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Ouvindo
Who Made WhoACDC

O Marcel vai casar amanhã.

Meu melhor amigo desde que fugi do berço. Camarada há 22 anos, o sujeito e a Bárbara casam amanhã. Deus do céu… como tô ficando velho! O brother acabou de me ligar, pouco depois de eu mandar um torpedo sacaneando (novidade essa) o dito, e ambos nos ligamos em algo: tanto ele como eu ainda não nos ligamos no fato em si: o Marcel vai casar amanhã.

E lembrar que ontem mesmo éramos uma turma que passeava no pátio contando histórias que a gente não cansava de inventar. Tínhamos uma história em quadrinhos digna de prisão perpétua, tal politicamente incorreta que era (e ainda está guardada em casa). Lembro de uma história que o cara me contou durante três recreios seguidos, sobre um videogame de um carro que “ele havia jogado”, em que se podia ir pra qualquer lugar do mundo. E o cara tinha encontrado nosso colégio, me deu uma carona e atropelamos a diretora… Descobri o Master System jogando California Games no quarto do cara numa noite perdida lá nos idos de 1990, bem como algum tempo depois tinha um tal de PlayStation com um monte de botões e que passamos uma tarde toda jogando. Dividimos o histórico cd ao vivo do ACDC (show que o bastardo viu e eu não – ele arranjou de trampar numa barraquinha de comida dentro da Bambinera, e na hora do show deu pinote e sumiu de vista), que eu peguei emprestado por milhares de vezes até tomar vergonha na cara e comprar um pra mim. O louco ainda fazia coleção de cones roubados, e o último que eu vi esse cara roubar foi parar na caçamba da picape do Japonês viado que faz parte da galera também, já que não rolava enfiar o dito no porta-malas do Purple Móvel (sim, Deep Purple é gosto na área até hoje por grande influência deste respeitável senhor quase casado).

São histórias engraçadas as que eu lembro desse cara. Sempre lotadas de ironia, de uma inteligência extrema e de acidez corrosiva. Certamente ele se ligou durante a vida que mais do que um amigo, foi um cara em que eu me espelhei por diversas vezes e que se tornou um irmão pra mim. Não me lembro em momento algum de ter escrito algo pro Marcel além dos balões nas historinhas do Vô Monroe, ou de termos feito em dupla redações sobre velhinhas degoladas, crianças suicidas ou coisas do tipo. Hoje eu quis desejar (mais) felicidade à união dele com a Bárbara de um jeito que fosse tão bacana de ser lembrado como foram pra mim recordar as coisas escritas nas linhas que eu deixei por aqui.

Taí, seu puto. Nos vemos amanhã, e vamos ver se no altar você não nos mostra enfim seu lado emo e chora um pouquinho! Eheheheheheh! Seja MUITO feliz, irmão…!

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