escrito por | em Design | Nenhum comentário

Todo molequinho sonha em, um dia, conhecer o trabalho do papai ou da mamãe. Passar o dia naquele lugar cheio de adultos, todos falando ao telefone ou conversando coisas difíceis de entender. Falando de números, valores, arrumando suas gravatas, almoçando apressados num boteco de esquina. Enfim, ganhando a vida sendo “adultos”. Eu não fui uma criança diferente, e lembro muito vagamente da única vez que fui “trabalhar” com meu pai. Que achei estranho a secretária saber meu nome, que achava estranho toda aquela gente me olhando com cara de “o que esse pirralho tá fazendo aqui”, e todos aqueles pormenores que vocês já podem imaginar.

E aí a gente cresce. E eu resolvi seguir minhas paixões e acabei fazendo segundo grau técnico. Artes gráficas. Trabalhar com criação, prancheta, fotolito, correria, brainstormings, aquela loucura que nós (que estamos nessa área ou em co-irmãs, como publicidade) adoramos. Até que, ao sair do SENAI, acabei caindo meio que de pára-quedas na área de web. Escassez de vagas no ramo gráfico, eu acabei me adaptando e cá estou até hoje. Não foi de todo mal – apesar de ser muito mais simples mexer com isso do que com a área gráfica, a internet tem lá seus atraentes. Afinal de contas, se não fosse esse “porém”, provavelmente eu não estivesse escrevendo aqui hoje. Mas, para mim, sempre rolou aquele gostinho de “poderia ter sido diferente”…

E como todo bom cabeçudo que não desiste do que acredita, lá fomos nós nos meter a besta e fazer freelas – pra ganhar um dinheirinho, pagar a faculdade, comprar uma roupinha de vez em quando e – ora, por que não? – tentar de alguma forma meter o dedo onde eu “deveria estar”. Um acreditou aqui, outro ali, e aos poucos fui achando as brechas e “voltando” às raízes…

Até que um cara mais louco ainda resolveu apostar alto, e me chamou pra fazer um jornalzinho (dois, na verdade – sendo que o segundo reaproveita grande parte do material do primeiro). Dezesseis páginas na raça, em 4 dias (que se tornaram 15) de desenvolvimento. E lá foi o manezão aqui, botar a cara pra bater. Da segunda metade de outubro até semana passada minha dedicação estava derramada sobre esses dois projetos, que eu sonhava abraçar.

E rolou.

Meus dois filhos vieram parar em minhas mãos ontem, e após 5 anos de formação em tecnologia gráfica, ENFIM eu pude tocar num trabalho meu “além-micro”. Sensação de dever cumprido, de sonho realizado. E acima de tudo, que há muito a vir pela frente… O mais difícil de qualquer coisa é começar – depois, é tocar o barco e crescer. Vamos nessa…

Comente