Arquivos da categoria "‘Vidinha’"

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Tem sido tudo muito bom.

Planejar minha vida com ela.
Reencontrar o prazer de escrever.
Rever minha família sábado.
Reviver minha família domingo.
Dar uns furos n’água por aí.
Receber novas músicas.
Gastar gasolina.
Ajudar uns velhinhos.
Falar besteira (com e sem palavrões).
Dormir dez horas numa noite.
Deixar as coincidências acontecerem, e rir delas.
Redecorar a casa.

Enfim, estar de volta à vida.

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– Por que esse povo fala alto desse jeito?
– Porque eles tão indo pra balada, amor. Enquanto a gente, terminando aqui, vai pra casa…
– Ou seja, porque a gente tá velho.
– É…

Não que seja algo deprimente a gente admitir que os programas caseiros nos atraem mais, menos ainda abrir mão da noite paulistana em prol dos DVDs e rocamboles de edredom. Mas a percepção de que aquilo que era legal há uma década e hoje te parece insuportável é uma coisa perturbadora às vezes. E barulhenta.

Sim, preferimos os programas unplugged.

Quem espera…?

set
2009
17

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Ontem recomeçamos a busca por nosso futuro apartamento.

Quando digo isso, leia-se “Ok, estamos querendo mesmo casar porque essa história de falar tchau toda noite já deu o que tinha que dar”. Esquecemos da fome, e elegemos oito possíveis vítimas para esse fim de semana. Nesa brincadeira, já abri poupança, já fizemos planejamento financeiro, já fechamos a mão e tudo o que um casal coxinha curte fazer. Brincar de gente grande é uma delícia, mas dá um frio na barriga daqueles (ou que nem esse, onde dá pra ver direitinho como é segurar a ansiedade pra ganhar a recompensa no final):

Thanks Bibizim, pela ótima dica 😉

Mas de tudo, o mais bacana é que esse monte de cuidado tem dado resultado, e enfim vamos sair pra guerra sabendo o que queremos, o quanto podemos e como fazer. Ou seja: tanto frio na barriga só tende a aumentar a nossa vontade (e ansiedade) em concretizar o segundo marshmallow. Enquanto isso, vamos ficar que nem a molecada aí em cima…

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…e dancei muito essa coisa brega, melada e que todo mundo viu e sabe cantar.

Patrick Swayze em Dirty Dancing

As vindas

set
2009
14

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E afinal, nada nessa vida é óbvio.

E enquanto uns vão, outros voltam. Alguns rostos que estavam na multidão, ou cuja atenção dispensada anteriormente nem era tanta (pois dedicava-se mais tempo a outras coisas/pessoas que em determinado momento abriram mão de sua importância) sorriem enquanto você chora. Abraços inesperados. Gente que fazia parte de não sei, de nunca mais, de longe daqui.

Algumas coisas possuem um novo sabor. De uma chance certa, pois justamente quando não se esperava nada dali, dali aparece e torna-se peça-chave pra que tudo fique bem de novo. A gente vê que envelheceu, que parou de correr tanto e que as coisas ficam mais fáceis, mais tranquilas. E que certas coisas lá de trás já não fazem tanto sentido nem são mais importantes do que o bom dia de hoje.

A gente se cansa de esquentar a cabeça por besteira. Fazer probleminha virar problemão. E depois de tanta água e tanta aspírina, nota-se: o que é bom fica, o que é ruim dói, esfria e cicatriza. Em outros casos, pessoas de 3, 4 meses de convivência se importam muito mais do que deveriam com seu bem-estar. Não questionam o óbvio, e mesmo assim oferecem apoio irrestrito. Mais alguns que sequer te conhecem direito, e não te negam carinho. Transborda, conforta horrores.

A vida segue mais fácil assim. E estar ciente que novos dias ainda te esperam é tudo o que importa nessas horas. As trevas que  fiquem no passado, congeladas naquele iceberg bem distante. O tempo agora, é de prosperar. E sorrir, porque é pra isso que a gente tá aqui.

Casa limpa, e pronta pra receber os amigos.

