Arquivos da categoria "‘Música’"

Mostrando a cara…

maio
2010
28

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…e de uma forma pra lá de digna. Agradecendo publicamente à Van, que me colocou no rolo e fez com que minha cara fosse parar na capa de uma das maiores revistas sobre música de todo o mundo. A partir dos 1:31…

“Music. See what it’s made of.”
Advertising Agency: AlmapBBDO, Sao Paulo, Brazil
Executive Creative Director: Marcello Serpa
Creative Directors: Dulcidio Caldeira, Luiz Sanches
Art Directors: Marcos Medeiros, Danilo Boer
Copywriter: Andre Kassu
Illustrator: Marcos Kotlhar

Dio

maio
2010
16

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Mas que merda.

Slash

abr
2010
16

escrito por | em Música | 1 comentário

Uma pequena pausa nos relatos domésticos, porque a vida não é feita só de reformas domésticas. Não fiz por aqui nesse ano nenhum texto sobre futebol, pois estou morrendo de medo de ter novamente as expectativas alvinegras naquele famoso torneio sulamericano frustradas (pois sempre que eu abro a boca por aqui sobre o assunto, acabamos levando nabo). Se no silêncio, terminamos a primeira fase com a melhor campanha, seguirei mudo sobre isso até agosto (ou para sempre).

Da mesma forma, não falei sobre a Formula 1. Também pudera… quem aguenta assistir corrida às 5h da manhã, nessa maldita temporada asiática? Quem teve a ideia estapafúrdia de reduzir as temporadas americana e europeia em prol dos insones petrodólares? Não há fanatismo que supere tanto sono. E mesmo assim, cá estou eu me preparando pro GP de Xangai daqui a 3 dias… cabeçudo.

Porém, existe a música. E com ela, vêm as novidades, como o tal novo cd (homônimo) do Slash, que eu acidentalmente soube que já havia saído, e corri atrás em seguida. E após uma audição nem tão cuidadosa assim, a conclusão que se tira é que o dito cujo é bem mais digno que o fatídico e cirúrgico Chinese Democracy, do pseudo-Guns N’ Roses.

Antes de qualquer coisa, a capa é de gosto BEM duvidoso.

Não é nenhuma pretensão analisar o disco, uma vez que as audições esporádicas foram feitas a esmo. Mas destaca-se o dueto gasolínico com Lemmy Kilmister em “Doctor Alibi”, a balada inesperada com Adam Levine em “Gotten”, o dueto tardio mas delicioso com Iggy Pop em “We’re All Gonna Die”, e uma assombrosa revelação com um tal Myles Kennedy (que pesquisando depois, eu descubro ser o gari que recolheu os restos mortais do Creed e fez com aquilo uma banda chamada Alter Bridge), e nesse projeto do velho guitarrista cabeludo mandou a espetacular “Starlight”.

Não sei por quantas vezes ouvi repetidamente essa faixa nos últimos dois dias. Também não sei de que buraco arranjam esses caras, mas nem vou perder meu tempo descrevendo a tal faixa. Ouçam vocês mesmos e me desmintam se puderem.

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Axl Rose deve se arrepender todos os dias ouvindo coisas desse tipo…

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Faz tempo que eu não mando uns comentários musicais aqui. Vamos brincar de falar sobre as coisas velhas que acabei de escutar e que vêm embalando minhas tardes e noites ultimamente:

Concert For George
Vários artistas (2002)

Esses shows-tributo normalmente são de uma pieguice sem fim. Chamam aquela dezena de artistas da moda, um ou outo com algum contexto, mas no final das contas a gente termina de assistir sentindo falta do original, uma vez que sua obra acaba sendo massacrada sem medo por “novos arranjos”…

Mas eu não sei o porquê pensei em algum momento que Concert For George faria parte desse meio. A produção musical de show é de Eric Clapton e Jeff Lyne, o que o isenta de qualquer suspeita quanto à qualidade do cast envolvido e dos tais novos arranjos (que foram somente enriquecidos, e não descaracterizados). Fazem parte do tributo os Beatles remanescentes, Tom Petty & The Heartbreakers, o saudosíssimo Billy Preston, Jim Keltner e Klaus Voormann (que participaram do Concert For Bangladesh – Jim também tocou com os Traveling Wilburys), e mais vários outros artistas “menos famosos” que mereceram uma pesquisa paralela e não perdem em nada para os já citados. Além obviamente do set indiano de Ravi Shankar e sua filha, e da participação de Dhani Harrison (o filho do homem, e cuja imagem é assustadoramente igual à do pai) em praticamente todas as músicas.

