escrito por | em Brasilidades, Futebol | 2 comentários

Hoje de manhã, estava eu aqui no meu home-office enquanto Elia Júnior (sim, aquele lá dos tempos que eu era criança) dizia que nesta Olimpíada o Brasil vem tendo um desempenho fantástico. Obviamente mudei de canal.

E agora, que o Riquelme acabou de fazer o terceiro gol e o nosso técnico anão colocou o Jô (beijo do Gordo pra vocês!) como última opção para que nos salvemos de (mais) um vexame – o mesmo Jô que saiu como refugo do Timão para ser craque (sic) na Rússia (sic de novo), eu reforço tudo aquilo que eu já disse por aqui, e para os que eu convivo ou convivi…

Trememos como sempre. Não nos impusemos quando fomos sacaneados. Apelamos. Ficamos buscando culpados com camisas alheias, quando na verdade os incompetentes somos nós. Não temos educação, e sem educação somos sim esse povinho que não consegue ler sequer um dos sempre dois lados da moeda. Nos empolgamos com o oba-oba da mídia, da imprensa ufanista, dos Galvões Buenos e Lucianos do Valle da vida, nas estatísticas direcionadas do sempre inclusivo Mauro Naves, e confiamos nas seleções do sr. Ricardo Teixeira, do sr. Gerasime Bozikis (essa que sequer pra Olimpíada foi, porque os brasileiros da NBA sabiam da barca furada em que estariam se metendo, assim como Kaká, Robinho e cia.) e de toda essa cambada que rege alguma coisa nesse país.

Chega a ser irônico levarmos um sabugo dos hermanos justamente no dia em que começa a campanha eleitoral na TV e no rádio. Coisas que são sim intimamente ligadas, e que deveriam ser um pouco mais pensadas antes de as levarmos goela abaixo. Mas isso não vai acontecer. E daqui a quatro anos, estaremos novamente com esse mesmo discursinho ridículo de “só falta essa medalha” (se o torneio de futebol de fato existir até lá), “Vai Cielo!” (porque agora o Thiago Pereira não é ninguém, e ai do Cesão se não trouxer uma medalha), força pro Judô, pra Vela (e que o Robert Scheidt não se aposente, pelo amor de Deus), pro Atletismo e pra Ginástica (e todos continuarão sem nenhum apoio da mídia durante todo esse tempo, ao contrário do futebol), e… bem, ganhamos um ouro e cinco bronzes!

É pra cair na real, e sacar que estamos lá abaixo da Etiópia, da Geórgia, da Bielo-Rússia, do Cazaquistão, do Azerbaijão, e da fantástica Mongólia. Qualquer coisa que seja dita contra esses fatos é mentirosa, e nenhum mérito existe num país com dimensões continentais, que esbanja natureza e que com um pouco de vergonha na cara e muita educação, seria sim um país que brigaria com potências semelhantes. Talvez sejamos semelhantes a algo que não queremos de forma alguma aceitar.

Bem-feito, galera. Vão brigar com a Bélgica. E cuidado pra não perder esse bronze também.

P.S.1 – E vamos parar com esse história de vovó Olga e de Dona Miguelina, pelo amor de Deus. O Galvão deve ter alguma coisa na cueca com as mamães e vovós olímpicas…

P.S.2 – Levamos dois cartões vermelhos e distribuímos botinada antes do jogo acabar. E depois neguinho vem dizer que argentino que é marrento. Quando um ganha, o outro perde, ou será que esses broncos não sabem disso?

P.S.3 – Não adianta o Dunga sair, se o Ricardo Teixeira ficar. Coisa óbvia, e que é bom que seja dita antes da gente pegar a França na próxima Copa (isso, é claro, se a gente se classificar pra mesma…)

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  1. Néia Macedo

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