Arquivos da categoria "‘Futebol’"

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Tudo bem que era a estreia.
Todo mundo nervoso.
Um monte de gente na primeira Copa…
…e o adversário era uma porcaria.
A esperança deles: um japonês.
Jogaram o tempo todo na defesa.
Estava um frio do cão…
…mas…

…PELAMORDEDEUS, QUE JOGO HORROSOSO.

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A Copa na África do Sul é mais uma tentativa de desenvolvimento de um país por meio do esporte. Independentemente do sucesso dessa empreitada (e todo o contexto que a envolve), o fato de levarem o maior evento do mundo ao continente mais fodido do mundo é louvável. Nenhum povo foi (e é) mais abusado, humilhado e maltratado do que o africano, portanto, um pouquinho de alegria não faz mal a ninguém. E todos nós sabemos que pra alegria deles e do resto do mundo, uma galera daquelas está sofrendo repressões que nenhuma emissora de TV ou de rádio mostra nesse momento. Mas tudo é assim, então que seja.

O vuvuzelaço que se ouve no Soccer City nesse momento, enquanto jogam México e os Bafana Bafana, é coisa de gente apaixonada. Pro inferno os que reclamam do barulho (um beijo pra você, Galvão), e da falta de atenção no que se diz respeito a outros assuntos. Copa é sim hipnótica, êxtase coletivo, a igualdade de condições. É onde todo mundo se abraça, e cuja guerra vira placar. Tem uns bestas que acham uma época bacana pra odiar argentinos, franceses, alemães e italianos. Besteira… uma enorme besteira. É onde se vê o futebol mais bonito e a paixão em todas as suas cores. Hora de ficar pirando em análises táticas, em teorias da conspiração e em esquadrões impossíveis. De quatro em quatro anos, as mesas de boteco vêm pra dentro de casa, do trabalho, agregam o mundo. Pra quem gosta da peleja, é o momento maior. Pra quem não gosta, é hora de curtir a festa e brincar de torcedor. Pra uns poucos, fica o azedume de achar tudo isso um saco (mas lamento, nesse país principalmente). Predomina a bagunça, e que delícia é isso…

Que venha um mês glorioso e bonito. O futebol merece.

Começou.

jun
2010
11

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E não esperem outro assunto nesse próximo mês. Serão exceções.

O som de Caetano

maio
2010
10

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Amanhã no comecinho da tarde, o professor Dunga lança sua lista dos 23 escolhidos pra Copa da África do Sul. E dali em diante, será esse o assunto de pauta de qualquer discussão em qualquer canto do país até o início da Copa, para o Brasil dia 15 de junho. E dali em diante, dependendo de nossos avanços, os desdobramentos ocorrerão com sucessos ou fracassos. E a seleção canarinho continuará em foco muito provavelmente até metade ou final de julho. Ou até mais, se alguém tiver uma convulsão ou levantarmos o caneco.

Virão os ufanismos globais. As teorias de cada um de nós (e somos muitos, milhões…), os favoráveis e os do contra. Os que não suportam essa besteira toda, a alienação do país em ano de eleição, o povo que só é patriota de quatro em quatro anos. Mas virão também os orgulhosos, os que vêem na camisa a grande imagem de força de um povo que já foi colônia e encanta ao mundo sempre que está em campo. Que enxerga beleza até em futebol de resultados, e que adora gritar, chorar, reunir, beber, morrer e viver o mês mais esperado do futebol.

Amanhã começa a Copa pra valer. A cobertura incessante da mídia. Começa o contágio das cores do país, as ruas pintadas, os muros, as bandeiras. Amanhã o brasileiro reencontra o clima que a cada quadriênio faz dele a grande força mundial, o motivo de orgulho, a imagem do sucesso. As fronteiras com a Argentina tornam-se território hostil. Não queremos ver azul e branco, branco e preto nem azul, branco e vermelho. Nossas cores se definem. O trabalho pára. O trânsito sossega e anda, mas quem está nele? Até os que não ligam arriscam palpite. Copa é isso… essa delícia de transe coletivo. Que seja muito bem-vinda.

