Histórico do mês de fevereiro 2010

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No final desse noite de sexta fui até a casa da Debs, pra ver a quantas anda a gripe recém-adquirida pela pequena, após a inversão térmica de apenas 9ºC que São Paulo sofreu entre quinta e sexta. A cabeçuda resolveu forçar a barra e trabalhar ontem, e obviamente não melhorou em nada.

Com a sograiada fora, e somente com o vovô Ricoy em casa, minha função enquanto futuro marido da moça foi cuidar e mimar a dita. E assim fiz, com cobertor no sofá da sala, cafuné e carinho. Pensei em fazer uma sopinha instantânea pra amansar a garganta da criança, mas entre brócolis e champignon (os quais eu adoro, mas ela…), parti pro tradicional e infalível macarrãozinho na manteiga. Esquentando a pança no fogão, a pequena não se entendia com a dor de cabeça sem fim, que batia incessante. Naldecon rodando no corpo, taca termômetro no suvaco (e eu escrevo suvaco porque é mais bonito que “sovaco” – a Bibi concorda comigo) e mão na testa pra ver se tem febre. Nada de febre, calibra com um Dorflex pra dopar de vez. Macarrãozinho pronto, vovô e pequena felizes e comendo, matei meu desejo italianista da semana com uma ótima desculpa de cuidar dela.

Pratos limpos, eu olho pra ela e tem ali um sorrisinho besta de que tudo está melhor. Levo os pratos pra cozinha, e me submeto a uma das coisas que mais detesto ao abrir a torneira. Três minutos depois aquela coisinha amassada vem devagar pra perto de mim, me dá um abraço e diz “que me ama muito, e que agora que já disse pode voltar a ver TV”. Eu fico com cara de idiota feliz, e termino logo aquele martírio pra voltar logo pro sofá. O humor dela é outro. Pra terminar com a sessão química, o já tradicional Vick Vaporub, que quando meu pai passava no meu peito há 20 anos servia como a deixa perfeita pra chamar o sono.

O tratamento termina. Sogrão e sogrinha de volta. O primeiro bocejo. Meu dever estava cumprido. E antes de ir embora, o pensamento é óbvio: é exatamente isso o que eu quero pra minha vida.

E já começou. Que bom né?

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…as cores vão aumentando. Os espaços, diminuindo. E a vontade de distribuir tudo o que está indo ou chegando dentro de cada uma dessas caixas no nosso quadrado é coisa que não cabe. Nem em caixa, nem na gente.

A bagunça já começou, em todos os sentidos.

Vai começar…

fev
2010
26

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Amanhã.

Começa com o encontro com os muitos amigos. Muitos mesmo, tantos que pra fazer a lista demorou um tempão pra tentar não esquecer ninguém: gente que vem desde a infância, que acabou de chegar, amigos quase irmãos, amigos de fato irmãos, irmão e cunhada, ex-desafetos, gente sumida, gente sempre presente, gratas surpresas, valorosos penetras, oportunidades. Todos ao mesmo tempo, no mesmo lugar, no mesmo dia.

Nada de formalidades, muito menos falsos recates. Somos os da camiseta e calça jeans, sem maquiagem nem gel no cabelo (cabelo?). Tomamos cerveja, falamos besteira, rimos por nada, gostamos de abraçar. Falo pelos dois, no dobro do volume, mas a alegria é exatamente a mesma de chegarmos aqui. Queremos muita bagunça no sábado que está quase aí, e que em nada isso lembre aquela coisa de plástico que todo casamento acaba parecendo. Queremos bagunça.

Queremos brindes, todos os possíveis. Porque há muito o que se comemorar, em todos os sentidos. Da improbabilidade fez-se o que absolutamente ninguém apostaria, nem nós dois: deu certo. Muito certo. E se é pra começar, que seja com esse monte de testemunhas, pra ninguém mais duvidar. Sim, é possível, e será ducaralho.

Vai começar, e já estava mais do que na hora!

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Para usar sem moderação, a partir de sábado.

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fev
2010
22

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E que venha a terça-feira.

