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Lembro bem que no início da (mini) cerimônia eu estava até que bem tranquilo. Não sabia se segurava mão, braço, mas sabia que não era hora de mão no bolso. Nada de choro, eu vinha até que bem tranquilo… o bispo, muito gente boa, ajudava na descontração do momento. à minha esquerda, a Nilce e o Bassi, e pouco em seguida minha mãe e o Mauricio. Tanta paz não duraria muito, afinal de contas, era um casamento.

Poucos conselhos e palavras depois, o que havíamos preparado foi exposto a todos: ambos havíamos escrito cartas, dizendo o porquê de estarmos ali naquele momento. Porém, a carta da Debs foi a escolhida para ser lida primeiro, e eu não estava preparado praquilo. Nas primeiras palavras, desmanchei. Raras as vezes em que ela escreve, mas COMO escreve… e COMO vai aos pontos certos e se faz entender. Durante as minhas lágrimas, vi a Nilce chorando, e soube depois que muitos dos que estavam ali fizeram o mesmo. Foi lindo, mesmo, e dá um aperto bom de lembrar. Pouco depois a minha foi lida, e não foi nada diferente daquilo que se lê por aqui. Por isso mesmo, ficou pequena perto de um fator surpresa tão bom como foi a carta da pequena.

E aí veio a confusão. Porque o bispo pediu para que segurássemos nossas mãos direitas. Em seguida, pediu para que eu pegasse as alianças. E em seguida, nos declarou marido e mulher. E eu não sabia o que fazer com aquelas alianças que ainda não estavam em nossos dedos. Um monte de informação e emoção junta, e então ele pede para que eu coloque a aliança na mão esquerda dela… e eu confundo a mão. Sim, porque eu fui capaz disso. E quase faço cagada, mas todos rimos e eu pude realocar meus 3 neurônios no caminho do matrimônio. E tudo funcionou depois disso.

Já éramos nós.

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Acordei (e não só eu) com o barulho de uma chuva assustadora. Chuva que me permitiu mais meia horinha de sono, uma vez que a ansiedade se fazia presente, porém perdia feio pro aconchego da minha cama. Passamos parte da noite arrumando o salão de festas, naquilo que nos era possível. Saindo de lá, a Dé me perguntou se eu achava que tudo daria certo. Eu disse que sim, mesmo desconfiado daquilo que havíamos conseguido. Não era muito, e talvez por isso ficamos preocupados…

Fato é que resolvi sair de casa mais em cima da hora do que o planejado na noite anterior. Banho de noiva também foi o do noivo, que não quis fazer feio no dia do próprio casamento. Levei a camisa e fui de camiseta (e isso nem faria tanta diferença depois). Chuva, trânsito, nunca parei meu carro tão longe daquele prédio (o brunch seria no condomínio onde mora a família da Debs). Encontrei Bibi e Dani na portaria, com a Carol* – que seria a responsável por todos os registros fotográficos da festa.

Peguei o notebook, e voltei correndo pro salão – que a essa altura já estaria decorado, com buffet montado e alguns convidados (era o que a hora me dizia). Assim que entrei devo ter aberto um sorriso muito do idiota. A decoração ficou linda, a Agnes deu um show e o salão era outro. As pessoas já estavam chegando mesmo naquele tempinho feio. O estômago começou a embrulhar. Fui conferir cozinha, decoração, se estavam todos bem. Corre daqui, corre dali, mais algum tempo e minha mãe, meu irmão e minha cunhada chegaram – com o bolo. Eu já estava com os nervos à flor da pele. Subimos com o dito, acomodamos na geladeira. Dei uma geral com a Dani no som. Ofereci à Bibi a entrega das alianças, mas mudei de ideia pouco depois ouvindo o aconselhamento dos outros. Acabei colocando as ditas no bolso.

– A Debs já ta aí.

E aí meu amigo, as pernas viraram manteiga. Peguei no braço da minha mãe e fui pra porta. Os dois minutos mais longos da minha vida. Todo mundo à minha frente levantou. Esse momento, eu lembro bem, foi filmado e entrará logo abaixo desse parágrafo assim que eu o tiver de posse.

Silêncio. Um silêncio sem fim. E Beatles.