E com a palavra, Carlos Caetano.

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Quando éramos minúsculos, ganhei a primeira referência futebolística da qual me recordo: uma camiseta do São Paulo. É, do São Paulo. Existe uma foto dessa catarse, a qual eu logicamente jamais publicarei aqui ou em qualquer outro lugar. Depois vieram os jogos de botão (lembro bem de ter um do Coritiba e outro do Guarani, meus favoritos naquelas semanas de incessantes jogos de futebol de botão no quarto da minha avó). E lembro também de quase ter me tornado palmeirense, quando assisti a um Flamengo x Palmeiras – jogo esse histórico, em que o Zetti quebrou a perna numa disputa de bola, e em que o atacante Gaúcho foi pro gol, e fez coisa que dificilmente eu conseguirei ver novamente no futebol sob qualquer circunstância (mas isso o vídeo abaixo conta melhor que eu)…

Lembro que em casa tinha bola do São Paulo. Botão do São Paulo. E apesar de tanto empurrão de família, foi naquele histórico gol do Viola contra o Guarani (aquele mesmo que eu tinha o joguinho de botões) que eu me tornei corinthiano. Pra desespero do meu pai, que era o maior opositor à ideia. Lembro também de ser o Corinthians o time mais difícil de completar naquele maldito álbum de figurinhas da Copa União…

De qualquer forma, são essas as minhas primeiras memórias. E minha opção pelo Corinthians – sem incentivo de ninguém, e na minha cabeça justificada apenas por ser contra a todos os sãopaulinos da minha família – permaneceu injustificada. Mas definitiva, e cada vez mais a cada jogo acompanhado. Gostava muito do time, do escudo, e principalmente daquela torcida que não deixava espaço em branco na arquibancada. Das bandeiras gigantes e da maior das bagunças.

Veio o título brasileiro em 90. Em cima do São Paulo, no Morumbi, pra fúria do meu pai, que pela primeira vez fez questão de assistir ao jogo em uma TV diferente da que eu assistia. Por sinal, foi exatamente essa crescente intolerância dele ao Corinthians que alimentou a minha em relação ao São Paulo (e explica muito da minha forma de lidar com o futebol). Já tinha meus 10 anos, começava a ter algumas poucas opiniões próprias, e a festa naquela vitória diante do total descontentamento do meu velho criou o primeiro desvínculo quanto a certos e errados que herdamos de quem nos cria. Meu certo era campeão, o dele, vice. E cada um que lidasse com sua verdade dali em diante.

Torci pro São Paulo nos mundiais de 91 e 92. Pro Santos no Brasileirão de 95 e pra apaixonante Lusa em 96. Lembro dos esquadrões, das zebra, das Copas. Me apaixonei de vez pelo futebol.

O tempo passou, e o fanatismo também. Fica sempre a rixa e a provocação, mas passa longe a incoerência que me fez detestar o time do Morumbi (e quem sabe um dia eu perca essa ojeriza). Fui a jogos do São Paulo, do Palmeiras também. Já chorei muito e dei muita risada com o tal do futebol. Hoje, estou vivendo a ansiedade de nossa eterna dívida. A tal da Libertadores nos trouxe o Flamengo já nas oitavas, enquanto nossos compatriotas aparentemente possuem caminhos mais fáceis daqui em diante. Será um jogão, e sabe-se lá quem leva. Eu tenho fé que passamos, mas passo longe de ter certeza. A graça de toda essa coisa é exatamente essa completa incoerência. Continuo apaixonado pelo meu Timão, e independentemente do resultado, amanhã é com o manto alvinegro que vou ao trabalho. Sexta estive no Parque São Jorge, e pro Santo Guerreiro confiei minhas preces.

