14/01

jan
2007
14

escrito por | em Vidinha | Nenhum comentário

No ano 2000, eu acompanhava um certo Clube paulista dividir o Maracanã com a torcida do time carioca do cinto de segurança. Chutava a cama, as paredes, brigava com meu pai, sorria a cada pênalti bem batido, chorava de alegria com o chute torto do Edmundo pra longe do gol. Via meu time ser campeão mundial, e enfim esse povo pobre de grana e rico de paixão ser feliz por um pouco mais de tempo.

Em 2001, engolia pó desde às 17h num terrão do tamanho de oito campos de futebol. Viajava pela primeira vez pra minha segunda terra querida, e conhecia o Rio de Janeiro pra nunca mais esquecer. Dentre 250 mil pessoas, arremessava garrafinha d’água no nariz achatado do Carlinhos Brown. Me deleitava no show do Oasis, mas esperava a volta do pseudo Guns N’ Roses, que mesmo sendo um cover dele mesmo, fez um show espetacular e que me deixou choroso por longos e deliciosos dias daquele janeiro.

Em 2002, no meu primeiro dia de volta às férias, adentrava ao escritório às 8h30 da manhã. Tudo vazio, ninguém por lá. Estranhei. Olhei pro lado e vi meu então chefe e a secretária dentro da sala de reuniões. Após o bom dia, ouço a fatídica frase “então Masili, precisamos conversar”. Três minutos depois eu estava demitido, devido à “nova política de custos” da agência.

Nessa altura do campeonato, eu já achava a data insólita. Catorze de janeiro significava alguma coisa além do comum na minha vida. De fatos importantes a alegrias bobas, fato é que o tal dia já causava expectativa. Vieram 2003, 2004, 2005, 2006… nada de emocionante, ou diferente que merecesse tanto destaque e um espaço na memória digno de lembranças tão intensas. Esqueci da data, das coincidências e de tudo o que parecia cercar esse final de segunda semana do ano.

Aí veio 2007. E um certo dia eu resolvo (?) tomar um rumo. Sair da geleira, do labirinto e da montanha-russa de emoções boas e ruins. Hora de ser sincero com as pessoas certas, e de não temer certos riscos. De tentar acertar o que andava tão torto. De assumir um amor, de encarar um namoro de frente com todos os perigos e delícias que fazem parte dele. De tentar refazer as coisas da forma certa. Nem sempre pelos caminhos mais fáceis, nem mais bonitos. Mas me pareceu um bom dia pra tomar certas decisões. Principalmente as certas. E assumir minhas certezas.

14 de janeiro não é um dia como os outros na minha vida, decididamente.

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