As diferenças

nov
2011
25

escrito por | em [Viagem] Peru/Bolívia 2011 | Nenhum comentário

18/set/2011 – dia 4
Cusco

Chegando à praça central, pudemos de fato ter o real contato com a população e aquela festa toda. Pra onde se olhava, estudantes de todas as idades, professores e famílias inteiras celebravam a data, ou o evento – não sabíamos. Fato que aquilo era realmente algo a ser comemorado, e a quantidade de pessoas (para o tipo de encontro, “ao qual estamos acostumados” como sendo uma coisa brega, piegas até) nos impressionou.

Acho que de certa forma a gente espera que algo assim, inesperado, aconteça durante uma viagem dessas. Acaba se tornando o contato com aquilo que o povo do país tem pra si, e não um evento turístico. Entrar em contato com a cultura verdadeira de pessoas que não estão dentro das nossas fronteiras é algo especial, e sim, a emoção de se sentir um pouco parte de algo que não é nosso acontece. Pode parecer besteira falar isso de algo aparentemente tão simples, mas assim como qualquer aventura sob domínios inéditos, é impossível quantificar ou qualificar sensações e reações. Estávamos há apenas algumas horas em Cusco, e pode-se dizer que já havia valido a pena investir uma manhã naquela caminhada. Os planos da Debs não contemplavam esse “evento”, muito menos o paro cívico em La Paz. Estávamos presentes em ambos, e aprendendo/entendendo um pouco mais da cabeça e da cultura dessa gente que vive no mesmo continente que a gente, mas que conhecemos tão pouco. Talvez sejam esses os grandes valores que a gente consegue ao visitar um país diferente.

Logicamente no meio daquele mundaréu de gente, algumas cenas engraçadas, inusitadas e bonitas que rapidamente me vêm à memória: a emoção da Paquinha e da Mel, a Debs encontrando um hidrante pequenininho (que nem ela), a foto da lhama dentro da loja (essas cenas todas retratadas em fotos nesse texto). E algumas coisas que rapidamente foram notadas por lá. Coisas que parecem com algo que a gente conhece por aqui, mas que assim como cita Vincent Vega em Pulp Fiction, it’s the little differences

…como por exemplo o tipo de “ambulante” que te aborda durante o passeio: desenhistas e pintores que se aproximam exibindo seus trabalhos; vendedoras de prata, de roupas, de coisinhas; cholinhas com filhotes pra você fotografar; velhinhas com aquele maldito lacinho local, loucas pra espetar sua blusa e ganhar um trocado (mas ao menos dessas eu já estava vacinado, lembram?). E entre desvios e caminhadas, fomos explorando o centro histórico.

E entre subidas e descidas – muitas, de ambas – encontramos em uma de suas vielas aquele famoso muro dos incas, que parece uma imagem chavão, mas que sim, impressiona pela perfeição. Mas não só ele. As ruas possuem um sistema de escoamento absolutamente simples e muito inteligente. Toda a arquitetura é extremamente bem cuidada e preservada. Mais do que isso: notoriamente funciona contra o inimigo mais comum das antigas civilizações – o tempo. A limpeza de Cusco impressiona, e suas ruas apertadinhas são aconchegantes (e íngremes). Pequenas praças estão escondidas entre um acesso e outro, e após certo tempo, tanto exercício fez a fome bater. Estando próximos à Plaza de Armas, nada mais justo que se deleitar por ali mesmo, de preferência, com alguma iguaria local.

Após sermos assediados por alguns restaurantes (sim, um “representante” de cada local é designado pra abordar os que por ali passam, oferecendo o cardápio a quem se aproxima – mesmo que não muito), optamos por um com uma panorâmica das boas pra praça central.

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