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Graças à minha rede de amizades (e ao bom gosto musical da grande maioria, graças a Deus), já assisti a alguns shows de bandas fantásticas no início de carreira ou sem apelo de mídia, e que depois de algum tempo passaram a encher estádios ou algo muito próximo disso: Offspring, Silverchair, e o Coldplay talvez tenha sido o melhor exemplo disso, quando assisti pertinho do palco lá no Via Funchal, no lançamento do A Rush Of Blood To The Head, quando o Chris Martin ainda era um vocalista muito bom, e não “o vocalista muito bom mas afetado e tremiliquento” que é hoje.

E agora, lá vamos nós pela segunda vez conferir o espetaculoso e requintado Keane. Banda de coração, top 5 da minha Last.fm desde o primeiro álbum, e que agora volta com o terceiro e todo alegrinho Perfect Symmetry.

Fui procurar agora há pouco pra ver se havia algum registro por escrito do que foi o primeiro show dos caras no Brasil. E achei, o texto e algo a mais. Como estava no antigo blog, vamos fazer o primeiro REPOST destes 3 minutos. Segue:

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Quarta-feira, 18 de Abril de 2007
Dos registros necessários

– Aumenta o som, galera.

Seria a única coisa a se pedir ontem no show do Keane. Pontualmente às 21h30 os caras subiram ao palco tocando “Put It Behind You”, e ao final da segunda música Tom Chaplin não acreditava que aquele povo todo sabia e cantava as letras do início ao fim, sem parar. E seguiram-se as músicas dos dois álbuns da banda, que crescia em empolgação juntamente com o público. Não tardou a que os músicos avançassem do palco a um segundo local em meio à pista, e de lá emendassem as inesperadas e maravilhosas “Your Eyes Open” e “Hamburg Song” num set acústico dos mais simpáticos.

Ao contrário do show de quinta (que merece sim um parágrafo, no rodapé deste texto), os fãs que ousaram pagar a grana pedida pelo show eram de gente da bem civilizada. Foi possível sim circular pela pista, se aproximar do(s) palco(s) sem ser vítima de cotoveladas alheias, entre outros luxos que um show fechado e de público selecionado pode oferecer. Eu cogitaria numa primeira passagem da banda os tais dois shows no Via Funchal, mas superestimaram um hit de novela e imaginaram que a casa lotaria por causa de uma música. Creio eu que a maioria dos que estavam no show ontem (e os que estarão hoje) conheceram a banda por outras vias e provavelmente não agüentam mais ouvir “Everybody’s Changing”, preferindo o repertório restante dos dois discos. E da mesma forma, não somam um público tamanho a ponto de lotar um Credicard Hall numa terça-feira à noite.

Imagino eu que o espaço restante deve ter sido reservado pra empolgação e o carisma da banda, pois foram poucas as vezes que vi tamanha simpatia num palco gringo. Rich Hughes (baterista) era o mais empolgado no palco central da pista, enquanto Tim Rice-Oxley (teclados) e Tom Chaplin (vocal) não sabiam o que fazer a cada final de música, tal a empolgação transmitida pelo público. Tom, por sinal, mostrou-se afinadíssimo do início ao fim do show, não economizando uma nota presente nos registros em estúdio e cantando com a mesma energia das gravações – coisa raríssima de se encontrar hoje em dia.

Dos pontos altos, se é que seria possível apontar algum que não tenha sido (e antes que me chamem de empolgado, eu digo que foi sim um PUTA show), destaques para “Crystal Ball” no bis, “Try Again” no palco central (e disponível pra downolad lá embaixo), a emocionante “We Might as Well Be Strangers”, “Leaving So Soon” e a impressionante e solicitada em uníssono pela pista com direito a palmas e coro “Bedshaped”, que derrubou em definitivo este que vos escreve.

Além da performance em si – impecável, vale e muito citar a produção do show e a estrutura de palco que a banda possui para esta turnê. Uma espécie de móbile gigante, apoiado por 3 balões brancos e 6 telas planas na vertical espalhadas pelo palco, que exibiam projeções específicas pra cada uma das músicas. A produção contemplava os personagens e a identidade criados por Sanna Annukka, intercalados por montagens em vídeo e trechos de filmes Noir. Iluminação absurda… enfim, ainda existem duas chances neste país para conferir se o que eu escrevi nestas linhas é ou não exagero.

E acreditem: não é.
Que voltem logo, mesmo.

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Perceba que o show será novamente numa terça à noite, no início do ano, no Credicard Hall, e com o Fresno abrindo (e a repercussão dessa última pataquada pode ser conferida aqui). Mas como a fase é nova e estamos falando de música, vamos publicar por aqui as duas gravações precaríssimas que eu fiz durante esse mesmo show. E como o que vale é o calor do momento, em dias como os de hoje que pingamos litros, sinta se a banda é fraca…

KEANE / BEND AND BREAK – Live in São Paulo 18.04.2007

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KEANE / TRY AGAIN – Live in São Paulo 18.04.2007

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Enfim, o registro é basicamente pra dizer que provavelmente daqui a uma semana pinte por aqui um post novo sobre esse mesmo tema, todo emocionado e sendo encerrado com algo como “continuem voltando logo…”

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  1. lia

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