Pra estrada

nov
2011
07

escrito por | em [Viagem] Peru/Bolívia 2011 | Nenhum comentário

17/set/2011 – dia 3
La Paz/Puno/Cusco

A rodoviária de La Paz à primeira vista parece mais precária do que realmente é. Um galpão bem grande, com uma sequência de barraquinhas ao centro e seus vendedores dos mais diversos tipos. Em suas laterais, os guichês das empresas de turismo. Dada a falta de estrutura (em comparação a São Paulo, que é sim um outro planeta e nós é que somos diferentes do mundo – não ele da gente), a galera ganha os passageiros no grito, literalmente.

Nos acomodamos e aguardamos a chamada do ônibus, que aconteceria em mais ou menos uma hora. Até lá, batatinhas, filmes dublados em espanhol (Gladiador, assim como em Buenos Aires, surgiu nessa hora) e a possibilidade de experimentar a tão falada Inca Kola. Sim, é uma iguaria local, e sim, tudo o que é iguaria local merece uma chance. Mas se em algum momento você desconfiava da experiência de beber um refrigerante que mais parece um exame de urina, saiba: seu bom-senso falou a coisa certa. Não chega a ser ruim – é mais ou menos uma tubaína ainda mais doce. E feia. Fizemos a nossa parte.

Chegado o ônibus, pagamos nossa taxa de embarque ao cara que joga suas malas no bagageiro. Em média, 2 dinheiros foi o que sempre nos foi cobrado/pessoa em cada viagem. Entramos no ônibus, que era relativamente confortável, mas que tinha alguns problemas evidentes: o banheiro possuía um cheirinho evidente; minha poltrona tinha o encosto quebrado (o que me faria tombar pra trás por algumas vezes na viagem), e as janelas aparentemente não abriam.

Bolívia, meu amigo.

Pegamos a estrada: eu e a Debs no banco da frente, a minha mãe e a Mel no de trás. Ao nosso lado, uma chola ocm um bebezinho que não parava de chorar. Mas apesar de todo esse cenário aparentemente contra, La Paz resolveu deixar uma ótima impressão na nossa saída. Na subida do vale, chovia em somente metade do horizonte. Na outra metade, sol. Por consequência, vislumbramos um belíssimo cenário na despedida da cidade.

Foco na viagem, que não será relatada por completo nesse post, e sim apenas seu primeiro braço. A saída de La Paz é relativamente tranquila na metade da tarde. A cidade parece se desmanchando aos poucos, deixando clara a impressão de periferia, com suas casas inacabadas, oficinas mecânicas, carros no meio da rua e pessoas cruzando o trânsito sem maiores preocupações. Aos poucos, a civilização se vai, e o que fica é somente uma longa reta com alguns povoados em seus arredores. Povoados esses que normalmente são reservas indígenas, ou pequenos conglomerados de meia dúzia de casas (e entenda-se por “casa” um local que possui paredes e teto). Os banheiros são fossas coletivas cobertas, que aparecem no meio do caminho. A distância entre esses povoados é relativamente grande, e não raras foram as vezes que nos deparamos com pequenos cemitérios completamente isolados, campinhos de futebol e igrejinhas. A rodovia é bem cuidada e não nos trouxe problemas. Então, termino esse texto com algumas imagens dessa primeira parte da viagem (por sinal, CLIQUEM nas fotos. Elas têm legendas e ficam maiores quando você faz isso. Magias da internet…)

Já que a segunda merece um relato à parte.

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