É nessa eletricidade da incerteza que eu deixo minhas primeiras palavras sobre o esporte bretão nesse ano e nessa noite, em que estará em campo o maior duelo desse país. O jogo do ano, ao menos por enquanto. Não espero nada que não seja sofrimento, angústia e superação. Qualquer coisa fora disso, os cariocas passam.

São 18h15 e faltam pouco menos de 4 horas pro jogo. A partir de agora, eu me retiro pra contradizer tudo o que acabei de escrever, e me tornar um típico corinthiano. Até amanhã, e se Deus quiser, nas quartas.

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E nem sou de tietar horrores, como um monte de gente que eu conheço por aí. Lembro de quando pequeno ter ido ao Parque São Jorge com meu pai (e eu não lembro se meu irmão também foi, mas se sim isso seria motivo de uma alopração válida até o fim da vida de um dos dois). Mas naquela tarde no comecinho dos anos 90 eu resolvi macular minha camisa mais usada do Timão com o rabisco de alguns dos ídolos da época. Primeiro Elivélton, depois Silvinho, e depois o Marcelinho Carioca, pra agito geral.

Todos bastante comemorados, o último principalmente. Mas de todos aqueles caras que treinavam naquela equipe na época, meu grande ídolo só viria ao final. O dito chega na grade, e pra minha surpresa (e extrema alegria), o primeiro a ser atendido sou eu. Pra completar, o indivíduo pergunta se não pode pegar minha caneta emprestada e me devolver assim que terminar. Porra, que pergunta né Ronaldo…! O cara era mais ídolo que o Axl Rose, e pra época isso não era pouca coisa…

Mas você, caro amigo, pergunta com toda a razão: “Mas por que cargas d’água você tá fazendo esse post alvinegro no meio de todos esses textos matrimoniais?

Porque eu tenho uns amigos meio doidos, que me trazem de presente de casamento umas coisas extremamente parciais e egoístas. Sim, porque eu duvido que a Debs queira usar uma camisa roxa. E ainda mais com uns rabiscos. Mas quando eu, que recebi o tal presente, li naqueles rabiscos os dois nomes que eu mais pretendo gritar esse ano (e não por causa de uma convulsão ou de uma chuteira desamarrada):

Porque Roberto Carlos e Ronaldo mandaram um abraço. Obrigado, molecada. Eu acho essa camisa roxa foda. Só essa, as outras eu não gostei. E obrigado Thiagão, pelo presente de casal mais macho que nós poderíamos ganhar. Meus amigos me conhecem mesmo… a Debs é que não ficou muito feliz, mas isso a gente resolve na cozinha (na nossa).

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Se eu imaginasse há 15 anos que algum dia na vida estaria no Palestra Itália torcendo para o Palmeiras, o provável contexto dessa situação seria um pesadelo daqueles… Lembro muito bem do quanto sofri na mão dos adversários, daquele maldito gol narrado pelo José Silvério, do Esquadrão Parmalat, enfim… e claro, das trocentas alegrias, como a zoação pelo tabu, o gol do Elivélton, a petecada do Edílson, o gol do Manchester…

Historicamente não pude conhecer a presença alviverde da minha família. Meu avô faleceu antes que eu nascesse, mas soube pelas histórias contadas pela minha mãe que o rapaz era palmeirense doente. Daqueles que vão ao estádio e chutam as costas do cara que senta em frente a cada ataque do time. Se soubesse que eu enveredei pros lados do Parque São Jorge, muito provavelmente não teríamos um entendimento futebolístico dos mais tranquilos. Nas épocas em que eu levava o fanatismo mais a sério, seríamos prováveis “inimigos”. Mas o tempo passa, a idade chega, os gostos mudam e a tolerância aumenta…

…e ontem lá estava eu, “torcendo” pra porcada no Palestra Itália.

Chegamos faltando uma meia hora pro jogo. Um frio pra cada um, e a garoa que fez a fama de São Paulo. Deixamos o carro na Raul Pompeia e descemos até o Palestra. Seguindo a dica da moçamiga, forramos o bucho na Pastelaria Brasileira – um verdadeiro ACHADO na cultura gastronômica local. A tal esfiha de quatro queijos é coisa que não se explica. Todos nos esbaldamos no balcão do recinto, e a única dedução lógica dessa primeira experiência foi a que devemos voltar lá o quanto antes.