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Entrei. Acho que me emociono mais hoje escrevendo do que naquela hora, em que tanta coisa pra qual você se preparou enfim começa a acontecer. Era de verdade, estava rolando… mal olhei pra minha mãe, nem ensaiamos nada. Chegamos à mesa do bispo bem rápido, John nem teve a chance de entrar com a segunda voz…

E aí eu olhei pra trás, e dois segundos depois ela entrou. E que riam da minha cara, me chamem de bobo ou de qualquer outra coisa, mas eu não consigo descrever a sensação que foi vê-la daquele jeito, e com um sorriso que dificilmente ela mostra pros outros. Mas mostrou, e eu não conseguia imaginar outra coisa que não fosse “eu sabia que por trás daquele jeans surrado e daquela camiseta preta se escondia isso tudo”!

Eu não sabia se abraçava o sogro, se abraçava a pequena, se a beijava. Então fiz os três. E dali em diante começou o casamento pra valer…

[continua]

*Carol que neste momento está tratando e organizando as fotos. Fotos que eu ainda não vi, e que estou roendo as pontas dos dedos (porque as unhas já foram) pra ver. Um exercício de paciência que eu mesmo e a Debs proporcionamos à Anna e ao Kadu, e que agora estamos pagando na mesma moeda. Mas valerá a pena, tenho certeza…!

A vida é nova…

mar
2010
11

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…e ainda, offline. Por isso mesmo, os detalhes e novidades vêm sendo cuidadosamente guardados na memória. Com o tempo (e mais alguns dias), o ritmo, a vida e a própria internet voltam a seus devidos lugares. E com elas, os textos por aqui. Por enquanto, eu continuo correndo, e muito. Mas pra quem achava que isso tudo nunca ia acontecer, segue uma pequena recordação de nossa mini lua-de-mel, pra registrar que o papo agora é outro…

…enfim, agora, no plural.

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…que me ensinaram a viver. Obrigado, estejam onde estiverem.

E bem-vindos à minha nova vida.

Um.

mar
2010
05

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Hoje, só Beatles. A contagem pra que o dia acabe logo começou de madrugada, com um sono que insistia em não durar, ou em ser interrompido pelo nó de marinheiro que tornou-se meu estômago. Tenho que correr atrás de algumas coisas ainda. Acertar as últimas pendências pessoais – contas que deixarão de existir, outras que passo a ter a partir de segunda. Arrumar a mala pra mini lua-de-mel que teremos. Verificar se o salão está ok, arrumar o que podemos antes do buffet de amanhã chegar e se instalar. Enfim… estou vivendo o último dia de uma vida.

A partir de amanhã, tudo é novo. Viajo morando em um lugar pra voltar morando em outro. Outro endereço, outra família, outras responsabilidades. Acabou a comidinha pronta quando chego em casa, os limites do quarto, o jeito dos outros. Agora passo a falar sobre nós, e não mais sobre mim. E apesar de tentar mensurar uma mudança gigante como essa, eu tenho certeza de que tanto eu como a Debs ainda não fazemos a menor ideia do quão grande e diferente será tudo isso. E que delícia essa completa ignorância!

Minha “despedida de solteiro” aconteceu na prometida cerveja com os dois irmãos de mais de 20 anos de convivência. Nada de puteiro – as carnes vinham assadas, e as cervejas eram divididas com outras famílias num lugar dos mais pacatos, no coração do Campo Belo – minha terra por dez anos, e adotada de coração pra sempre. E ontem mesmo já comecei a me desmanchar, pra não perder meu rótulo de eterno manteigão. Estava protegido ali, com ambos. O Japonês já disse que vai ser difícil de manter tranquilo amanhã pela manhã. O Kadu ainda parece mais comedido, mas conheço bem os amigos que tenho, e sei que essa velharada vai abrir o berreiro de novo, assim como todos nós fizemos no casamento do Marcel. Haverá uma gravata, me disseram e prometeram. Mas só pra ser cortada, e não pra ser usada. É o única forma de me engravatar que eu aceito nesse casamento…

Antes de dormir, mais umas palavrinhas com Bibi e Dani. Dani tentando me acalmar um pouco, mas a noite ainda assim foi mal dormida. A mãe já separou o calmante, pra me dopar durante a madrugada de hoje. Eu não sou a melhor pessoa pra segurar emoções, e essas eu já não estou segurando.

São 10h30. Daqui a exatamente um dia encerra-se um ciclo. E começa outro, se Deus quiser, muito melhor e completamente novo e desafiador. Nunca faltou tão pouco.

mar
2010
04

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Não é todo dia que a gente é capaz de prever mudanças.

Muito menos saber quando e como elas acontecem. É implicitamente nosso maior desejo poder prever certas coisas: se tal atitude vai colar, se a comida vai ficar gostosa, se tal programa vai dar certo… enfim. O que não nos falta na vida é o prazer da dúvida. Eu tenho desfrutado desse prazer initerruptamente, e com mais intensidade do que nunca nessas últimas semanas.

