase sempre não-explicadas. Por sinal, como explicar o inexplicável?

É muito mais fácil colocar um pavor a tentar fazer com que as engrenagens funcionem harmoniosamente e em conjunto… Afinal, educar dá trabalho. E quase sempre os mais ignorantes (aqueles que sempre preferiram “o jeitinho” à remodelação e profissionalização) também fazem parte da ala que dá as cartas. E aí gente como eu, que trabalha muito mais do que metade dos coçadores e puxadores de saco de plantão, e – olhem só! – com prazer, e que concilia os prazos a uma rotina saudável* acaba entrando em rota de colisão com o pessoal do estribo. E a corda aqui é mais fraca, meu brother – afinal, eu nunca fui de puxar o saco de ninguém.

Que coisa… Receber esse tipo de “instrução” justamente no dia em que minha amiguinha do Blah aqui do lado me escreve indagando até onde vale a pena trabalhar um plantão de em média 15 horas por dia com gente que você abomina, em busca de uns trocados a mais – provavelmente pra curar uma úlcera adquirida nesse período. É, meu amigo: é FODA.

Se alguém precisar de um ilustrador, por favor me avise. Primeiro.

E se você ainda não entendeu nada, LEIA ISSO.

*Eu não acredito que exista produtividade em QUALQUER aspecto da nossa vida se não tivermos prazer. Ninguém agüenta uma rotina sem o mínimo de socialização. Se a gente não estiver feliz onde trabalha, no casamento, com a família ou os amigos, somos uma sombra de nós mesmos. E isso é uma verdadeira MERDA. Esse pessoal devia assistir ou ler 1984 pra ver que gostoso é levar uma vida dessas…

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Aposto que metade dos nós-cegos que estão usando a pulseirinha amarela não sabem do que se trata. Claro que não serei eu a explicar que a dita cuja a princípio defende uma boa causa (e para que essa boa causa de fato dê resultado, seria necessário que todos a comprassem a diretamente da fonte, ao preço original de U$ 1.00).

Mas nem vou discutir essa parada aqui (os interessados que acessem esse site e se informem). O fato é que usar a borrachinha aí virou moda. E QUE MODINHA FEIA, pelamordedeus…!

Parece que todo mundo saiu da mesma balada, e esqueceu de tirar a pulseirinha de VIP. Fora que “amarelo é uma cor que combina com quase tudo”: batata-frita, fandangos, post-it, pac-man… tente enumerar as coisas amarelas que fazem parte do seu dia! A não ser, é claro, que você não tire do corpo aquela sua camisa da seleção de 1982, encardida e desbotada. Aí sim, meu caro, você tá bonito!

Existem as outras pulseirinhas, com manifestações a outras boas causas, como a (bem mais discreta e, aí sim, bacana) contra o racismo. Mas se seu interesse é de fato esse – de ajudar as boas causas, participe de uma ONG, ajude quem precisa e faça a sua parte – mesmo na miúda, sem aparecer pros outros. É tão bonito quanto estar na moda, e muita gente vai sorrir pra você (a começar pela tua consciência)!

Se de fato você se importa com a causa defendida pela pulseirinha amarela, adquira a sua pelos meios corretos e colabore com a causa (clicando aqui você vai parar no site onde, quando você compra a dita cuja, seu dinheiro vai pra onde realmente deve ir). Aí é bacana… e ela pode até ficar bonita, porque vai combinar com um sorriso de missão cumprida. E um sorriso que não é amarelo!

Mas se você é escravo da moda e não se importa com os reais significados de uma coisa que aparentemente pode ser ridícula se não tiver um contexto, continue usando sua pulseirinha amarela, sua camisa Armani, seu tênis vermelho e sua calça da Diesel. E vá dar um rolê na Daslu, seu ridículo – porque é dentro do zoológico que as antas como você devem ficar.

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O post de hoje era pra ser sobre a maravilha armada por Quentin Tarantino em seu Kill Bill Vol.2. Você volta pra casa todo empolgado, pronto para falar sobre esse filmásso, e sem querer acaba deitando um pouco na cama e assistindo a um trechinho do Fantástico.

