Onde o céu acorda

fev
2007
07

escrito por | em Vidinha | Nenhum comentário

Sete horas. O sono ainda não se foi, e o dia mostra quais serão suas cores. O sol aparece tímido, e em seguida, sem esperar muito, exibe um azul quase sem fim. Existe uma espécie de silêncio, tímido mas presente nas calçadas. As pessoas aceleram lentamente, e o aroma do café, dos perfumes e sabonetes misturam-se a alguns cigarros nos bares da cidade.

As mesmas pessoas tomam o mesmo café. Pedem o de sempre todos os dias. Lêem o jornal, observam o noticiário, pensam em suas vidas. Ameaçam planejar seu dia, mas esquecem ao primeiro gole. Alguns poucos já se preocupam em demasia, reclamam da noite mal-dormida, tocam a buzina com impaciência e estragam alguns dias alheios logo cedo. Sete horas da manhã e as vidas recomeçam.

Horário delicioso aos que trabalham, e de certa forma empolgante (se é que isso é possível, e exclua-se aqui os sonolentos) aos que não trabalham, pois caracteriza-se como um “acordar cedo, porém nem tanto” e permite que o dia renda mais. Tem o mesmo sabor de uma manhã de sábado, porém possui final iminente, uma vez que às oito horas bate-se o ponto, congestiona-se o trânsito e a insanidade da metrópole aflora.

Por isso, aproveite as sete horas. Sente-se à mesa, peça um suco de cajú, uma empadinha e aproveite esse horário em que nem mesmo a Lua parece querer voltar pra casa.

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