Semanas que envolveram muito trabalho, preocupação, correria. E exigiram a dedicação e responsabilidade de quem de fato está pronto a dar o próximo passo. Um próximo passo bem grande, que muda o endereço, que te faz viver a vida de outra pessoa dali em diante. Aumenta a família, estabelece novas metas, te faz abrir mão de coisas que há muito são suas, para outras que passam a ser deliciosamente “nossas”. É um barato essa coisa de casamento…

Desde pequeno eu não sabia qual seria a minha reação quando essa hora chegasse. Se eu ficaria ansioso ao extremo, irritado, inseguro, abobalhado, reticente. Talvez, com a rapidez com que as coisas se movimentaram, eu não tenha tido tempo pra me preocupar com esse tipo de dúvida, e de repente, cá estamos nós, faltando dois dias para concretizar esse sonho. Nem insegurança, nem medo, nem euforia, nem nada. E quando cai a ficha (e eu tenho a impressão que hoje ela caiu), o que acontece é aquele baita frio na barriga, anunciando que “a hora chegou”.

Hoje pagamos nossa primeira prestação, e nosso primeiro condomínio, mesmo não tendo feito a mudança ainda. Hábitos que perdurarão por muito e muito tempo, e é bom que nos acostumemos aos respectivos desfalques. Mas foram comemorados, assim como os detalhes finais do buffet de sábado, e alguns outros retoques que ainda estamos fazendo. Tudo do nosso jeito, com um ou outro pitaco aqui e ali. Mas a fase é de conclusão, e o cansaço vai sim dando lugar à ansiedade. É hora de começarmos a nos arrumar. De continuar encaixotando as coisas. De bater os últimas detalhes.

O privilégio da dúvida não cabe nessa decisão. Ela é nossa, toda nossa. Com muito orgulho e cada vez mais real. Quisemos, e cá estamos, realizando o que na nossa cabeça era impossível há pouco mais de um ano, e impensável há uns três. Pois é… a graça da vida é duvidarmos de tudo. Disso inclusive. E olha só o que ela apronta com a gente…

Já passou da meia-noite. Posso dizer agora: é depois de amanhã.

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E nem sou de tietar horrores, como um monte de gente que eu conheço por aí. Lembro de quando pequeno ter ido ao Parque São Jorge com meu pai (e eu não lembro se meu irmão também foi, mas se sim isso seria motivo de uma alopração válida até o fim da vida de um dos dois). Mas naquela tarde no comecinho dos anos 90 eu resolvi macular minha camisa mais usada do Timão com o rabisco de alguns dos ídolos da época. Primeiro Elivélton, depois Silvinho, e depois o Marcelinho Carioca, pra agito geral.

Todos bastante comemorados, o último principalmente. Mas de todos aqueles caras que treinavam naquela equipe na época, meu grande ídolo só viria ao final. O dito chega na grade, e pra minha surpresa (e extrema alegria), o primeiro a ser atendido sou eu. Pra completar, o indivíduo pergunta se não pode pegar minha caneta emprestada e me devolver assim que terminar. Porra, que pergunta né Ronaldo…! O cara era mais ídolo que o Axl Rose, e pra época isso não era pouca coisa…

Mas você, caro amigo, pergunta com toda a razão: “Mas por que cargas d’água você tá fazendo esse post alvinegro no meio de todos esses textos matrimoniais?

Porque eu tenho uns amigos meio doidos, que me trazem de presente de casamento umas coisas extremamente parciais e egoístas. Sim, porque eu duvido que a Debs queira usar uma camisa roxa. E ainda mais com uns rabiscos. Mas quando eu, que recebi o tal presente, li naqueles rabiscos os dois nomes que eu mais pretendo gritar esse ano (e não por causa de uma convulsão ou de uma chuteira desamarrada):

Porque Roberto Carlos e Ronaldo mandaram um abraço. Obrigado, molecada. Eu acho essa camisa roxa foda. Só essa, as outras eu não gostei. E obrigado Thiagão, pelo presente de casal mais macho que nós poderíamos ganhar. Meus amigos me conhecem mesmo… a Debs é que não ficou muito feliz, mas isso a gente resolve na cozinha (na nossa).

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Houve uma festa há pouco mais de quatro anos que me levou a pensar que era possível juntar um monte de gente querida e organizar uma reunião à base de risada, comida e cerveja. Nessa festa apareceram exatas cinquentra criaturas, que se revezaram desde a metade da tarde até o final da noite, com direito a uma esticadinha madrugada adentro. Depois daquilo, mais algumas tentativas e nada parecia capaz de superar aquele encontro.

