Leena. Carol Leena.

jul
2011
05

escrito por | em Amigos | 5 comentários

Vou pedir licença pra publicar um e-mail que recebi de ontem pra hoje. Antes de explicar qualquer coisa, melhor que vocês leiam.

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o comentário que não foi pro teu blog.
Carol to me – 1:57 AM

Amigo meu veio aqui hoje.

Saiu há pouco, ficamos de conversa mole: vida, música, séries, trabalho. Citei você duas ou três vezes.

“Já ouviu o cd do Hugh Laurie? Amigo meu passou pra mim. Puxa, outro dia comecei a ver Dexter, amigo meu postou a trilha de abertura no Facebook e me recomendou. Aquele mesmo que me mandou o cd do Hugh Laurie. Aliás, um puta ilustrador, designer dos bons, cheio dos talentos, amigo queridíssimo. Vou te mandar o blog dele.”

Amigo foi embora, voltei pro computador.
Google: 3 minutos + masili.

Blog.

Oito anos. wow. Vários layouts – lembro de alguns – a sua onda é essa mesmo. Uma vidinha. Como gosto desse blog e como agradeço a ele por termos, sabe-se lá como, caído um na janelinha do outro.

Beijo em você, queridíssimo!


Carolina Andrade

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Feitas as honras, a minha reação ao ler a última linha foi óbvia: “eu tenho amigos que ninguém tem”. E não que eu precisasse de um e-mail pra saber disso.

Tenho esse blog há quase dez anos. DEZ. E encontrei a Carol somente duas vezes (e uma terceira, que foi tão rápida que não entra nas estatísticas). Ela mora no Rio, e foi uma das primeiras pessoas cujo blog foi de fato o responsável por nos colocar em contato. Eu só escrevia. Ela escrevia bem desde aquela época (e escreve bem demais até hoje, sofre do mesmo mal dos vinhos). E não lembro bem quem se meteu na vida de quem, mas fato é que até hoje conversamos muito, o tempo todo, sempre que a gente pode. E esse carinho todo que ela demonstrou no e-mail é recíproco e autêntico. Mesmo com somente dois encontros. Coisas da vida.

Lembro de ter falado pouco dela por aqui. Mesmo por saber que associar carinho ao sexo oposto sempre causa fofoca aos desavisados. Seria assim com ela, como sempre foi com qualquer amiga que eu tenha – mesmo depois de casado. Lamento amigos: as mulheres são de fato mais interesantes. Escrevem melhor, vivem mais, entregam-se com mais intensidade, e sim, são muito mais complexas do que nós. Nesses dez anos, foram escritos capítulos da mesma pegada com outras pessoas: Vanessa, Bibi, Su (que resultou no meu único namoro interestadual), Caróis (não só essa, tiveram outras três que acabaram desencadeando minha primeira viagem by myself pra conhecê-las, mas isso dá pra recordar aqui), Luana, e mais recentemente com a Cibele e a Mel. Mais do que “agradecer à internet”, acho que aquilo que de fato importa é ter sabido cultivar esses laços. Próximos, distantes, com muita, pouca ou quase nenhuma frequência, não importa. Muitas histórias já foram contadas nas entrelinhas desses posts. Dessa vidinha, como disse minha amiga. Coisas que nem sempre são explicadas ou expostas aqui. Dramas e conflitos pessoais, comemorações particulares, grandes decepções, fúrias e segredos.

Nem sempre a gente se mostra por inteiro. Devo contar nos dedos de uma mão as linhas que dediquei à Carol por aqui nessa quase década. Mas a amizade dela, assim como as dessas outras meninas citadas ali atrás, é tão ou mais importante do que qualquer história de mais de vinte anos da minha vida. Pessoas são mais importantes do que qualquer rótulo. Contatos virtuais ou não, estamos lidando com gente. E seja num abraço, num carinho, ou mesmo ali por e-mail, esse carinho chega, aquece e nos orgulha de termos levado a sério e em frente pessoas que poderiam perfeitamente fazer número em nossas infindáveis “redes sociais” (mas que cada vez menos têm essa função, servindo sim para nos acomodar na distância e na impessoalidade que somente a vida digital é capaz de proporcionar).

Existe algo mais. E esse algo mais é uma coisa que anda bem fora de moda por aí. Mas que essas pessoas – essas, de verdade – sabem cultivar como ninguém. Adorei o e-mail, Carol. Mais ainda: obrigado por tantos anos de carinho. Um beijão pra você.

5 comments

  1. Mel

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