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Pegamos nossas alianças, que ficaram espetaculares. Conhecemos parentes. Visitamos amigos, nessa e em outra cidade. O noivo agora tem roupa, pois até sábado de manhã nem ideia ele tinha. A noiva já experimentou o tal vestido esboçado pelo noivo, mas feito de verdade por alguém do ramo. A primeira playlist – a do chá/beer bar – está fechada, com suas absurdas 484 músicas, pra embalar a tarde e a noite com a trilha sonora do cada vez mais casal. Já temos som, cheiro, gosto, e eles aos poucos começam a surgir.

Amanhã começa também a última das correrias dessa fase, dos nossos últimos dias de solteiro. Da Liberdade ao Butantã, o dinheiro do FGTS será enfim liberado e creditado na conta do Mauro, o ainda proprietário do nosso futuro quadrado. Começam a contar os 15 dias que nós demos como prazo para a liberação do apartamento. Na terça, pego no cartório do Taboão a autorização para que o casamento possa ser de fato efetuado. Na quarta, entrego o dito, e daí em diante, é esperar as devidas datas…

Meu estômago acabou de dizer alguma coisa: cinco dias pra festa. Doze pra mudar de estado civil. Feliz, ansioso, cansado, esbaforido, beirando ao esgotamento e potencializando energia. Sim, esse sou eu, quase um novo cara, mas a mesma porcaria de sempre.

Como é divertido isso tudo.

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O Carnaval mais quente da História da humanidade (e não estamos falando de putaria, mas sim de temperatura ambiente) está chegando ao seu final. Eu, como sempre, não pulei – porque não gosto. Mas descansei um pouquinho. De tudo o que se diz respeito a casamento principalmente, pois tratamos pouco do assunto nesses dias.

Mesmo assim, distribuímos uns poucos convites, visitamos uns poucos amigos e nos demos o devido sossego – aquele que não temos mais desde quando começamos esse processo, pois mesmo pequeno, nosso casamento tem sido bastante trabalhoso. Então, reencontramos a cervejinha no almoço, a tarde de preguiça, joguinhos de final de noite, um quebra-cabeça gigante (que só a cabeçuda da Debs seria capaz de montar sorrindo, mas eu entrei na dança e até que gostei enquanto aguentei).

Nesse meio tempo, também começamos a colocar em prática uma coisinha que vocês só saberão o que é quando as festividades começarem. E numa dessas noites, a pilantra da minha futura esposa resolveu agitar a bagunça aqui em casa. Bagunça necessária, pra arrumar a minha bagunça. Só que ao invés das coisas se ajeitarem no armário, elas estão em sua moradia temporária – aquela que simbolicamente traz a imagem perfeita de “porra, agora vai”:

E a ficha vai caindo. E as pernas, tremendo. Daqui a 11 dias, as festas começam.

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Dia 4 já se foi, há dois dias.

E nesse meio tempo, marcamos enfim a data do nosso casamento: 6 de março de 2010. Nossa segunda festa, com família e alguns poucos e velhos amigos (que também podemos chamar de família). Teremos uma pequena recepção, um bispo que nos abençoará – sim, porque fé nunca é demais, e boas energias idem – e um lindo papel onde assinaremos nossos nomes e selaremos aquele famoso compromisso.

Foram dias de cartório, de taxas, de testemunhas. Dias de encontrarmos enfim a melhor combinação entre custos e benefícios para recepcionar quem fará parte desse dia. Nosso dinheiro já virou passado. Pai e mães estão nos salvando, nessas que são as últimas grandes pendências que temos nesse momento. Virão outras, mas esperamos nos recuperar em breve (com muito trabalho, já que nenhum dos dois vem de berço de ouro).

Então ficamos assim quanto a datas:

27 de fevereiro: chá/beer bar com os amigotudo.
6 de março: brunch de casamento com famílias.

Eu adoro fechamentos.

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Enfim, novela terminada, ou quase.

Mas o final a gente já sabe, e a previsão é que entreguemos o registro do imóvel de volta pra Caixa no dia 22. Sim, o apartamento já é nosso, graças a Deus e a todo o esforço que não economizamos em fazer desde aquele dia em que saímos para, desprentiosamente, darmos uma olhada nos apartamentos do prédio que fica três ruas abaixo do nosso eleito.

