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E quem disse que a ditadura acabou nos tempos do AI-5? Vão degolar quem usar qualquer tipo de Messenger aqui no trampo a partir do dia 5 do mês que vem. Ao menos, é o que diz a lenda. E meu nome foi citado como “exemplo negativo” na reunião das chefias…

É, acho que enfim me tornei um fora-da-lei.

Chega a ser engraçado (pra não dar ares trágicos ao assunto): um cara é contratado pra fazer manutenção de um site. Coisa de peão mesmo, copiar e colar, sabe? Mas ele reformula e reestrutura o dito cujo (e faz dele referência pra concorrência chegar junto), monta a intranet, trabalha pra revista e na divulgação interna do recinto. Propõe um projeto de sinalização, faz tudo o que é tipo de logo, uniforme e promoção desse mesmo local, e agora entra na linha de tiro porque usa demais a internet “para fins não-profissionais”…

Gostaria de saber quem senta do meu lado pra saber do que eu trato ou não durante minhas 9 horas diárias nas minhas conversas habituais. Ou então que me mostrassem quantos jobs foram atrasados por incompetência minha. Pensar nessas hipóteses me faz pensar o quanto a mente das pessoas não funciona direito. Afinal de contas, teoricamente uma empresa progride por uma seqüência de sucessos em metas estabelecidas. Partindo desse aspecto, eu noto que em nenhum momento a palavra “meta” foi citada aqui dentro em mais de 3 anos de casa; que a gerência funciona muito bem em alguns setores, mas que em outros é completamente inoperante (quando não prejudicial à equipe); e que e-mails que trazem ameaças de cerciamento de liberdade deveriam ser de alguma forma construtivos no que se diz respeito à conscientização de limites pelas equipes envolvidas.

Mas é mais fácil latir do que adestrar. A política do medo acaba fortalecendo aos chucros com a devoção forçada dos fracos, a falta de argumento dos ignorantes e um certo clima de Auschwitz no ar, principalmente a qualquer um que ouse contestar as decisões supremas – e quase sempre não-explicadas. Por sinal, como explicar o inexplicável?

É muito mais fácil colocar um pavor a tentar fazer com que as engrenagens funcionem harmoniosamente e em conjunto… Afinal, educar dá trabalho. E quase sempre os mais ignorantes (aqueles que sempre preferiram “o jeitinho” à remodelação e profissionalização) também fazem parte da ala que dá as cartas. E aí gente como eu, que trabalha muito mais do que metade dos coçadores e puxadores de saco de plantão, e – olhem só! – com prazer, e que concilia os prazos a uma rotina saudável* acaba entrando em rota de colisão com o pessoal do estribo. E a corda aqui é mais fraca, meu brother – afinal, eu nunca fui de puxar o saco de ninguém.

Que coisa… Receber esse tipo de “instrução” justamente no dia em que minha amiguinha do Blah aqui do lado me escreve indagando até onde vale a pena trabalhar um plantão de em média 15 horas por dia com gente que você abomina, em busca de uns trocados a mais – provavelmente pra curar uma úlcera adquirida nesse período. É, meu amigo: é FODA.

Se alguém precisar de um ilustrador, por favor me avise. Primeiro.

E se você ainda não entendeu nada, LEIA ISSO.

*Eu não acredito que exista produtividade em QUALQUER aspecto da nossa vida se não tivermos prazer. Ninguém agüenta uma rotina sem o mínimo de socialização. Se a gente não estiver feliz onde trabalha, no casamento, com a família ou os amigos, somos uma sombra de nós mesmos. E isso é uma verdadeira MERDA. Esse pessoal devia assistir ou ler 1984 pra ver que gostoso é levar uma vida dessas…

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