Arquivos da categoria "‘Umbigo’"

colors@work

fev
2009
06

escrito por | em Umbigo | 1 comentário

Katrina

dez
2008
08

escrito por | em Umbigo | 6 comentários

Já deu né.

Eu tive muito medo de falar da minha vida pela web assim, escancarado e derramado a quem quiser saber, durante todo esse tempo. A conta do Orkut virou poeira (e essa não faz falta nenhuma), eu me proibí de falar do meu namoro, das coisas que não deram certo na minha vida nesses últimos tempos – como as amizades que eu perdi (ou não, mas isso só o futuro e as ações alheias que podem desencadear a minha são capazes de responder); a agência Vasco da Gama na qual me meti e na qual por pouco não afundo junto aos 20 e poucos que saíram de lá enquanto durou minha coragem e me faltou senso crítico; da minha família falida, da qual restou a minha mãe e só como companhia confiável e porto seguro, uma vez que meu pai e meu irmão se mostraram como são de fato, e pra minha vida, já não servem mais nem como paisagem, entre tantas outras coisas.

Eu cansei dessa minha auto-censura. E cansei também de necessariamente ter que me proteger ou esquivar de nomes e pessoas em prol da boa educação e etiquetas virtuais. Não existe utilidade alguma em se esconder de um mundo como esse, em que as pessoas são pessoas, passíveis de erros e acertos como eu sou, e como você também é. Portanto, para evitar os mal-entendidos que a descomunicação acarreta, vamos retomar de onde paramos: lá, nos idos de 2005, quando eu não tinha medo de represálias ao abrir a minha boca.

Por sinal, esse mesmo não-medo que levou minha vida àquilo que ela é hoje: com uma lista maior de pessoas que não querem me ver nem pintado de ouro (e às quais, sinceramente, meu rancor é do tamanho de uma ervilha, isso quando existe), outras que chegaram há pouco e já se ambientaram (e se acomodaram, e estão curtindo bastante aquilo que encontraram), dentre outras variantes que qualquer ser humano é capaz de viver. Ou melhor, e refazendo a frase: que todo ser humano VIVE em algum momento da sua vida (e alguns azarados vivem tudo isso ao mesmo tempo).

O coração está forte, bem cuidado pela Debs e por mim. A cabeça dorme tranquila todas as noites, sabendo que cada problema será resolvido, cedo ou tarde, e as angústias ganham caráter prioritário nessa lista de pendências: são poucas, cabem numa mão, e terão cada qual a devida atenção (e uma ou outra um chute definitivo pro espaço). Que o que posso fazer estou fazendo, e o que não posso, que façam se de fato querem que algo mude – por aqui, por aí ou sabe-se lá onde. Este texto talvez sirva de post-it, pra me lembrar que a reclusão e os impedimentos que enterram um dos meus prazeres são sim coisa do passado a partir de agora, e que se alguém queria ver algo diferente por aqui, creio eu, essa hora chegou.

escrito por | em Umbigo | 1 comentário

De certa forma sair pra trampar em casa e arriscar de verdade alguma coisa nessa vida foi uma grande bola dentro. Me livrar dos problemas alheios pra cuidar dos que são só meus é coisa que todo mundo deveria experimentar um dia. É turbulento, é instável e é uma emoção só. Mas é gostoso, e muito mais gostoso é você ser o maior responsável pelo seu trabalho, pelos seus clientes e pelo resultado oferecido – além da enorme vantagem de se poupar de ouvir aquelas besteiras que só o seu chefe é capaz de proferir (se ele é daquele grupo dos profetas, dos sábios ou dos gurus, você sabe do que eu estou falando).

Têm sido dias bem divididos entre o trabalho, o coração, parte da família e alguns outros projetos. O trabalho não vem faltando, graças a Deus, e os resultados vêm sendo melhores do que o esperado. O coração, devidamente maltratado por toda aquela lista de nomes de anos e anos de decepção, agora é devidamente calejado e cuidado com o devido carinho pela ex-amiga que será a futura esposa. Eu acho que tanta porrada serviu pra que quando chegasse quem de fato deveria cuidar do dito, eu pudesse valorizar com a devida atenção cada pedacinho de cada gesto, e hoje eu estou devidamente realizado, feliz e completo com ela. A família é aquilo de sempre, e isso em nada interessa aos outros. Os projetos eu encaminho com quem de fato estiver envolvido em cada um deles.

