O paro cívico

out
2011
11

escrito por | em [Viagem] Peru/Bolívia 2011 | 1 comentário

16/set/2011 – dia 2
La Paz

Saímos sem destino, mas com algumas pendências que necessariamente teriam que ser sanadas naquele dia. Por estarmos com o dia livre, algumas coisas burocráticas para o bom andamento da viagem seriam vistas: precisávamos comprar as passagens de ônibus que nos levariam a Puno/Cusco no dia seguinte, e também os tickets de trem para a viagem de La Paz a Tupiza, onde começaria o tour do deserto de sal, lá pros últimos dias da empreitada.

Descemos algumas ruas, e uma estranhíssima realidade se manifestou rapidamente: algo não estava bem ali, algo não estava certo. Não haviam pessoas, nem carros, nem ninguém. O dia estava frio, mas lindo, e era uma manhã de sexta daquelas que todos querem ter numa viagem. Onde estavam as pessoas?

Aí meu amigo, que cidade vizinha queria ser agregada a La Paz. E La Paz, que é importante bagarái (ironia ligada), falou “não negada, aqui não tem lugar pra mais chola de fora, vamo fechá geráu e cêis que si vira aí nus escambo de vocês!“. Sim, os caras declararam o tal “paro cívico”, fecharam tudo o que era canto e as coisas que nós tínhamos que fazer foram pro beleléu. Quer dizer, mais ou menos…

…dado que o comércio reabriria e a vida voltaria ao normal por volta das 15h. Mas sim, não era tempo suficiente para que fizéssemos tudo o que tínhamos que fazer. Quer dizer… tempo até era, mas o único com (mais) 600 Bls (bolivianos, acostumem-se com a sigla) ali era eu. Poderiam ser mais, mas entre os que podiam e os que faziam, as patacas estavam somente no meu bolso, e bancar tudo o que era necessário – ao menos dessa forma – era impossível. Acabamos nos virando e comprando as passagens (de ônibus) em duas etapas: uma nesse dia, outra no dia seguinte. As de trem simplesmente não rolaram, e isso lá pra frente vai desencadear a possível melhor/pior história dessa viagem.

Mas o dia ainda estava começando, e dado “feriado”, resolvemos aproveitar e passear pelo meio da rua numa cidade onde os únicos carros a passar eram ambulâncias. Acabamos vivenciando uma realidade que nunca seria possível ou imaginável aqui. E foi legal, pra termos logo de cara o primeiro choque cultural. Pudemos observar com calma os edifícios históricos, notar que o asfalto de La Paz é INFINITAMENTE melhor do que o de São Paulo, que as pessoas usam as praças e aproveitam dias assim para curtir com a família. Tivemos uma manhã pra lá de tranquila, mesmo.

Apesar dos perrengues.

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  1. Mel

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