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28/dez/2008 – dia 3
Palermo, Buenos Aires

Fato é que Palermo lembra muito a parte boa do Jardim Paulistano, com algumas boas pitadas da Recoleta e a paz de uma cidade do interior. Não faltam prédios, de apartamentos grandes ou pequenos e todos com a característica arquitetura argentina. Os estabelecimentos comerciais tendem a algo um pouco mais chique, mas nem passam perto da petulância que os bairros da moda de São Paulo fazem questão de ostentar.

Um lugar desses convida ao passeio, mesmo quando seus pés estão pedindo água. Saímos do complexo de parques e fomos desbravando um pouco do bairro, até encontrarmos um lugarzinho pra lá de simpático e bastante convidativo, chamado Secretos. Mesas na calçada, um final de tarde (já passavam das 19h) bastante convidativo e aquela sede que todos nós já conhecemos. As cervejas chegaram, e mesmo pedindo algo gelado, novamente nos deram copos com a loira fresca – coisa que no Brasil é inaceitável, mas pra eles é pra lá de comum – e a busca pela cerveja ideal só cessaria no dia seguinte, como contarei daqui a pouco.

Resolvemos bancar os educados, e após empapuçar com aquela Quilmes “fresca”, resolvemos pedir… salada, para ambos! Sim, na terra do boi morto comentemos esse pseudo-sacrilégio, que pairou em nossas consciências durante a espera da iguaria, mas que na primeira garfada mostrou-se uma decisão pra lá de acertada. Eu nunca vi um povo que gosta tanto de presunto e queijo como esses argentinos, e no final das contas acabamos “ganhando” dois mistos frios gigantes, tal a sustância dos pratos. Naquele calor, caiu como uma luva. Mais um ponto para a cozinha portenha.

E naquele cenário pra lá de gostoso (e namorável), gostoso foi observar mais uma vez o estilo de vida e os hábitos dos moradores do bairro. A impressão era de que todos se conheciam, e a educação prevalece em mais um local do país. Pessoas levam seus cachorros (gigantes) pra passear, um ou outro vovô chega com mais um livro debaixo do braço, pede um vinho, e esquece da vida na mesa ao lado. Quem passa não se apressa, encontra-se e conversa com o viziho, o amigo ou quem quer que seja. As pessoas são simpáticas a essa vida, e não fazem questão de esconder isso.

Estávamos em casa.

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