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01/jan/2009 – dia 7
Palermo/Recoleta, Buenos Aires

Andar de Palermo (onde fica a Plaza Italia) até a Recoleta foi nosso jeito de aproveitar a tarde e procurar algum lugar para comer, após o nosso rally pessoal pela manhã conhecendo a exposição do Dakar. E assim como em qualquer feriado normal, o comércio de fato fecha. A cidade estava super tranquila e bastante gostosa de ser aproveitada por quem passeia.

O problema de passear é justamente a fome que surge, pois se existe um lugar para se andar nessa vida, esse lugar é Buenos Aires. E com o passar do dia, nosso helado Freddo já tinha virado memória há tempos. Todos os cafés, bares e restaurantes fizeram do 1º de janeiro seu dia de descanso e deleite de seus proprietários. Não existem padarias, nem barraquinhas para se aproveitar um lanchinho, e isso fica ainda mais evidente quando você não quer que seu almoço seja um alfajor, um saco de salgadinho ou qualquer porcaria dessas.

Viemos firmes e fortes por toda a Santa Fe (e a avenida em questão nunca teve um nome que fizesse tanto sentido), observando uma sequência inexplicável de portas fechadas. Até nos depararmos com quem? Quem? Sim, ele: a instituição que nunca fecha, e cuja escravidão se espalha pelo mundo indiscriminadamente…

…cuja porta de entrada tinha um lindo papel colado, dizendo que os putos abririam somente às 17h. Ao ler tal sentença, nossos estômagos iniciaram uma revolução, emitindo os mais altos e inóspitos ruídos. Andamos por mais algum tempo, e encontramos a loja do concorrente, já aberta mas ainda se ajeitando, meia hora antes da abertura dos portões do castelo daquele palhaço capitalista. Aguardamos pacientemente a chegada da realeza.

Vale a nota interessante de que, enquanto esperávamos ali os nossos Whoppers (pois não cedemos à tentação de experimentar o tal Churrasquito, que só existe por lá, dado o tamanho da nossa fome – que merecia algo condizente), uma das equipes do Dakar entrou logo atrás, com aspecto igualmente faminto – se bem que nos hotéis onde estavam, provavelmente serviam refeições, ao contrário do nosso. E após algum tempo (pois em Buenos Aires ou você se adapta ao timming dos caras, ou vira um turista chato e estressado), estávamos enfim matando quem queria nos matar.

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