Mas no geral, vale registrar um bom momento. Sim, este blog deixou de ser o espaço umbigo extended para dar espaço a outras diversas coisas que sim, eu gosto, e que sim, acho que são discutíveis por aí. Minha vida deixou de ser, mas mesmo assim vez ou outra vale citar alguma coisa. Principalmente coisas boas, que a gente gosta de dividir com quem está por perto.

Preguiça social

out
2008
14

escrito por | em Umbigo | 3 comentários

Não é de hoje que não é fácil me aturar. Causa simples: eu não gosto de complicações maiores. Gente difícil (e entenda-se por isso as que adoram procurar pêlo em ovo, têm o umbigo maior que um bueiro, inflexíveis e temperamentais, entre outras espécies) normalmente fica pelo caminho durante minha vida. As pessoas que não são passíveis de afastamento (como alguns familiares, por exemplo) são causa constante de conflito, sendo que o crédito e a confiança nessas pessoas de longe já se foi. Nem todos surgem assim, mas os que o são hora mais hora menos se mostram completamente. E aí a coisa vai pro brejo.

É simples: eu não tenho saco. Me irrita quem fala pelas costas. Me irrita mais ainda quem não fala, e desconversa. Quem manda recado nem entra na lista. Tenho quase 30 anos, Deus do céu, e essa posturinha ridícula me tira do sério. Querem levar tudo ao pé-da-letra? Levem. Querem pensar o impensável? Pensem. Querem concluir sem explicações? Façam isso. Eu não tenho mais paciência, e tempo, e saúde, e tudo mais para esses desocupados de plantão. Leiam um livro, procurem alguém pra amar, trabalhem mais e cuidem menos da vida alheia. É fato irrefutável que os que passaram os anos (e alguns já passaram décadas) por perto e mantém-se assim são aqueles que sabem das regras básicas de uma vida social que eu queira fazer parte: assumam-se como são, saibam dialogar, tolerar sempre que possível, e quando possível não for, venham a mim com todas as pedras que acharem que devem atirar. Mas atirem, e não ameacem.

Porque não basta a falsa ilusão de uma nova eleição. Nem a desesperança nesse povo burro e preguiçoso de raciocínio. Nem as orações aos inúmeros Deuses que inventaram por aí. O mundo é sim imperfeito, e cada pessoa administra o livre arbítrio da forma que lhe convier. Eu administro dessa forma, à qual quem me conhece certamente já sabe, e que nem todos concordam. Já fez mais diferença na minha vida, e já perdi gente muito mais importante por causas menores. E não, isso não é direcionado a ninguém em específico. Mas de tanta encheção de saco que tenho tido nas últimas semanas, creio que um pouco de verdade não faz mal a ninguém.

escrito por | em Umbigo | 2 comentários

Meu blog é colorido, feliz, cheio de figuras e tem um discurso que atinge aos leigos, aos novos, aos recatados e a quem chegar. Não se faz de besta, não arrisca o que não sabe, não foge muito ao pop e por vezes beira ao infentil. Eu gosto de tudo isso e pretendo continuar assim, por muito tempo até sabe-se lá onde essa coisa possa chegar. Qualquer coisa fora disso é coisa que eu não entendo, não faço parte e por ser estranha, pode contaminar, mas nem de longe dominar. Voltei a me reconhecer escrevendo, e era tudo o que eu precisava pra continuar me divertindo por aqui.

Aê.

escrito por | em Umbigo, Vidinha | 1 comentário

Falsa é aquela impressão de que se você for muito além dos limites da terra, acaba afundando no mar. Se você nadar, mas nadar mesmo, se preparar pra todas as dificuldades que estão em frente, saberá que lá do outro lado do oceano existe uma praia te esperando. O mesmo se aplica ao abismo, que amedronta enquanto ninguém constrói uma ponte sobre a cratera, ou uma escada para adentrá-la com segurança.