O concerto em si tem as já tradicionais apresentações solo (cuja banda de fundo é conduzida por Clapton e Lyne), e um fechamento apoteótico com as últimas músicas sendo tocadas por praticamente todos juntos no palco. Repertório e arranjos espetaculares, apoiados em arranjos orquestrados. Emocionante, consistente e extremamente bem executado, o show é um primor de produção e deliciosamente tocante. Pra quem, que assim como eu, venera os Beatles e seu guitarrista mais talentoso (porque beatlemaníaco tem seu preferido, e o meu é o George), é um verdadeiro deleite.

Live: 1975-1985
Bruce Springsteen (1986)

Live In Dublin
Bruce Springsteen (2007)

Deu vontade de ouvir o menino esses dias. Lembro bem que um dos cds que eu mais cacei (antes de lançarem no Brasil – o meu é importado) é o MTV Plugged do cara (não escrevi errado não, é elétrico mesmo). Bruce Springsteen é daquelas coisas americanas ao extremo, assim como a Estátua da Liberdade, o Burger King ou o Estado do Texas. É cafona gostar de um cara que fotografa a própria bunda presa num jeans e coloca na capa de um disco chamado “Born In The USA”… é praticamente um Galvão Bueno musical yankee.

Mas é bom, pra cacete. E a E Street Band é redonda demais, e toca muito. Fui atrás de um disco ao vivo do menino e trombei essas duas preciosidades: Live 1975-85 é de uma pegada excelente, no melhor estilo rockão da década de 80 (o álbum é de 1986). Poucas baladas e muita guitarra em 3 horas e meia de uma compilação de shows com o melhor do repertório da criança. Já Live In Dublin (2007) foi um tiro no escuro, sem olhar repertório nem nada, e a surpresa vem nos arranjos em parecria com uma Big Band espetacular chamada The Seeger Sessions Band. Gravado em 2006, prioriza um repertório Folk mas longe de ser monótono. Bruce vem envelhecendo com dignidade, e as raízes rockeiras do rapaz mostram-se aprimoradas, e especialmente nesse disco, equipando e acelerando o repertório da banda de apoio. De ouvir do começo ao fim fácil, fácil.

Esses foram os cometários da vez. Discos novos ou antigos, ouvindo e gostando, eu comento.

El Rey

dez
2009
25

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Um dos outros amores da minha vida, pra começar o ritual de sepultamento deste ano. Minha música querida, meu rock tão amado, que por vezes este ano foi confundido com imbecilidade juvenil (ter que ouvir coisas como “beber mijo é rock n’ roll pra caralho” me faz pensar que tipo de futuro essa coisa tem). Mas depois de assistir à titia Elton John lá no distante janeiro, passando pelo excelente e bem executado pop rock do keane, chegando ao maravilhoso AC/DC ao final deste ano, e ao (re) descobrir bandas e mais bandas na minha e em outras playlists, eu faço questão de encerrar o ano com uma nova velha paixão. Que faz covers maravilhosas, reinventa canções tradicionais, e traduz no verdadeiro e honestíssimo rock aquilo que nós, verdadeiros rockeiros, valorizamos nesse ritmo que tanto nos encanta: a alegria de curtir esse som que nunca cessa, e que dá uma tremenda suadeira de tanto pular.

Gracias, Maná. Novamente, uma sempre ótima revisita.

E pra molecada que bebe mijo, esse som é uma cover de José Alfredo Jiménez. “El Rey” é um clássico da música latina, do qual eu nunca havia ouvido falar até chegar aos meus ouvidos na voz do Fher. Maná, banda de verdade, a melhor das Américas, porque pela voz do Fresno, do NXZero ou da porcaria do Strike que não ia chegar mesmo. Uma função de rockeiro de verdade é fazer cover de coisa boa, e fazer um material próprio melhor ainda. Eles já vêm de mais de duas décadas, fazendo exatamente isso. Espelhem-se no que é bom, cambada de criança burra, sem repertório e revoltadinha de shopping center.

