escrito por | em [Viagem] Peru/Bolívia 2011 | 4 comentários

19/set/2011 – dia 6
Cusco/Machu Picchu

Ainda era cedo, mas muito cedo mesmo quando acordamos… coisa de 3 ou 4h da manhã, não me lembro bem. No hostel, o aviso de que banhos de madrugada corriam o risco de não serem quentes – devido ao racionamento que estava acontecendo naquela época, poderiam cortar a energia dos chuveiros. Pra nossa sorte, ainda não era hora de banhos gelados durante a viagem.

Descemos e pedimos um táxi. Colocamos nossas bagagens e seguimos em direção à Estação de Poroy, onde pegaríamos o trem que nos levaria a Águas Calientes – o vilarejo onde está localizada a cidade histórica. Porém, como nada pra gente é fácil…

…pouco antes de chegarmos à Estação, nosso motorista – Ruben – foi parado numa blitz policial que estava a alguns metros de Poroy. Pediram os documentos e rá – ele estava completamente ilegal! Sim, quanta alegria! Mas sabe-se lá como as coisas funcionam por lá, que ele deixou os documentos todos com o policial, e nos levou até nosso destino, anotando inclusive meu nome* para que no dia seguinte, quando chegássemos à noite ele pudesse nos buscar na mesma Estação. Tudo acertado, desembarcamos em Poroy e por lá esperamos até a partida do trem. Um salão amplo, limpinho e lotado de turistas. Essa é a “enorme estação”, e nada além disso. Um baita frio lá fora, nos protegemos com aquela enxurrada de roupas de frio que compramos por aqui e que estávamos loucos pra estrear.

Além disso, vale o adendo: já tínhamos as passagens desde São Paulo. Essas coisas não se compra por lá. Assim como outras, que a Debs providenciou com uma tremenda antecedência. Já tínhamos destinos, horários e locais meses antes, o que permitiu além de um planejamento sem riscos antes da viagem, uma tranquilidade tremenda quando dentro dela. Poucas agências de turismo são tão eficientes quanto a pequena…

Eram 6 ou 7h quando nos chamaram para o embarque. Sentamos em mesas para 4 pessoas: eu e a Debs no lado direito, a Mel e a Paquinha do lado esquerdo. Não conseguimos sentar na mesma mesa, e os casais de ambas não pareciam muito sociáveis, simpáticos ou abertos a trocar as posições, e assim partimos. A Debs teve o cuidado de pesquisar um pacote mais bacana, dada a importância da viagem: estávamos indo pra Machu Picchu, caceta, e sim, aquilo era um sonho realizado que começou na cabeça dela – e eu me lembro do dia que ele me foi dito, lá pelos idos de 2006. Cinco anos até fazer uma vontade virar verdade é coisa que merece respeito e requinte, e ela não se absteve de ambos. Portanto, simbora aproveitar direito.

A viagem dura aproximadamente 4 horas, mas não, isso não equivale à distância. O trajeto é feito calma e lentamente nesse horário, por esse tipo de trem, pois as paisagens entre origem e destino merecem sim contemplação. Nada se perde aos olhos de quem encontra ali pequenos vilarejos, plantações e pequenas criações, casinhas que parecem desenhadas, montanhas nevadas e o rio que acompanha o trajeto e rabisca de lá pra cá todo o caminho. Da mesma forma, o trem parece abraçar os passageiros durante o amanhecer, e o serviço prestado por sua tripulação dá balão em muita companhia aérea. A pequena havia caprichado…

Nos foi servido um café da manhã muito do bonitinho, e enquanto a Debs debulhava as fotos do nosso lado, a Mel fazia o mesmo do lado dela (e desviando da senhora que parecia o David Coverdale que sentava-se à sua frente e fazia a mesma coisa). Levamos trocentos cartões de memória e HD externo pra que justamente os momentos mais esperados – como esse, por exemplo – não fossem economizados. Surtiu efeito, e todo mundo arrebentou em fotos. Até uma leve chuvinha caiu, mas nada que comprometesse a viagem, que foi linda.

Chegando a Águas Calientes, uma menina do hostel em que ficaríamos hospedados nos aguardava, e nos guiou dali até o dito (à pé mesmo, pois era tudo muito próximo e Águas Callientes é de fato um vilarejo – bem do arrumado, mas um vilarejo). Chegando lá, deixamos nossas coisas e saímos em seguida, já com a chave do quarto. Tínhamos um almoço dali a pouco, e não era qualquer almoço. Mas jajá eu conto.

* Essa informação causará uma piada infame daqui a pouco, e cuja qual sofro até hoje – e possivelmente levarei comigo pro resto da vida. Porque meu nome nunca é Marcelo: meu nome é Masili. Mas nem todo mundo assimila essas seis letras tão complexas…

4 comments

  1. Mel
  2. Caio Bendazzoli

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