Primeiro parágrafo filosófico. Eu imagino que essa primeira idéia seja clara o suficiente para explicar os devaneios posteriores. Aventuras pessoais e alheias (muito próximas às vezes, nem tanto outras) mostram que o mundo não acaba no risco – por sinal, às vezes esse mesmo risco é bem necessário para que algo enfim aconteça. Algo como conseguir um emprego novo, seguir o próprio caminho, passar do abraço ao beijo e por aí vai.

Tenho notado que a política do medo por muitas vezes aparece nessas horas: da ameaça de se perder o que é certo, de ficar de fora do sucesso, de deixar pra trás o que foi feito de bom, de nada poder superar o que já foi até ali. Balela. Tudo balela: seu voto vale sim e tudo vai continuar como está, não importa o partido; você não vai morrer de fome se seu salário for substituído por outros investimentos; mais um telefonema pode sim mudar muita coisa, assim como uma retratação, um repensar, uma reconsideração das coisas; as chances não acabam – elas acontecem assim como o dia e a noite. Oportunidades para tudo e para todos sempre hão de existir.

O negócio é nadar, forte e sabendo que existe algo nos esperando lá do outro lado. Às vezes acontecem surpresas no meio do caminho (que podem ser péssimas ou fantásticas), e nem sempre a gente chega onde esperava. Mas sair da areia querendo-se chegar a algum outro lugar é o melhor a se fazer quando o som começa a arder (ou a virilha a coçar). Acredite nisso, e o que mais disserem por aí, é mentira. Pois cada um nasce com o próprio umbigo, pra lavar e cuidar – e isso é questão muito pessoal.

Ok…

jun
2008
24

escrito por | em Umbigo | Nenhum comentário

Apesar de ter a completa consciência da merda alheia, deixemos que cada bunda faça a sua parte, enquanto eu cuido somente da minha.

escrito por | em Umbigo, Vidinha | 3 comentários

Memórias sobram. Alguns planos começaram a pintar logo nos primeiros minutos deste ano. A idade só é sentida na falta de fôlego nas ladeiras – aerobicamente eu sempre fui um fracasso, mas meu carro ajudou a piorar o que já parecia horrível. Quilos a mais, cabelos a menos, vários fios de barba brancos (mas ainda nenhum de cabelo, ao menos que eu tenha encontrado). Dias de reconstrução, de algumas incertezas, de muita esperança. Expectativa, só mesmo a do telefonema dos amigos – aqueles, de verdade e que eu nem preciso enumerar ou citar: sempre aparecem. Os presentes eu já me acostumei a não receber… esses há tempos não surgem e passaram a ter uma importância muito menor depois de algumas reviravoltas de verdade na vida. Hoje só marca mais uma passagem tranqüila. Encerra-se um ciclo, começa outro e eu continuo firme e forte, graças a Deus.

Creio que venho cumprindo bem meu papel nesse planeta, após 28 janeiros. É dia de agradecer, de receber novamente os de sempre, de me surpreender com algumas novidades, mas principalmente, de registrar aqui mesmo que tudo isso tem valido muito a pena. Quando eu era criança, esse dia dava frio no estômago. E que bom que nem isso mudou (tanto).

escrito por | em Umbigo | 6 comentários

Insistente.

Esse seria o laudo atribuído a quem, por tanto tempo, mantém o hábito de escrever sobre qualquer besteira e discutir esse tipo de coisa mais algumas pessoas (posteriormente, habitués e potenciais amigos, ou qualquer coisa a mais dessa natureza). Mas fez falta escrever, e acho que o melhor dos motivos é a justificativa-chave pra esse retorno bastante inesperado: o momento é de muita paz, e as coisas vão bem e dando muito certo.

O que vai contra os princípios básicos da choradeira e do mimimi, dos desabafos angustiados e das crises existenciais de trocentos blogs por aí (e deste aqui também, em outras épocas e em sua inauguração lá no distante ano de 2002). Longe da ilusão de que em futuros textos isso não aconteça, mas a intenção é sim registrar os dias de Sol que já vêm de alguns meses. Mesmo com a queda do Todo poderoso Timão à segunda divisão nacional (depois da queda o coice – acho que na vida de todos, inclusive do Corinthians).

