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Na véspera de Natal, dia emblemático e que poucos de fato encaram da forma como deveriam, nem fazem aquilo que de fato seria o melhor presente a todos, que é pausar por um segundo suas vidas, reavaliar aquilo que fizeram durante todo o restante do ano, e na equação de erros e acertos, ensaiar a reinvenção de si mesmos a ser posta em prática a partir do mitológico 1º de janeiro, vou deixando por aqui as últimas linhas deste ano.

Deixando registrada a redescoberta da minha família como seres humanos que são (e não partindo-se da hierarquia social de pais e filhos), com toda a falta de humildade, de inteligência e de vergonha na cara de meu pai e meu irmão – pessoas orgulhosas, hipócritas e que agora sabem de fato o mal que me fizeram durante todo o baile de máscaras que tentaram dançar desde sempre. Esta noite estarei na casa de outra família – uma de verdade, e não essa farsa cuja qual vivo sob o mesmo teto (ainda), e da qual minha mãe mostra-se a única que de fato merece o carinho incondicional de sempre, tal a força e dignidade que na sua simplicidade me fazem agradecer todos os dias a Deus por ser seu filho.

– Sim, é um desabafo. Nas palavras claras que se fez a verdade, e nelas que a verdade permanecerá daqui em diante. A hipocrisia me cansou, definitivamente.

O ano deixou claro o valor dos riscos; da prosperidade à decepção no último emprego; da necessidade de planejamentos para certas ações; da coragem para alçar novos rumos e de recuar para poder avançar; do quanto respeito mútuo, conversa e acordo são importantes; da importância de se ter um amor de verdade sempre junto a você (e não somente nas horas livres ou de alguma necessidade especial); de quanto a esperança está intimamente ligada às ações para que algo de fato mude.

Foi um ano amargo, que me envelheceu um pouco mais do que deveria e certamente me deixou mais resistente a certas coisas, e com menos medo ou receio de outras. Mas que terminará longe daqui, provavelmente em Puerto Madero, para que a renovação de toda essa reavaliação sobre o que fomos e o que queremos ser daqui pra frente possa acontecer longe de qualquer contaminação que seja.

Obviamente que neste ano aconteceram muitas coisas boas também: o namoro que vai tomando ares de coisa melhor, muito trabalho bom, muitos amigos por perto (alguns chegando, outros voltando, e outros mudando – de casa e de vida), o Timão de volta à elite, a minha F1 empolgando até quem não gosta tanto dela, muita música e até um pouco de vida saudável… enfim, coisas boas também não faltaram, mas sempre é mais fácil lembrar daquilo que machuca.

Todavia, a conclusão disso tudo é que: deu trabalho, mas chegamos vivos a mais um fechamento. O desejo é e sempre foi o melhor para todos, e que cada um faça por onde conseguir aquilo que sonha; que não desista do que de fato for importante; que se preocupe com coisas grandes, e deixe as pequenas terem o peso que de fato possuem; que dêem valor àquilo que lhes é de fato essencial.

E que estejam por perto. O calendário vira, a vida continua, mas nunca é demais querer melhorar um pouco mais. Um bom Natal e que em 2009 a mensagem de final de ano de cada um de nós possa ser doce e suculenta, diferente desta, que tem sem a menor dúvida uma amargura e um desejo de virada que ultrapassam qualquer texto que se leia.

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  1. Neli

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