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As coisas funcionam de uma maneira engraçada. Ou trágica, dependendo do ponto de vista e do momento em que são vistas.

Num primeiro momento, surge a idéia de uma brincadeira coletiva. Tão pouco competitiva que sequer possui um prêmio. A intenção? Se divertir, Tirar um sarro alheio, ter mais assunto pro almoço… enfim, fazer do trabalho um lugar um pouco mais bacana. Afinal de contas, já existe gente demais pra atrapalhar nossa vida: seja pegando no pé, olhando torto, falando pelas costas, e isso sem contar os próprios problemas de organização interna. Não é privilégio deste ou daquele local de trabalho – sempre tem alguém ou alguéns querendo te detonar.

Brincadeira posta em prática, chama-se quem está a fim e historicamente sabe brincar. No início, tudo muito bonito e muito engraçado. A notícia espalha como se fosse catapora. A rádio corredor traz a curiosidade da galera e o assunto toma proporções inesperadas. Mas tudo bem, tudo sob controle. As brincadeiras internas agora são parte da vida dos outros que, mesmo não entendendo muita coisa de início, acompanham e palpitam de um jeito ou de outro.

Mas esse negócio de liberdade e anonimato são encantadores demais pra qualquer ser humano. Quem entra na internet pela primeira vez se assusta com o tamanho do jardim, e a completa falta de cercado. Aí das duas uma: ou encontra um lugar pra ficar e define seus objetivos (onde e o que plantar); ou sai invadindo o espaço dos outros achando que nada vai acontecer.

O problema é que na web, ou aqui no mundo real (de onde eu estou escrevendo) por detrás de tanta palavra existem pessoas. Uma pra cada letra, pra cada espaço. E o poder da palavra é um negócio complicado. Se dita mais alto, soa diferente do que dita baixo ou no tom normal. Escrita, ganha registro, poupa memória.

Não foram poucos os registros que rolaram nessa brincadeira. Só que em determinado momento, a coisa saiu do âmbito “comédia” e passou pra “competição” mesmo. E assim como nos exemplos que a gente já está cansado (literalmente) de conhecer, esse “tipo” de brincadeira pode ser levada a sério demais por algumas pessoas.

E aí cada um que fique com seus objetivos. O da Globo é ver os peixinhos se matarem no aquário. O meu era o oposto, e não funcionou. Portanto, pra evitar novas conversinhas em off, acordos infantis e outras modalidades mal-intencionadas (e cujas quais eu simplesmente não sou conivente, e ainda abomino e não entendo), mais fácil declarar uma coisa:

– O jogo acabou. E não sei se alguém pode se considerar vencedor nisso tudo. Foi uma tentativa, mas como tudo nessa vida consiste em oportunidade e erro, quem sabe mais pra frente algo de novo possa ser feito. E claro – com pessoas ainda mais selecionadas. Afinal, nem todo o veneno foi filtrado. Sendo assim, melhor evitar possíveis lesões futuras.

A programação normal está de volta.

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