O quinto Beatle

set
2008
17

escrito por | em Música | Nenhum comentário

Se o ditado “diga-me com quem andas que eu te direi quem és” fosse de fato aplicado da forma correta, por vezes figuras como esta teriam brilhado muito mais do que de fato brilharam. Há pouco menos de dois anos Billy Preston de fato juntou-se às outras estrelas e por lá certamente está rindo desse planeta assim como fazia escondido atrás de seu Fender Rhodes ou de seu Hammond.

Há alguns anos eu de fato passei a conhecer um pouco mais do que esse gênio deixou registrado por aí. Além de estar mais do que presente naquilo que viria a ser o Get Back dos Beatles, suas gravações com George Harrison são absoutamente irretocáveis. George Harrison, protagonista de um dos registros mais espetaculares do própiro Preston, que está presente na minha edição (obrigado novamente, Yara) do Concert for Bangladesh, e cuja palhinha vocês podem conferir ao final desse post.

Eu só pude conhecer esse monstro (e desde então passei a correr atrás da obra do cara, e o resto é história – esta aqui) após o show que o Eric Clapton deu no Pacaembu em 2001. Das gravações em DVD, Billy estava lá fazendo o que faz no vídeo a seguir, com muitos anos a mais, mas com a mesma paixão de quem se enterra na própria música e a vive em cima do palco. No Brasil, ele já não acompanhava a turnê de Clapton (estava em seu lugar Greg Allinganes, que não fez feio). Mas o que encanta na performance de Preston, além da sua típica voz de negão que sabe muito e vive de música (e quando isso acontece, é bom atentar porque o mínimo que se espera é o melhor), é a interpretação intensa, a alegria constante de quem teve um fantástico berço gospel e nele fêz-se grande, e suas apresentações ao vivo, que tornavam-se verdadeiros rituais de celebração e alegria.

Um tecladista exuberante, discreto quando ladeado por grandes estrelas, mas que brilhava por si só e pela qualidade de sua música. Assim como Richard Wright, outro que saiu de cena há poucos dias e que deixa uma lacuna que somente os anos serão capazes de valorizar – discreto no palco e dono de outra obra inestimável. Os gênios da música que permanecem entre nós são cada vez mais raros.

Senhoras e senhores, o fantástico e saudoso Billy Preston:

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