escrito por | em [Viagem] Argentina 2008/2009 | 3 comentários

26/dez/2008 – dia 1
Recoleta, Buenos Aires

Ao sair do hotel, veio a conversa mais cabronha que tivemos nessa viagem:

– E aí, pra onde a gente vai?
– Não sei, pra onde você quer ir?
– …
– …

E aí você se dá conta que não conhece lhufas de nada, e que não existe nada além das referências de sempre quando se viaja pra algum centro (avenidas principais, monumentos, prédios históricos e afins), e que qualquer resposta que se dê além de “vamos por aqui?” é invenção da sua cabecinha.

O sentimento que se tem diante do estranhamento de se estar num lugar totalmente novo e inexplorado é uma coisa incômoda e ao mesmo tempo deliciosa, pois tudo possui um novo sabor, e a cada esquina acontece novidade em cima de novidade. Saímos do hotel por volta das 15h30, debaixo de um sol daqueles e resolvemos começar nossa viagem dando a volta no quarteirão. E descobrindo que o bairro da Recoleta é de fato tão bonito e charmoso quanto todos os que já passaram por lá nos disseram.

Diante do deslumbramento de pela primeira vez sermos nós os estrangeiros que falam uma língua diferente da nativa, fomos de lá a cá sem maiores critérios, e conhecendo aos poucos a redondeza. Depois de algum tempo caminhando, entramos em acordo: merecíamos a primeira Quilmes para brindar a chegada ao país, e fomos de encontro à dita no primeiro lugar aparentemente confiável (e que pudesse trocar nosso dinheiro) que encontramos pela frente.

O primeiro litro saiu caro: $15. Aparecia ali outro problema que não havíamos nos dados conta ainda: em tal ambiente, não se sabe o preço de nada, e por consequência o conceito de caro e barato passa a ser uma idéia que flutua por aí sem parar em lugar algum. Pagamos a dita, e saímos pra passear um pouco mais, parar em outros botecos e começarmos a nos entender com a cidade e seus valores.

Com o dinheiro um pouco mais trocado, mas ainda graúdo, era hora de saber onde tiraríamos os próximos Pesos das Quilmes que viriam. Mas este problema de proporções épicas eu relato no próximo texto.

3 comments

  1. Van

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