Hoje foi um dia muito intenso. De noite mal dormida, pra mim e pra pequena. Encontramos nossos amigos-vendedores e sua filhota pouco depois das 10h na Caixa da Francisco Morato, onde a representante-toupeira da Fanel já nos aguardava à distância (com medo de um uppercut ou coisa que o valha, dado o relato anterior cometido nesse blog). Entramos e subimos para assinar o contrato, e uma hora depois os papéis estavam todos assinados. Muitas vezes. E dois dos três pagamentos efetuados, faltando o último, a ser feito no cartório de registros imobiliários, naquele cubo mágico chamado Liberdade.

No caminho, passando um calor condizente com o tamanho da tensão que esse processo causou, um mundo de coisas passou pela minha cabeça: desde aquele sonho distante sobre o dia em que moraria sozinho, passando pelas desilusões que tive pelo caminho até encontrar a Debs. Pensei muito nos meus pais, em especial no Carlão, que não está aqui pra ver de perto essa conquista que é a maior da minha vida até agora, mas que certamente está brindando nosso sucesso com uma latinha de Leite Moça. Lembrei de todos os sapos que tivemos que engolir pra chegar onde chegamos. Nos riscos que corremos, e de que forma nos planejamos pra driblar o desemprego, o orçamento apertado, as diferenças. Deu tudo certo. Cheguei ao cartório.

E ao entregar aquele papel e receber um protocolo dizendo que dali a 15 dias poderíamos encerrar essa jornada em segurança, com as chaves prontas a serem entregues, o sentimento de alívio sobrepôs todos os outros. Veio abaixo a tensão, o cansaço, o esgotamento de só quem sabe o quanto batalhou poderia sentir. Nossa maior vitória aconteceu. Dia 3 de fevereiro de 2010. Não esqueceremos esse dia.

E o dia 4 vem aí.

Cansa, sabe?

fev
2010
02

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Falta só um dia, em teoria.

Mas nesse processo de compra de imóvel a gente aprende e passa por muita coisa durante todo o processo, que nem é tão demorado assim. Vendo de fora, 3 meses passam voando (o reveillon foi ontem, e janeiro já é passado). Nesse aprendizado, inclui-se o tratamento entre compradores, vendedores e intermediários, o lidar com a burocracia, e principalmente o exercício da paciência.

Descobrimos que algumas instituições no país funcionam de forma séria, e outras, nem tanto. Que documentos e mais documentos existem e se batem por aí. Que existe boa-vontade e cumplicidade mesmo em relações comerciais, onde cada um poderia olhar somente para o próprio umbigo (nossos vendedores foram absolutamente parceiros do início até esse quase fim de negociação, e Mauro e Bruna fazem parte de nossas listas de e-mails daqui em diante)…

…mas também existem descompromisso e desinteresse, e esse foi o destaque negativo que nossos representantes imobiliários da Fanel Imóveis vêm demonstrando principalmente na fase final desse processo. Eu e a Debs fomos destratados por escrito, com e-mails tratando de assuntos desatualizados, desencontrados e incondizentes com as situações pelas quais o processo se encaminhou. “Se não conseguiram os recursos do FGTS, que são mais baratos, paciência…“, “segunda-feira respondo com dados precisos a esta montanha de abobrinhas” ou “você não sabia que precisava levar a matrícula amanhã?” foram algumas das frases espetaculares às quais tivemos que ter estômago para engolir durante esses infindáveis quase dois meses. Atropelos, descuidados e profissionais desqualificados deram o tom quando o nome “Fanel” aparecia em nossos e-mails ou em nossos celulares.

Portanto, mais do que o desafogo de amanhã enfim terminar essa novela relativamente rápida pra quem está de fora, mas longa demais pra quem a viveu de dentro, e enfim podermos falar que temos um apartamento, nos livrar da Fanel pode ironicamente tornar-se o motivo de maior comemoração. Porque nos irrita e desgasta demais lidar com gente incompetente em qualquer área da vida. Ainda mais numa tão grande, decisiva e cara como essa.

Serei muito feliz quando nunca mais tiver que tocar no nome desses caras.
Não recomendo a absolutamente ninguém.