Só lembro de estar na sala, esperando meu pai voltar da padaria, e enquanto isso assistia à final do Paulistão de 88 entre Corinthians e Guarani. Meu pai havia comprado pra mim o time de botão do Guarani, que fazia companhia na caixinha ao do Coritiba. Havia lá um do São Paulo, o qual sabe-se lá por quê nunca relei o dedo. Lembro também de no primeiro tempo da prorrogação colocarem pra jogar um tal de Viola. Achei o nome ótimo daquele neguinho magrela, e passei a prestar um pouco mais de atenção ao jogo. E então, aconteceu isso:
E acho que foi aquela multidão soltando fogos, berrando e pulando que me deixou com cara de bobo, não entendendo absolutamente porra nenhuma do porquê aquilo ser tão importante, tão grandioso. Eu só tinha oito anos, e nunca havia visto uma festa tão grande. Só mais tarde eu fui entender que tudo era sofrido pra esse povo, e por isso mesmo, comemorado como se fosse a última coisa a se fazer. Foi encantador, e definitivo.
A paixão surgia ali. E a cada jogo, dali em diante, a cada gol a festa se repetia. Daquela forma, somente naquelas cores. E cada vez maior e mais intensa. Não era necessária idade tampouco experiência pra entender o que era o Corinthians. E hoje, 100 anos depois do lampião, 30 milhões se encantam, vibram, torcem e choram nessa nação, cujos habitantes jamais pensaram em cruzar seus territórios. E ainda tem lugar pra muita gente.
Eternamente, dentro dos nossos corações.
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Cá estou eu vagando pelo Google procurando sobre Carlos Adão, eis que surge “Marcelo Spacachieri Masili”… rs
Timão eô, vei!
Gde abs!!!