Dias imperfeitos

set
2006
05

escrito por | em Vidinha | Nenhum comentário

Quando eu olhei no relógio da rua e vi: 8ºC…

…instantaneamente me perguntei o que diabos estava fazendo tão longe do edredon. Um frio quase polar como esse pede chocolate quente (ou uma sopinha de feijão), controle remoto, uma companhia ideal, e que de preferência tudo isso venha junto num sábado de manhã, e não numa terça-feira útil.

Imperfeições. Nem sempre as coisas acontecem como gostaríamos. Não será a última reclamação a se fazer até o final deste dia, e assim como muitas outras, nos sentiremos infelizes em pitadas por muitas e muitas vezes, o tempo todo.

Ontem à tarde por exemplo, quando eu entrei na Saraiva sedento para comprar pela terceira vez o mesmo CD do Iron Maiden (que eu não me comprei, pois achei que aquilo era um livre surto psico-metaleiro consumista, e hoje me arrependo e devo tomar a mesma atitude, porém com final diferente). A princípio esse parágrafo não teria absolutamente nada a ver com o restante do texto, mas tem sim.

Porque essa fase do metaleiro que neste corpo já residiu aconteceu em um tempo onde eu, assim como o poeta, achava que todo grande amor só era grande se fosse triste. Lamentar a falta de sorte era sinônimo de estar cego às outras grandes alegrias que a gente encontra durante a vida. Lamentar um frio de 8ºC pode sim parecer uma coisa lógica. Mas certamente, se não fosse por ele, não daríamos o valor devido ao aconchego daquela blusa guardada no fundo da gaveta, ou ao sabor do chocolate quente e da torrada com manteiga.

Por isso, ao invés de ficar reclamando da vida durante esse dia gelado, trate de fechar bem o vidro, sacar que tem um puta céu azul lá fora, e que pra gente se sentir bem num contexto desses, às vezes um simples par de luvas já resolve muita coisa.

Ah, e ouça Iron Maiden. A raiz metaleira nunca morrerá.

Comente