Vamos mudar

maio
2013
03

escrito por | em Umbigo | 1 comentário

Nesses grandes hiatos que aconteceram nesse espaço, o tempo passou. Passou de tal forma que ao olhar pra trás (ou nesse caso, especificamente, pro lado direito), eu encontro mais de uma década de memórias. Coisas muito boas, muito ruins, memórias ocultas que no passar do tempo eu apaguei pra ajudar a cicatrizar algumas feridas, voluntariamente perder algumas imagens, e por aí vai.

Mas o fato é que as urgências e as discussões da vida mudam muito num período tão grande. E a gente acaba não se reconhecendo mais olhando para distâncias tão grandes. Cansa discutir certas coisas, outras passam a ser desnecessárias, e mais algumas decididamente merecem uma atenção maior do que somente 3 minutos de leitura. Por sinal, anda faltando profundidade, silêncio, maturação. Invertemos a troca de ideias por um bombardeio gratuito de convicções superficiais. Com isso, afundamos a essência de nós mesmos num oceano de estresse, inconformismo e desesperança que povoa cada vez mais nosso dia-a-dia. Viramos escravos de uma cultura de futilidades que aparentemente não fazem sentido, e da qual esquecemos nos breves momentos de sanidade – coincidentemente, os mesmos que nos damos nos intervalos da rotina. Ou alguém aqui lembra de curtir um post quando passeia por aí com a família, os amigos ou o(a) namorado(a), se preocupa em fotografar os momentos de felicidade (real e pessoal – não aquela que a gente ostenta pra parecer mais popular) quando assiste a uma reprise em casa deitado no sofá, faz um afago no cachorro ou monta um quebra-cabeças?

Esses momentos são os que somos definitivamente nós mesmos. E somos melhores.

Por isso mesmo, acho que é hora de mudar de casa. Encerrar os textos sobre nossa viagem de 2011 (sim, já se vão quase dois anos dela, mas vale concluir os registros – farei isso aos poucos, por aqui mesmo), mas partir pra um novo momento. Tentar inclusive elucidar algumas confusões pós 30, que valem algumas linhas e uma discussão mais confortável, decente e inteligente do que o Facebook nos permite hoje em dia. Menos tiros, mais olhares. Ainda há espaço pra um desafogo e uma conversa com mais palavras (ou caracteres – já se vai muito tempo que meu Twitter foi pro saco). Pra um novo momento, um novo espaço. Que seja eterno enquanto dure. Esses onze anos foram muito bons por aqui, e ficarão online no mesmo endereço – porque nostalgia é necessária às vezes, e não uma moda: pra saber o que nos tornamos, sempre é bom lembrarmos de onde viemos.

E em pouco tempo, as devidas novidades. Inté.

1 comment

Trackback e pingback

No trackback or pingback available for this article

Comente