15/set/2011 – dia 1
São Paulo/Santa Cruz de la Sierra/La Paz
Tá, chegamos.
Malas no quarto, beliches divididos, pulseirinhas (sim macacada, fomos de albergue – uma opção excelente pra você que quer sair do país gastando o valor de um chiclete por dia de hospedagem), tudo muito bonito. Uma linha para o chuveiro do nosso quarto, cuja ducha possuía requintes de massagem. Porém, após alojados e muito felizes com as instalações do hostel – um casarão ou coisa que o valha pra lá de bem cuidado, com lounge de pufes, armários por todos os cantos e um pub irlandês ali dentro – estava na hora de jantar.
E saímos para conhecer as redondezas. As ruas estreitas eram cruzadas por verdadeiras ladeiras, e as calçadas de pedra mostraram rapidamente (e principalmente para a minha mãe) que a moleza havia acabado ao descermos do avião. Ainda não havíamos nos climatizado (óbvio), e o passeio pelos arredores tornou-se um pequeno desafio. Era necessário entendermos onde estávamos, conciliarmos os ritmos (os nossos não eram os mesmos da minha mãe, e a viagem era de todos) e principalmente, acharmos um lugar pra comer. Nada parecia muito promissor, e a única indicação que havíamos pego num flyer que estava na recepção simplesmente inexistia. Derrotados, voltamos ao albergue, prontos para jantar alguns de nossos infindáveis Nutry.
O tal pub do hostel parava de servir comida às 22h, horário que há muito já havia vencido. Então, num surto de inteligência e coragem, resolvemos arriscar um delivery. Sim, um delivery. Desceríamos, e junto à recepção ligaríamos para uma pizzaria e tentaríamos um pedido.
Fomos eu e a Mel falar com o guri. Ela então mostrou que cara-de-pau seria um dos (bons) tons da viagem, e em inglês mesmo soltou para o cabrón a seguinte sentença: “Hi! We’re hungry! Wanna pizza!“. E o cucaracho, rindo de lado, foi até o armário, nos mostrou o verdadeiro cardápio (aquele que contém os sabores), e se habilitou prontamente a nos ajudar, pedindo ele mesmo a redonda. Estávamos salvos. Perguntamos como ele nos avisaria, ele disse: “Eu encontro vocês”. O tal Loki Hostel já havia conquistado nossos corações.
Subimos felizes, exaltando nossa conquista, e brindamos com nossa primeira (de muitas) Heineken. A viagem havia começado mesmo. E pouco depois, experimentávamos o primeiro quitute em terras bolivianas. Não tão bom quanto o nosso aqui de São Paulo, é verdade. Mas estava bem gostosa. E pra falar a verdade… urubu na guerra é frango. Não sobrou pedaço pra contar história.
[Mel] Como tínhamos ainda alguns bolivianos, resolvemos comprar água para abastecer nossas garrafinhas mega-design-cor-de-carne. Eis que a surpresa boa da noite foi o careca SEN-SA-CIO-NAL (ênfase para o sensacional, por favor) que nos vendeu o elixir da vida. Qualquer água de bueiro com cheiro de mijo de rato seria a melhor água do mundo com aquele careca. Alou careca, me liga lindo.
Noite vencida, que viesse de fato o primeiro dia.
2 comments
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Ai, eu já adoro sua mãe!
Quero falar que na verdade eu falei: “Hi! We’re hungry! We wanna pizza!“.
Pô Ma, não faz falso testemunho. Não joga fora os 10 anos de ingles que eu fiz não. O que eu vou falar pro meu professor? ahahahah
ps: oi meu nome é Melissa, e meu sobrenome é Pau, Cara-dePau.