Sentido contrário

nov
2011
21

escrito por | em [Viagem] Peru/Bolívia 2011 | Nenhum comentário

18/set/2011 – dia 4
Cusco

Saímos com destino à Plaza de Armas, que é o ponto de partida para se conhecer o centro histórico de Cusco. Estávamos a 3 ou 4 quadras de distância, e chegar ao local à pé era questão de 5 minutos de caminhada. Logo na saída do hostel, e seguindo adiante no calçadão, as diferenças entre o destino atual e o anterior eram notáveis. Apesar de básica (sem grandes requintes, com lojinhas pequenas e tradicionais, pequenos cafés e algumas repartições), a área central de Cusco é absolutamente bem cuidada, limpa e receptiva. Os mais chatos podem falar “claro, é uma cidade turística!”, e estarão certos. Mas o Rio também é, e a gente sabe o tamanho da latrina.

Chão de pedra, muros históricos, e aquele povo predominantemente indígena. Cusco é um pedacinho muito bonito do país, e o Perú mostrou-se um lugar pra lá de receptivo com a gente desde os primeiros momentos. Quando chegamos à parte central, entramos na Basilica Menor de La Merced enquanto as meninas fotografavam a fachada e o movimento do povo. Mais uma vez, minha mãe se emocionou – acho que cada um deixa a ficha cair na hora que mais lhe parece propício, e no caso da Paquinha, os motivos religiosos sempre pegavam mais as emoções mais fortes da velhinha.

Enquanto isso, uma verdadeira muvuca acontecia na Plaza, e a gente sem saber ainda o que era, resolveu ao invés de fazer o roteiro imaginado (e sugerido pelo mapinha do Pariwana), percorrê-lo do contrário. Assim, evitávamos aquela zona e podíamos nos programar para invadí-la na hora certa.

Voltamos então ao ponto de início e tomamos como primeira parada a Plaza San Francisco, onde fica a Iglesia do mesmo santo. Pouco depois de experimentar a chicha morada – muito gostosa – de uma cholinha no meio do caminho (estava rolando uma quermesse, e eu comecei meu ataque às comidas de rua), visitamos a igreja em questão, onde estava chegando uma procissão no mesmo instante. Não preciso dizer se minha mãe se emocionou novamente ou não.

De lá caminhamos calmamente pela praça, onde pouco depois chegaria “aquela bagunça” que estava acontecendo na Plaza de Armas. Descobrimos ser uma espécie de fanfarra escolar… um encontro de turmas de escolas particulares cusquenhas. Velhinhas, molecada, professores, todo mundo junto com suas famílias. Aquelas coisas que a gente sabe que existem ou existiram, mas que não imagina ver de novo. A cidade estava com suas ruas cheias, e todo mundo curtindo muito. Quando apontaram na praça, de novo a velhinha (a minha) caiu no choro. Não era nem meio-dia, e eu já sabia que aquele estava sendo um dia pra lá de especial pra ela.

E ladeando os desfiles, chegamos à Plaza de Armas.

Não estranhem. Serão posts de textos relativamente curtos e bastante fotográficos. Daqui pra frente, melhor do que qualquer história é a imagem impressa em nossas memórias. As histórias somente ilustram, mas o impacto visual – tenham certeza – é muito maior.

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