E se alguém fez o mesmo que eu, já sabe sobre o que virá nas próximas linhas deste textinho de 3 minutos de leitura.

Reportagens sobre desigualdade social sempre são um chute no estômago quando são bem-feitas (apesar do fato da Globo ter pego um momento no mínimo “oportuno” pra mostrar seu parcialismo político, descendo o pau em alguns partidos justamente em época de eleição, quando seu dever seria denunciar toda e qualquer sacanagem o tempo todo, de qualquer um que fosse, tal o seu alcance perante a população).

E aí você vê como os “planos de governo milagrosos”, como o Bolsa Família (especificamente neste caso) possuem um projeto próximo a uma piada; como os responsáveis por certas áreas do nosso país são ignorantes, prevendo controles eletrônicos integrados em rede em pleno sertão brasileiro*; como todos somos corruptíveis em um país onde cada oportunidade não tem cara, mas sim vantagens. E vimos o show de crianças desnutridas, de desencontro de informações, de dito pelo não dito e de toda a calamidade que insistimos em esquecer quando aparecem os gols da rodada.

*Nós, metropolitanos, eletrônicos e urbanizados, sequer imaginamos o que seja essa realidade tão absurda que nos parece ficção. Não imaginamos a vida sem nossas regalias, o dinheiro sem o nosso valor e a comida fora de nosso prato. E nos culpar por erros de terceiros até parece heresia – afinal, ao que parece a culpa de todos os erros desse mundo sempre é nossa.

Mas quando percebemos que até nossa comoção pode ser dividida em antes e depois dos comerciais, a insensibilidade do ser humano me faz sentir medo. Medo que se alguém não começar a pensar em mudar o que parece impossível, em refletir sobre milagres eleitoreiros (sem explicações sobre verbas, gastos e orçamentos que nunca parecem suficientes), em notar que mais interessantes do que ataques pessoais ou rixas de interesses devem ser as propostas e PROJETOS para a melhoria deste país, vamos acabar levando tudo pra cucuia de vez…

Não é possível que continuemos omissos e conformados sobre a derrota de nossa própria memória e que congratulemos nossa apatia a cada nova manhã. Os empregos são escassos, os benefícios são medíocres e restritos, as oportunidades inexistem e qualquer melhoria em nossas vidas beira ao impossível. Nada comparável às belezas e proezas que somos capazes de retratar em nossa arte – poesia, música, esporte, festejos – que insistem em mostrar que nosso povo é um dos mais resistentes à tamanha calamidade humana.

Que não seja esta denúncia a única. Que não nos deixemos acostumar com tais desgraças, e que possamos ver até onde podemos mudar alguma coisa. Que este texto não seja mais um entre tantos, e que possa causar um mínimo de reflexão ou de revolta em você. Pois só quando somos provocados, de fato partimos para a ação – mesmo que essa ação comece pelo seu voto.

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Pra quê perder tempo falando de política, falsas esperanças, vitrine de marqueteiros e oportunistas de plantão, zoológico de palhaços que tentam falar 50 palavras em 3 segundos, ataques e contra-ataques regados de mentira e interesse, omissões oportunas, direitos de resposta?

A laia continua e continuará a mesma, enquanto este povo não for unido e não se gostar. Não aprender a acompanhar essa corja de safado, e parar de se influenciar por migalhas ou nomes conhecidos. Uma nação que se sente inferior continuará tendo governantes de quinta categoria (e não que os yankees levem muita vantagem nesse ponto, mas eles são alienados demais pra entender isso).

Se você acha que as coisas vão mudar com o seu novo prefeito e com o seus novos vereadores, que tal acompanhar (e o mais importante – cobrar e punir a cada proposta não-cumprida. Bom, isso quando eles têm alguma…) esses caras de perto? Se informar um pouco além do Jornal Nacional, parar de ter preguiça de ler e ver quanta grana entra no bolso desses caras por mês?

Quando a gente fizer isso (e pra mim isso beira à utopia), aí sim teremos exercido o tal voto consciente. Porque por enquanto, muda a merda – mas o cheiro continua o mesmo.