Na boa…

out
2008
16

escrito por | em Futebol | 1 comentário

…e editando o texto, pra algo com mais qualidade:

Eu lembro da seleção de 90. Que não treinava, que tinha jogadores talentosos, e que tinha aquele poço de inutilidade e imbecilidade chamado Sebastião Lazaroni no comando. Aos que não viveram essa época, vale dizer apenas que a base de 94 veio dessa seleção, com alterações sim, mas com um cara chamado Parreira treinando a amarela. Retranqueiro? Burocrático? Campeão Mundial. Sim, com uma enorme ajuda do Romário, mas foi ele que tirou nossos 24 (ui!) anos de fila. E que me venham falar o que for: Telê comandou 1982, e não chegamos lá. Vale a estrela, e o Parreira tem.

Agora, temos Dunga. Que assim como Sebastião, nunca ganhou nada de importante (Copa América NÃO é a Eurocopa Americana – é torneio de par ou ímpar entre Brasil e Argentina). Dunga não convoca seleção: anuncia o que mais lhe convém no mercado de clubes. Afonso, Thiago segunda divisão Silva, , Ronaldinho sem clube, todos foram negociados depois das convocações oportunistas. Os que foram por pouco ou não cumpriram a meta que eles, internamente, acertam entre si, continuam convocados. Jô, Elano e Robinho certamente estarão na seleção até sairem do Manchester City. Enquanto isso, um dos poucos que se safou do vexame olímpico – o excelente bambi Hernanes – permanece no time cor-de-rosa, e já que não foi pra Europa, também não volta pra seleção. Quando estiver lá fora, certamente o papo muda.

Acabou a paixão. Acabou a tensão das convocações da amarelinha. Acabou o futebol espetáculo (que a seleção do Felipão dava SIM, assim como a do Parreira, que mesmo burocrática tinha uma dupla de ataque infernal e sempre inspirada, e um banco de reservas pra lá de competente). Até o Galvão bueno desistiu – preferiu a Formula 1, que obviamente é mais emocionante e mais honesta do que essa Eliminatória. Esse amontoado de milionários vagabundos que hoje formam a seleção brasileira é hoje vitrine de avaliação pro mercado europeu, e dane-se o espetáculo. Dane-se o público que paga cento e cinquenta contos pra assistir a um empate horroroso com uma Colômbia que, pra “nossa” sorte, não tem mais Higuita, Rincón, o craque Valderrama e Faustino Asprilla. Nem raiva esse time dá mais, porque cada vez mais a gente pouco se importa com essa cambada. Eu torço contra mesmo, queria que não vingasse a classificação pra Copa, mas com esse grupo de times vagabundos e sucateados que o continente comporta, é praticamente impossível não estarmos na Copa daqui a dois anos. E reencontrarmos a França. Ou a Guatemala. Ou Honduras. E rodarmos.

Se o Kaká jogasse em campo metade do que ele joga no comercial do Gatorade, eu estaria feliz.

E enquanto isso, mandam o Luis Roberto pra narrar aquele que vem sendo um alento aos fãs do que é de fato futebol: o Mundial de Futsal da FIFA, que tem o Neto/Pelé das quadras fazendo miséria, decidindo jogo e humilhando adversários. O Falcão é tudo o que esperamos da seleção dos estádios. E se ela fizesse 5% do que ele faz já seríamos muito gratos. Mas a CBF é coisa tão contaminada, tão obscura e tão mercenária que esses talentos óbvios, como Kaká, Robinho Mascarado, Ronaldinho, Diego e mais uma cacetada de gente por aí, vai por água abaixo enquanto for capitaneada pelo Sebastião Júnior, e pelo eterno Ricardo – o Nuzman do futebol. Que ninguém contesta, ninguém afasta, e que só vai embora quando afundar de vez a barca, ou não conseguir mais gastar tanto dinheiro.

Com o Dualib foi assim, e olha onde fomos parar. Ainda há tempo.

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