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Passamos nosso dia dos namorados (dia 11, aleatório e preguiçoso, mais um de inúmeros) no conforto do edredon surrado, assistindo à quinta temporada de House MD, acompanhados da Pimpolhinha, das Carolinas, das canecas de refrigerante e de muito carinho – aquele que a gente mais quer em datas rosas como a de hoje. Ficamos chocados com a competência dos roteiristas do House, e com a sua capacidade de reviravoltas absurdas em 3 episódios, que nos fazem continuar roendo unhas, sedentos pela próxima temporada.

Duas coisas chamam muito a (minha) atenção no House: a primeira, descrita logo acima, e que deve ser comprovada por quem se interessar. Afinal de contas, não serei eu a bancar o spoiler por aqui. Contar o que há de genial e grandioso em cada um dos personagens não passa um décimo do frenesi do conjunto da obra.

Segunda coisa, das mais nobres, e o real motivo desse texto: a excelente e seletiva trilha sonora, que esconde verdadeiras preciosidades. E nesse garimpo entre artistas consagrados e desconhecidos, algumas pepitas destacam-se das pedras restantes. Eu escolhi a minha favorita, à qual apresento logo abaixo:

A Fine Frenzy nada mais é do que o projeto de uma garota de 22 anos chamada Alison Sudol, que por enquanto só lançou esse álbum aí de cima, chamado One Cell In The Sea e cuja história já consta na Wikipedia e em seu site oficial, o que me poupa o texto redundante. A análise que vale é justamente o que me emociona no som da garota. A voz e o tom melancólico, apaixonado/apaixonante e sensível das melodias e de cada uma das músicas desse disco são coisa que não se explica. Passa bem longe daquela choradeira chata das românticas de aluguel, e do auto-flagelo (que eu adoro, mas que não combina com o tom romântico que um dia dos namorados pede) de uma Fiona Apple. O passeio pelas 13 faixas do álbum deve ser feito com o máximo de conforto e aconchego possíveis, e assim sendo a experiência torna-se completa e deliciosa. Caso sua curiosidade esteja aguçada depois desse texto, e o YouTube seja acessível em seu computador, comprove:

Puxando o gancho das descobertas pouco tocadas nas MTVs e FMs desse mundo, mas disponíveis na maravilhosa internet, está a não menos talentosa – porém com uma pegada um pouco mais pop – Rachael Yamagata. A capa do cd não é tão bonita quanto a anterior, e nem tão ruiva:

Porém, a capacidade de vício é exatamente a mesma (aos preguiçosos, links para a Wikipedia e site oficial). Essa combinação de piano e vocais femininos derramados, profundos e minimalistas são uma grande arma pra chamar minha atenção e puxar um pouco daquilo que eu mais gosto e que me emociona na música. Dos dois álbuns da Rachael, eu fico com o Happenstance de 2004, porém recomendo ambos. E se a curiosidade continua coçando suas mãos e seus ouvidos, play:

E é engraçado como essas coisas chegam a nossos ouvidos. Me disseram que a tal da Rachael Yamagata (que eu nunca ouvi falar) já tem uns hits jogados por aí. O álbum dela que eu tanto viciei há alguns meses é de 5 anos atrás. A Fine Frenzy vem num bolo de outras tantas coisas boas montado por algum outro fã de House – o gancho que me serviu de pretexto para escrever esse texto. Portanto, em caminhos tão tortuosos, acho que vale espalhar aos quatro cantos algo que demorou tanto tempo pra chegar por aqui, no meu canto. E que serve de dica pra embalar o dia dos namorados de quem não se negar a oferecer um ou outro afago aos ouvidos, e ao coração.

Divirtam-se.

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