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Você procura palavras pra tanta coisa. Descrever uma música parece fácil? Tente. Descreva seu dia, sua vida, suas vontades. Depois de passar uma noite de frio, o chuveiro queima, o ônibus lota, um pivete cospe em você, alguém perdido na vida te liga duas e meia da manhã, nada descreve melhor o sentimento do que um sonoro palavrão em bold.

Às vezes não sai nada. É horário pra acordar, tanta coisa pra fazer, prazo estourando, pinta algum imprevisto, a comida estava fria. Quem quer escrever uma coisa dessas? A gente quer mesmo é um banho quente e oito horas de sono que sempre ficam na vontade.

Insira sua música favorita. O que ela te diz? Paz, calma, tesão, chega mais perto meu amor, e deixa eu te esconder desse mundo estranho e dessas pessoas nocivas. A melhor parte disso tudo é viver a sua fantasia quantas vezes quiser, o tempo que achar necessário. Aumenta o som, coloca o fone, deixa em loop e aproveite o momento.

Feliz é o fotógrafo, que clica o mundo que seus olhos vêm e resume ali tudo isso. Passa a luz que bem quer, a imagem interpretável ou explícita. É o que me fez desenhar dia desses: tentar melhorar as coisas – mesmo que no papel, dar um pouco mais de cor à vida, enfim. Não era preciso escrever nada, pois a regra funcionava perfeitamente: o que era feio saía bonito, e não havia dia cinza. Mais simples que isso, impossível.

Dessa vez faltaram palavras no final da semana. A máquina estava ali, esperando uma chance. O sol surgiu, o parque estava cheio. Esqueci um pouco da sexta-feira estranha e frustrada, esqueci das palavras, esqueci até dos desenhos. Se era pra ter gosto de novidade, assim seria. E foi.

A semana recomeçou com o sol de sábado. O calor da música agora é vermelho, o céu trouxe a paz numa cor meio indefinível, e tudo recomeça com mais um jeito de se dizer as coisas. Que assim seja.

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