Abismal*

nov
2009
29

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Esse post chega dois dias atrasado. Em termos, pois foram necessários sim dois dias para se recuperar do show arrasa-quarteirão do AC/DC. Puxando os textos do post anterior, aquilo tudo que eu disse sobre o som dos caras… sim, é verdade. Sim, é melhor ainda ao vivo. E sim, é MUITO melhor quando Angus Young se joga no chão a poucos metros de você e fica rodando com a guitarra, solando como se aquilo fosse a coisa mais fácil e natural do mundo, enquanto chove papel picado na sua cabeça e nas cabeças de outras 70 mil pessoas ao mesmo tempo ao som de Let There Be Rock.

Sobre a chuva que não se decidia sobre foder ou desocupar a moita, as imensas filas (que sabiamente não foram enfrentadas pela Caravana Campineira, o Delay e a Naomi – minhas ilustres companhias nesse evento), e os babacas decora-refrão que encheram o saco durante o show, nem vale muito a pena se aprofundar. Sempre existe um chato no meio do show, e normalmente onde está um, estão cinco, sem camisa, se agarrando, se batendo e se amando, mas mantendo a cara de macho. As capas de chuva seriam mais úteis se fossem armaduras, mas não foram. As filas, nós já desistimos de encarar. Somos velhos, e os telões, enormes. Fomos felizes, principalmente quando acabou o horripilante show de abertura do Nasi, que poderia perfeitamente ter caído do palco e nos poupado das sete covers extremamente mal cantadas pelo mesmo do nosso rock tupiniquim. O AC/DC merecia um showzinho de abertura melhor. Ou talvez, nenhum, se era pra fazer o que fizeram.

Fato é que quando as luzes se apagaram e a projeção da animação que introduz Rock N’ Roll Train tomou conta do telão, a galera veio abaixo. E quando o telão se partiu em dois, dando lugar à absurda locomotiva no meio do palco, foi a deixa para que soubéssemos que a noite seria épica. E não, isso não é um exagero…

Introdução do show. Ao final, o palco praticamente explode. O telão se divide em dois…

…surge o trem, e o que se vê é isso. Mas ao vivo é bem mais bonito…

Um palco grandioso, com toda a pirotecnia necessária para um show maiúsculo como o do AC/DC. Mas a grande diferença entre uma lenda como essa e as bandas pretensiosas de hoje em dia é exatamente essa: os efeitos não são o fim – são sim o suporte para a música, que se sobrepõe o tempo todo, sem deslizes, às animações, explosões e firulas que acontecem no cenário. Edições de vídeo excepcionais, iluminação perfeita, enfim… uma equipe de apoio tão craque quanto aqueles cinco senhores.

Foram dezessete músicas, previstas no setlist básico da turnê. As músicas novas não ficaram devendo nada aos grandes clássicos. Brian Johnson é de uma simpatia sobrenatural, mesmo não fazendo aquela média que todo gringo faz por aqui, se auto flagelando num português colado. Brincadeiras em inglês, as risadinhas básicas, e muito carisma, o tempo todo. Energia que não faltava, e que toda a banda reforçava.

Mas o grande maestro é sim Angus Young. O escocês sobra no palco, tanto na música como na performance. Descrever o que ele faz com a guitarra é chover no molhado, todo mundo sabe. E mesmo feio (e como é feio, Deus do céu… que família horrorosa, e que em muito lembra o Smeagol) não pára um segundo de pular, de chamar a galera e de fazer parecer daquilo tudo uma tremenda farra na garagem de sua casa. Até o strip-tease do rapaz foi aplaudido com entusiasmo, mesmo com ninguém querendo ver aquele ser com as pelancas de fora. Quem se importa? Todas as músicas são comemoradas por ele, servidas como presentes suculentos aos fãs. Os chifrinhos vermelhos forraram as camadas do panetone. Mais luzes à festa…

Mesmo espremidos no gramado, impossível não pular e se esgoelar com as músicas que crescemos ouvindo nos botecos da 13 de maio, na casa dos amigos, naquele cassete gasto enquanto andávamos de metrô. Assim como os Rolling Stones em 1998, encontrar pessoalmente ao AC/DC é materializar uma lenda. E quem já fez isso uma vez sabe o tamanho da importância de uma coisa dessas.