(Créditos: Julianfoto.)

Entramos no Palestra em cima da hora, mas já com o ingresso na mão (adquirido no dia anterior – a tática mais inteligente para não se perder tempo na fila, ou mesmo o próprio jogo). Tanto eu como o Julio – os corinthianos infiltrados, também conhecidos como agentes duplos – nunca tínhamos adentrado os domínios adversários. Confirmei minhas impressões externas: o Palestra é de fato um estádio charmoso, e a proximidade do campo impressiona. Mesmo com um baita público, assistir ao jogo com relativo conforto (relativo mesmo, porque nada é confortável debaixo de garoa e de um frio de quebrar bunda) não foi problema.

(Detalhe para a narração do João no vídeo, apresentando os presentes. O mesmo João que no Corinthians x Sport cantava loucamente os gritos da Gaviões, termina o vídeo entoando os óinc-óincs da galera. Gremista, e vendido…)

Problema mesmo foi o futebol do Palmeiras. O time, desfalcado, tinha um buraco no meio campo. A zaga inexistente e um joguinho pragmático. O Avaí deitou e rolou, e em dois ataques abriu vantagem de dois gols. Mas o time reagiu, e na raça empatou o jogo pouco antes do final. No geral, foi um jogo bem bacana…

…mas como é estranho você estar fora de seu ambiente natural. A torcida é diferente, as reações idem. As músicas são estranhas, e outras trocentas peculiaridades garantem a diversão de quem se aventura numa jornada em terras desconhecidas. É impossível para um corinthiano entoar um “Quando surge o alviverde imponente”, ou um “Eô eô, Porcô porcô!”, mas nem de longe traumatiza. A experiência foi ótima, e sim, eu comemorei muito o segundo gol do Palmeiras. Porque o importante, mais do que o resultado (ainda mais pra quem tá lá a passeio) é a bagunça causada. E nisso, os cinco presentes honraram a mesma camisa. Além daquele sentimento comum:

– Qualquer coisa que prejudique o São Paulo é bem-vinda.

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Alguém já viu dia chuvoso mais feliz que esse?

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O que faz um corinthiano se orgulhar da equipe?

– Simples, histórico, evidente. Raça.

Mas agora, no intervalo do jogo e com a gente passeando em duas parcelas de dois a zero em cima das choronas gaúchas, o orgulho vem desse toque de bola bonito, desse futebol inteligente e bem jogado que o Todo Poderoso vem exibindo no “inferno”, que pelo jeito será um inferno mesmo pro coitado do Tite, provável ex-técnico do Inter.

Sim, já somos campeões. Se acontecer um absurdo matador e a gente levar 5 gols e perder o título, este post registrará. Mas caso contrário, com a lógica prevalecendo, o Corinthians mostra mais uma vez que com um planejamento sério, um projeto de futebol e essa torcida maravilhosa que só nós temos mesmo, o resultado só podia ser esse: da série B à série A, campeões regionais invictos, e brasileiros novamente (sim, nosso 7º título nacional, contra 6 das nossas freguesas).

Felipe, Alessando, Chicão, William e André Santos. Cristian, Elias e Douglas. Jorge Henrique, Dentinho e Ronaldo. Mano Menezes. Obrigado esquadrão, pela alegria proporcionada e por esse futebol bonito, competitivo e limpo que a gente espera encontrar na seleção (e não encontra). Mesmo com emoção, a segurança que existe num time que sabe tocar a bola, armar jogadas e chutar ao gol, e chutar pro mato quando necessário, nos faz relaxar durante uma final – quem diria! E obrigado ao Inter e a seu presidente, por valorizarem ainda mais a nossa conquista.

E aguardamos vocês, queridos amigos, no vôo de primeira classe que começa em 2010 e percorre o continente americano.

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