Até a tarde desse 27 de fevereiro.

O gosto de celebrar a dois com todo mundo foi sentido pela primeira vez, nesse nosso namoro de pouco mais de dois anos e meio. Não houve bolo, nem troca de alianças. Mas não faltou carinho. Aquele de verdade, que é entregue pessoalmente num abraço, numa piada, num brinde. Que delícia foi apresentar a Debs a quem há tanto queria conhecê-la, e de repente encontrá-la circulando e dando risada com as mais novas amizades. Abrimos somente os presentes cujos responsáveis exigiram presenciar nossas reações. Hoje abrimos o restante, e todos os que arriscaram algo pessoal marcaram golaços.

Chegamos às 13h no Espeto da Villa (o qual recomendamos muito após a festa, pelo serviço e pela qualidade de atendimento e dos produtos – esse gol foi nosso, com excelente assistência da Neguinha). Pouco depois começaram a chegar três, quatro, seis, nove… oitenta e cinco. Sim, porque a gente conta pra não esquecer de ninguém. Amigos de escola, faculdade, trabalho, da vida… gente que precisava aparecer, que fez surpresa, que foi e voltou, e que chegou de última hora. Abusamos da boa vontade da mesma Neguinha, e muitas fotos foram tiradas durante todo o sábado – fotos que eu ainda nem vi como saíram, e estou roendo o que sobrou dos dedos (porque as unhas já foram) pra ver o estrago que foi feito. Tendo em mãos, elas vêm pra cá. E mesmo com o som não saindo exatamente como planejávamos (mas salvo, graças novamente à Neguinha e seu DVD), tudo deu muito certo: do buffet à previsão do tempo, o universo conspirou e nos ajudou. Da primeira à última gargalhada, foram dez horas de festa. Da nossa festa. A primeira, de todas as outras que virão daqui em diante.

Por sinal, a próxima já está aí. Aí sim, com troca de alianças. E bolo, se eu conseguir.

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No final desse noite de sexta fui até a casa da Debs, pra ver a quantas anda a gripe recém-adquirida pela pequena, após a inversão térmica de apenas 9ºC que São Paulo sofreu entre quinta e sexta. A cabeçuda resolveu forçar a barra e trabalhar ontem, e obviamente não melhorou em nada.

Com a sograiada fora, e somente com o vovô Ricoy em casa, minha função enquanto futuro marido da moça foi cuidar e mimar a dita. E assim fiz, com cobertor no sofá da sala, cafuné e carinho. Pensei em fazer uma sopinha instantânea pra amansar a garganta da criança, mas entre brócolis e champignon (os quais eu adoro, mas ela…), parti pro tradicional e infalível macarrãozinho na manteiga. Esquentando a pança no fogão, a pequena não se entendia com a dor de cabeça sem fim, que batia incessante. Naldecon rodando no corpo, taca termômetro no suvaco (e eu escrevo suvaco porque é mais bonito que “sovaco” – a Bibi concorda comigo) e mão na testa pra ver se tem febre. Nada de febre, calibra com um Dorflex pra dopar de vez. Macarrãozinho pronto, vovô e pequena felizes e comendo, matei meu desejo italianista da semana com uma ótima desculpa de cuidar dela.

Pratos limpos, eu olho pra ela e tem ali um sorrisinho besta de que tudo está melhor. Levo os pratos pra cozinha, e me submeto a uma das coisas que mais detesto ao abrir a torneira. Três minutos depois aquela coisinha amassada vem devagar pra perto de mim, me dá um abraço e diz “que me ama muito, e que agora que já disse pode voltar a ver TV”. Eu fico com cara de idiota feliz, e termino logo aquele martírio pra voltar logo pro sofá. O humor dela é outro. Pra terminar com a sessão química, o já tradicional Vick Vaporub, que quando meu pai passava no meu peito há 20 anos servia como a deixa perfeita pra chamar o sono.

O tratamento termina. Sogrão e sogrinha de volta. O primeiro bocejo. Meu dever estava cumprido. E antes de ir embora, o pensamento é óbvio: é exatamente isso o que eu quero pra minha vida.

E já começou. Que bom né?

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…as cores vão aumentando. Os espaços, diminuindo. E a vontade de distribuir tudo o que está indo ou chegando dentro de cada uma dessas caixas no nosso quadrado é coisa que não cabe. Nem em caixa, nem na gente.

A bagunça já começou, em todos os sentidos.