*A expressão cai como uma luva, Naomi. Obrigado!

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Foi numa tarde lá por volta de 1994 ou 1995, mais ou menos. Eu realmente não me recordo desse tipo de lembrança com a precisão devida, dado que já se vão uns 15 anos. Mas isso não importa. Importa sim que eu estava de bobeira na casa do Marcel, pois o convite pra estrear aquele videogame esquisito e repleto de botões (e que anos mais tarde eu saberia que o tal PlayStation do cara tornaria-se o que é hoje) me pareceu bastante atrativo.

E nessa tarde de semana qualquer, antes de ligar o viodeogame (e eu estava sedento pra que o cara fizesse isso logo), ele veio me mostrar a aquisição: um cd duplo do AC/DC, edição limitada e importado. Artigo de luxo pra época, com notinha de dólar promocional com a cara feia do Angus estampada, e o escambau. Muito bacana mesmo. E eu, que já era iniciado no universo rockeiro na época, ainda não conhecia a banda.


A principal diferença nesses últimos 15 anos: o que eu não tinha, e o que eu tenho.

Na cara dura, pedi pro rapaz gravar aqueles cds em fita pra mim. Eu não lembro se foi ele ou não quem gravou, ou se fui eu mesmo que o fiz. Fato é que o meu cassete daquele CD ficou tão falhado que mal dava pra escutar, de tanto que rodou. Tempos depois, comprei o tal cd, simples mesmo, sem requintes nem nada, mas sabendo exatamente do que se tratava. Não fui ao primeiro show da banda aqui no Brasil – minha família estava passando por um perrengue financeiro seríssimo naquela época. A tour de Ballbreaker ficou marcada como lacuna na minha vida. Coisa que eu devia ter cumprido como obrigação, e não aconteceu (assim como os shows do Ramones, do Roger Waters ou qualquer outro que eu quisesse ir na época e não pude).

Hoje eu preencho essa lacuna. Com chuva, com os amigos, com meio-período de trabalho, com o que quer que seja. É simplesmente alegria, pois AC/DC é simples. É rock do início ao fim, sem firulas, brutal mesmo. E por isso é tão bom. Amanhã, afônico e feliz (porque essa combinação é inevitável), eu provavelmente conte como foi. Por ora, eu fico por aqui, escutando Let There Be Rock. Pra quem quiser entender o espírito, é só clicar em PLAY.

E sempre lembrando: valeu Marcel. Mais uma que te devo. E até a noite.

Oldies are better

out
2009
27

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Eu adoro milagres da tecnologia. Acredito mesmo que muita coisa absurda vem pro bem, e acho extremamente saudáveis alguns experimentos que beiram à loucura. Também gosto de efeitos especiais. Trazem realismo às coisas que a gente só imagina, e concretizam para as multidões.

Lembro bem que nos idos de mil novecentos e alguma coisa assisti no Fantástico ao clipe de Unforgettable, com Nat King Cole fazendo dueto com a filha, Natalie. Eu era criança, nem conhecia Nat King Cole, e achei aquilo espetacular: botarem ali lado a lado a filha, vivinha da silva, e o pai, gravado há muitos anos e cuja vida deixou apenas a obra. Lindo, poético, trouxe a curiosidade e dali em diante alguns novo universos musicais foram desbravados. por causa de um videoclipe: de um pequeno milagre da tecnologia.

Juntar os ídolos mortos a artistas vivos tornou-se um hábito. Às vezes muito bom, às vezes um verdadeiro sacrilégio. E dessa vez por muito pouco o American Idol não comete uma dessas. Porque qualquer produtor são de consciência não aceitaria deixar que Celine Dion subisse ao palco ao lado do Rei, tal a discrepância. Mas nem a gritaria chata da nariguda conseguiu estragar essa obra-prima chamada If I Can Dream. A montagem, no fim das contas, ficou bem bonita… e arrepia – principalmente aos mais bananas, como eu:

E o mais engraçado, ao final de tudo isso: comprova-se por A mais B que, caso fosse possível (e convenhamos, foi) colocar esses dois juntos no palco, o pica-pau de fato fica pequeno e murchinho perto do Pai De Todos. Porque assistir ao Elvis naquela época, hoje ou no futuro é sempre um deleite. Vida longa ao Rei…!

