…e editando o texto, pra algo com mais qualidade:
Eu lembro da seleção de 90. Que não treinava, que tinha jogadores talentosos, e que tinha aquele poço de inutilidade e imbecilidade chamado Sebastião Lazaroni no comando. Aos que não viveram essa época, vale dizer apenas que a base de 94 veio dessa seleção, com alterações sim, mas com um cara chamado Parreira treinando a amarela. Retranqueiro? Burocrático? Campeão Mundial. Sim, com uma enorme ajuda do Romário, mas foi ele que tirou nossos 24 (ui!) anos de fila. E que me venham falar o que for: Telê comandou 1982, e não chegamos lá. Vale a estrela, e o Parreira tem.
Agora, temos Dunga. Que assim como Sebastião, nunca ganhou nada de importante (Copa América NÃO é a Eurocopa Americana – é torneio de par ou ímpar entre Brasil e Argentina). Dunga não convoca seleção: anuncia o que mais lhe convém no mercado de clubes. Afonso, Thiago segunda divisão Silva, Jô, Ronaldinho sem clube, todos foram negociados depois das convocações oportunistas. Os que foram por pouco ou não cumpriram a meta que eles, internamente, acertam entre si, continuam convocados. Jô, Elano e Robinho certamente estarão na seleção até sairem do Manchester City. Enquanto isso, um dos poucos que se safou do vexame olímpico – o excelente bambi Hernanes – permanece no time cor-de-rosa, e já que não foi pra Europa, também não volta pra seleção. Quando estiver lá fora, certamente o papo muda.
Acabou a paixão. Acabou a tensão das convocações da amarelinha. Acabou o futebol espetáculo (que a seleção do Felipão dava SIM, assim como a do Parreira, que mesmo burocrática tinha uma dupla de ataque infernal e sempre inspirada, e um banco de reservas pra lá de competente). Até o Galvão bueno desistiu – preferiu a Formula 1, que obviamente é mais emocionante e mais honesta do que essa Eliminatória. Esse amontoado de milionários vagabundos que hoje formam a seleção brasileira é hoje vitrine de avaliação pro mercado europeu, e dane-se o espetáculo. Dane-se o público que paga cento e cinquenta contos pra assistir a um empate horroroso com uma Colômbia que, pra “nossa” sorte, não tem mais Higuita, Rincón, o craque Valderrama e Faustino Asprilla. Nem raiva esse time dá mais, porque cada vez mais a gente pouco se importa com essa cambada. Eu torço contra mesmo, queria que não vingasse a classificação pra Copa, mas com esse grupo de times vagabundos e sucateados que o continente comporta, é praticamente impossível não estarmos na Copa daqui a dois anos. E reencontrarmos a França. Ou a Guatemala. Ou Honduras. E rodarmos.
Se o Kaká jogasse em campo metade do que ele joga no comercial do Gatorade, eu estaria feliz.
E enquanto isso, mandam o Luis Roberto pra narrar aquele que vem sendo um alento aos fãs do que é de fato futebol: o Mundial de Futsal da FIFA, que tem o Neto/Pelé das quadras fazendo miséria, decidindo jogo e humilhando adversários. O Falcão é tudo o que esperamos da seleção dos estádios. E se ela fizesse 5% do que ele faz já seríamos muito gratos. Mas a CBF é coisa tão contaminada, tão obscura e tão mercenária que esses talentos óbvios, como Kaká, Robinho Mascarado, Ronaldinho, Diego e mais uma cacetada de gente por aí, vai por água abaixo enquanto for capitaneada pelo Sebastião Júnior, e pelo eterno Ricardo – o Nuzman do futebol. Que ninguém contesta, ninguém afasta, e que só vai embora quando afundar de vez a barca, ou não conseguir mais gastar tanto dinheiro.
Com o Dualib foi assim, e olha onde fomos parar. Ainda há tempo.
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Passou da hora do Lula parar de ser comentarista dos jogos da seleção e partir para a ação com relação a CBF.