E o ano começou há duas semanas. Vieram algumas poucas (mas muito arrojadas) resoluções para 2008: manter a rotina de produzir e trabalhar meus desenhos, ilustras e jobs – e chegar na qualidade atingida por alguns amigos; deixar o coração feliz e tranqüilo como há seis meses está; e mais algumas outras metas que não cabe tal exposição – ao menos não por escrito. Janeiro começou em plena atividade, com mãos sujas de tinta, passeios em lojas procurando cama, benjamim, terminais elétricos e luzes de teto, pesquisas de preço, aberturas de firma, acordos firmados, e estudos e mais estudos (de mercado, de projeto, de planos). Gosto muito disso, dessa aceleração e desse frenezi necessários para espantar pra longe qualquer sono ou preguiça. Ter o que fazer e a ansiedade em realizar são as coisas que constroem as metas, baseiam os projetos e trazem o tesão necessários para partirmos pra cima. A hora é exatamente essa.

Portanto, este blog também passa a ter um fim: acompanhar tudo isso, essa eletricidade no ar. Trazer alguns novos relatos de rotina, alguns bilhetes presos na geladeira, alguns barbantes no dedo. Mostrar resultados. Não dá pra perder de vista tudo isso, então reativemos o álbum de memórias da diaba pin-up. Brinquemos de laboratório. Enfim, vamos nos divertir um pouco de novo.

P.S.1: Os comentários agora só estarão ativos aos usuários cadastrados. Portanto, caso você queira fazer parte dessa “comunidade” que não é do Orkut e por isso mesmo é muito mais seletiva (e com isso, ganhamos em qualidade nesta vizinhança digital), siga as instruções para o cadastro e participe. Possivelmente outros benefícios futuros serão atribuídos aos que toparem essa empreitada. Além de evitar spammers, e outras visitas não adequadas ao ambiente. Sim, sou segregador mesmo – foda-se.

P.S.2: Obrigado à Carol e ao Soul por terem me ajudado a formatar essa casa durante a madrugada de ontem, testando e relatando tudo o que um usuário que se arrisque por aqui pode encontrar pela frente, ajudando a arrumar a interface e dando seus pitacos.

Shortcuts

jun
2007
27

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Qualquer adepto da leitura lê um livro mais rápido que eu. Pra ser bem sincero eu não me importo muito com isso – compenso minha inabilidade literária com uma constante renovação musical, que poderia facilmente ser demonstrada num blog temático ou algo que o valha. Mas eu não tenho essa pretensão, e acho que minha Last.fm já diz muito sobre isso, e me ajuda a recomendar aquilo que gosto aos mais chegados.

Fato é que eu não gosto deste blog, ainda. Porque ele não é suficientemente self-made pra mim. Eu não gosto de me apropriar da propriedade alheia e moldá-la às minhas necessidades. O tesão que existe nesse proceso, ao menos pra mim, é cuidar da terra, plantar a semente, acompanhar o crescimento e depois de tudo isso, aí sim comer os frutos. Sair do Blogger e passar ao WordPress foi sim uma puta mudança, mas ainda falta conhecer essa terra do PHP e dos bancos de dados da vida. Aí eu fiz esse scrapbook amarelo, chamei de blog e ele ainda não me desce direito.

Da mesma forma, escrever tornou-se um desafio. Minha leitura a passos de tartaruga fez com que somente hoje eu entrasse no meu segundo livro do ano. Após terminar os shortcuts sobre o Arsenal do Nick Hornby, entrei no do Tony Parsons. Permaneço na Inglaterra, De certa forma rodeado pelos assuntos de sempre e que me fizeram bem a vida toda, e que não revelam nada além de gostos pessoais: música, futebol e sexo.

Fica claro que estes primeiros textos giram ao redor de um universo umbigo do qual neste momento moro sozinho e com portas e janelas fechadas. Não toco nas feridas, não falo muito alto nem quero nada muito além desse pouquinho. De certa forma, acho que essas tentativas de novamente falar um pouquinho de mim são esboços de um início de reação. De querer sair disso tudo e voltar àquilo que gosto, que é falar sem medo, viver sem tanta paranóia, e não precisar me esconder atrás de livros, músicas e linguagens de programação que eu (ainda) não entendo.