Menos um

out
2009
01

escrito por | em Música | 1 comentário

É favor dar PLAY no vídeo antes de ler o post. Obrigado…

De acordo com aquela demência que foi a venda de ingressos para o U2 (um dia republico os posts relativos à epopeia), fato é que um único show do AC/DC no Brasil provocou SIM uma puta correria. Mas que, convenhamos, dado o histórico de badernas relativas à organização de shows no país, só poderia dar em site fora do ar, filas gigantescas e desinformação geral. Mas talvez pelo fato de dessa vez ter escolhido um ambiente indoor (a Saraiva do Shopping Ibirapuera), e companhias suficientemente engraçadas (Delay e Jãozinho) pra me fazerem suportar duas horas e meia de espera, o ingresso tá na mão e lá vou eu pros embalos de vinte e sete de novembro à noite, na pista do panetone.

E com isso, espero tirar da fila daqui a quase dois meses mais uma das pendências de “shows que eu preciso ver antes de morrer”. Alguns deles andam chegando fora de hora… eu não tenho mais saúde pra encarar pista, muito menos cotovelada de adolescente. Mas pra uns e outros, como os tiozões da Austrália, eu tiro a energia do fundo da gaveta, penduro os pôsteres na parede e arranjo uma camiseta surrada.

Fórmula básica: 4 horas de cerveja, umas 10 horas com os amigos e 2 horas de rock de verdade. Não falha, não tem idade e é gostoso pra cacete. Lá vamos nós de novo…

Sorria

set
2009
29

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Se existe algo recompensante aos curiosos de plantão é descobrir pérolas, de qualquer tipo: um filme, um sabor, um cantinho, uma promoção. Nesse final de semana, eu descobri uma. Óbvia que só, mas deliciosa de ser apreciada, e cujo valor de mercado vai às alturas depois de uma análise mais aprofundada. Por sinal, é exatamente nesse remexer de informações e dados históricos que ela de fato adquire seu real valor.

Foi num zapear de canais, que na minha TV (que só passa sinal aberto) me deparei com um tal Especial na MTV Brasil. Especial que claramente não era produzido pela MTV, pelo tempo de duração – quase duas horas – e pela profundidade na abordagem do assunto abordado.

A produção de Smile, por Brian Wilson.

Que há tempos eu tenho perfeita noção da grandiosidade da sua obra e quão importante ele foi para os Beach Boys. De quanto a cabeça dele influenciou os quatro de Liverpool e toda essa coisa. É pré-requisito saber esse bê-a-bá se você, mais do que curtir, gosta mesmo de estudar as histórias do rock e da música pop.

E Brian Wilson é aquele personagem enigmático que normalmente não é a referência padrão, muito menos sua obra tem uma difusão tão grande quanto a dos Beatles. Mas o tal do especial (que posteriormente descobri ser um filme bem do bom, que lá fora é baratinho mas aqui no Brasil custa os olhos da cara mas que eu tô babando pra conseguir um original – já que o torrent veio rapidinho), chamado “Beautiful Dreamer: Brian Wilson and the Story of Smile” é de uma absurda competência. Os depoimentos de Brian sobre seu tempo de reclusão, sua forma de controlar – ou não – sua mente criativa, suas relações pessoais e as narrativas sobre sua queda e ascenção são emocionantes. As entrevistas são de raríssima felicidade, com depoimentos de gênios como Van Dyke Parks (o produtor original de Smile), Elvis Costello, Roger Daltrey, George Martin e até a aparição de um tal de Paul McCartney.

E abrilhanta ainda mais uma obra como a de Brian Wilson conhecer o quão absurda pode ser a mente de um ser humano, que faz da criatividade excessiva uma aptidão de gênio e uma cratera para a queda. Encontrei em pesquisas posteriores essa matéria, que resume bem muito daquilo que se vê no filme. Vale ler, vale ouvir, e vale muito conhecer. Porque ainda dá pra se maravilhar com as histórias de superação desse ou daquele indivíduo por aí.

E sim, ainda existe muita coisa boa nesse mundo… e alguns gênios por aí.