Carlos, o taxista

jan
2009
06

escrito por | em [Viagem] Argentina 2008/2009 | 2 comentários

26/dez/2008 – dia 1
Ezeiza/Recoleta, Buenos Aires

Se existe um argentino convicto, Carlos é o nome dele. O nosso choffer já se apresenta dando risada, com a mão enfaixada e arranhando um português digno de quem conhece os palhaços que saem deste país. Uma figura, com os mullets típicos, camisa entreaberta, nos acolhe em seu carro e nos leva a caminho do hotel.

O rapaz conta que tem filhos no Brasil, que passou uns dias no Rio, que não gosta do Lula, que detesta os radares brasileiros colocados na Autopista, que seu pai morreu de câncer por causa do cigarro, e fora os papos sérios faz piada atrás de piada. Insistimos no Português: eu, tentando puxar papo com o bonachão, enquanto a Debs se esquivava ao máximo de tentar se comunicar com o cara (o papel de cara-de-pau do casal é declaradamente meu).

No meio do caminho, largando a ripa na Autopista com aquele carrinho vagabundo que eu não me recordo qual era, ele vira e começa a conversar com a gente, literalmente esquecendo de olhar pra pista. Provavelmente nossa cara de pânico despertou mais uma gargalhada no sujeito, que me fez entender o porquê do último grande piloto argentino ter ganho seu último título há mais de 50 anos.

De qualquer forma, foi uma boa primeira impressão encontrar como anfitrião um falastrão gente boa como o tal Carlos. No caminho ele foi nos explicando onde estávamos, e onde eram os principais pontos da cidade. Não que nos fosse esclarecedor naquele momento, uma vez que onde tudo é novo, nada é referência. Mas foi simpático o suficiente para que o primeiro contato com o povo argentino fosse bom, e prometesse mais.

E ele não aceitou propina. Pra nossa sorte, já que a nossa menor nota naquele momento era de $10. Chegamos à Recoleta por volta das 15h sãos, salvos e de certa forma, ambientados. A viagem começara de fato.

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