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01/jan/2009 – dia 7
Puerto Madero, Buenos Aires

Não nos cansávamos de percorrer os diques de Puerto após a queima de fogos. Lugar bonito dos infernos esse, as pessoas incessantemente brindavam e fotografavam e pulavam e se abraçavam e o clima era de pura festa mesmo, então, nada mais natural do que se deixar levar.

Procurávamos telefones livres, para ligar pra casa e mandar um feliz ano novo às famílias. Depois de ralar muito (ou vocês acham que somente aqui o tronco das empresas telefônicas congestiona?), encontramos dois orelhões vizinhos que nos permitiram falar com nossos pais. Eu me lembro muito bem que estava brigado com meu pai pouco antes da viagem, e foi muito bom eu mandar um eu te amo nesse último reveillon em que pudemos fazer isso – coisas que a combinação de espontaneidade, euforia e prosecco possibilita com maior facilidade…

Missão cumprida, partimos em busca de um banheiro livre (afinal de contas, drinques e frio aumentam nossa capacidade diurética). E aí você pode me perguntar: “Mas naquele post anterior você não disse que havia ido no tal banheiro do Roberto Julio?” – Fechado, meu camarada. A essa hora a chave do dito deveria estar no carro do rapaz. E não havia mais nada por lá que não fossem os tais restaurantes com reservas. Nesse momento, eu olho pro lado e a pequena Debs sentencia:

– Vamos invadir.

Endoidou, eu pensei. Começamos a sondar os diques e a galera já estava pra lá de mamada, passeando entre os restaurantes e o cais, e de lá pra cá resolvemos entrar no tráfego de turistas, e quando nos demos pro conta, lá estávamos dentro de algum daqueles restaurantes que sinceramente eu não faço a menor ideia de qual tenha sido. Fato é que nunca foi tão fácil entrar numa festa “privada” (sem trocadilhos).

Aliviados, pés doendo, caras de bobo, era hora de voltar pro apartamento. Pensamos em pegar um táxi… mas a noite estava tão, mas tão gostosa que começamos a voltar a pé mesmo. E andando pela Plaza de Mayo (que em muitos momentos se assemelha ao centro velho paulista), era absurda a tranquilidade daquele lugar: sem ninguém te seguindo, ameaçando ou importunando, caminhamos com a paz que sonhemaos um dia em ter aqui. E mais do que isso: até a limpeza de lá era de se estranhar… a “sensação de estar em outro país” que é expressão chavão por aqui justifica-se em momentos como esse. Seguimos até a Avenida Santa Fe, e de lá chegamos no hotel. Uma noite pra lá de calma, e especialmente proveitosa. Encerrávamos 2008 da melhor forma, e fazíamos do primeiro dia de 2009 algo bastante promissor.

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