escrito por | em [Viagem] Peru/Bolívia 2011 | 3 comentários

16/set/2011 – dia 2
La Paz

Depois da desagradável experiência hamburguística, voltamos ao aconchego do Hostel, onde decidimos partir pra cachaça. Sim, a cerveja da primeira noite havia servido somente de batizado. Merecíamos celebrar o momento, e partimos pro test-drive das loiras no pub do Loki. Minha mãe resolveu se recolher e deixou as crianças brincando do lado de fora.

Com isso, obedecemos uma ordem óbvia de experimentações: esquentamos com Heineken, e partimos pras locais. Primeiro, com a tradicional Paceña, e em seguida, com uma chamada Auténtica. Dos buestas. Mas valeu pela experiência – sim, pra comprovar que beber cerveja ruim não é exclusividade de americano. Sem precisar pensar muito, voltamos pras Heineken.

Pra quem nunca foi a um pub, ou a um hostel (dado que em quase todos os que fui havia um lá dentro, inclusive no Rio de Janeiro), é a hora ideal de treinar seus idiomas – ou aquilo que eles são, no caso do “meu espanhol”, por exemplo. Sendo o idioma oficial o inglês, não foram poucas as vezes em que uma conversa começou com “¡Hola!” e terminou com “thanks”. A maçaroca de sotaques, idiomas e enrolações que você tem num lugar desses é uma das coisas mais gostosas e caóticas.

Obviamente, em nossa mesa tupiniquim, o Português foi ficando cada vez mais alto e evidente a cada gole. Até que em certo momento, minha digníssima esposa resolve entoar certa música, acompanhada no mesmo instante pela moça de olhos claros. Estava estabelecida a zona, e quebrado definitivamente o gelo. E o raio do pagode virou hino pelo resto da viagem, é claro.

E entre um bebum arrancando a roupa em cima do balcão, um macaco albino que por pouco não caiu em cima da Debs, uma atendente* que não parava de ajeitar a calcinha com a mesma mão em que servia aos hóspedes e outras pequenas cenas da noite, nos demos ao direito de deixar na mesa do bar todas as dores de cabeça acumuladas até então e beber nossa “primeira última noite” em La Paz. O cansaço ficou mais leve, e fomos pro quarto mais relaxados e felizes**. O dia seguinte já era de viagem, e novos caminhos nos aguardavam.

*Se você quiser viajar sem pagar o hostel, é fácil: trabalhe no bar. Vimos isso no Loki, com a tal fulana sujismunda e mais uma galera, que se hospedava de graça em troca de servir os outros hóspedes. Coisa que a gente às vezes nem imagina ser possível. pois é…

**Mel chega no quarto e manda um dos “shows” mais divertidos da viagem, numa verdadeira montanha-russa de emoções. Minha mãe se dá o direito de tirar um puta sarro, e por pouco a Debs não solta o xixi nas calças de tanto rir da moça. Nosso clima era esse, definitivamente. A união da gente só aumentava, e rir uns com os outros foi ficando cada vez mais simples.

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  1. Debs

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