As idas

set
2009
14

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Poucas são as vezes que de fato precisamos de alguém por perto, e que estar sozinho torna-se algo perigoso. Não digo perigoso fisicamente, mas para suportar certas coisas duas pernas não bastam. Procurar ajuda fica mais fácil com o tempo, em que deixamos a pose de lado e admitimos que somos sim muito frágeis em momentos mais delicados. E nessas horas, entram em cena a família e os amigos.

No meu caso, só os amigos.

Mais de mês depois, muita coisa passou pela minha cabeça analisando esse processo maldito pelo qual passamos até a morte do velhão. Muita coisa aconteceu. E é um daqueles momentos que você sabe (ou ao menos imagina) que vão acontecer na sua vida. Que são inevitáveis, e ainda assim impossíveis de se imaginar, tanto naquilo que se sente enquanto duram, quanto nos estragos causados.

E dos trocentos erros que a gente comete nesse tipo de situação (que é completamente irracional), um deles é esperar algo das pessoas. De algumas, pelo menos. Pois eu não fui decepcionado, em nada, por aquela meia dúzia que eu sei poder contar pra qualquer coisa. Dos que estiveram de alguma forma me acompanhando da forma que fosse durante esses últimos 3 anos, enquanto esse processo acontecia. Por telefone, por e-mail, por sinal de fumaça, quem se importa o método? Abraços chegam, pessoalmente ou não.

Mas faltou alguém.

E nessas horas, ausências são sim notadas. E sentidas. Mas quando essa ausência é reincidente, não sabendo de nada durante os tais 3 anos, esquecendo de aniversários, Natais, Reveillons e nome de namorada, e atrasando 15 dias pra se fazer ouvir da forma mais boçal possível, a amizade acaba, instantaneamente.

As pessoas não perdem seu valor. Mas as atitudes determinam sua cotação. Alguns têm crédito eterno. Outros vivem renovando e agregando. Uns poucos vez ou outra dão o sinal da graça, mas de uma forma tão intensa que lhes permite sumir do mapa por um tempão. Mas uma sequência extremamente negativa, e uma cereja como a pergunta feita ao telefone (O que seu pai tinha? Ele estava doente?) mostram o tamanho da omissão.

É cartão vermelho. Sem direito a recurso. Porque eu tenho que cuidar de quem cuida de mim, e tem gente que merece muito mais crédito do que esse saudosismo por notícia velha. Já perdi amigos por causas menores, mas nesse caso, me sinto no total direito de tomar um momento de expectativa como esse, e transformá-lo em motivo pra lá de justificado pra mandar gente pra longe. Porque omissão tem limite.

E o meu já estourou.

00:58h

ago
2009
14

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Canta, Madeleine.

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E desde sempre ouvi de quem me conhece um pouco que seja, que quando o coração aperta, quando a saudade chega, quando se faz a falta, eu corro pra mesa, pros papéis, pros lápis, e nessa última década, pra frente do micro, e me escondo no trabalho. E entre o abraço da pequena, nossas noites bobas derramados em algum banco por aí, ou debaixo de briefings e mais briefings dos muitos e ótimos clientes, eu me refugio. E vou me acostumando ao andar desse cachorro de três patas.

Nunca será normal, mas a gente se redescobre.

As noites andam mais calmas, menos doídas. Sua voz me deixa feliz. Existe todo um mundo que sempre esteve ali mas que nunca foi explorado. Existem novos pensamentos. E muitos vazios, muitos porquês que nunca serão respondidos. Mas os dias, as noites, esses continuam acontecendo, e a vida permanece bonita. Sim, existe muito trabalho a se fazer. Mais do que isso: esse coração ainda tem muito o que bater.

E sim…

ago
2009
06

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…eu voltei a escrever desenfreadamente pra jogar pros posts anteriores toda e qualquer lembrança dessa época desgraçada que eu vivi até domingo de manhã.

Se é pra lembrar, que seja da vida. E do que é bom.

Recomeçando

ago
2009
05

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Porque a gente está aqui pra ser feliz. O resto é resto.

Minha mãe vem reagindo bem na medida do possível. E meus amigos têm me dado a cada minuto a prova de que se tem uma coisa que eu sei fazer bem na vida é colecionar pessoas. E tenho certeza que no meio de tudo isso tem dedo do bigode. Um pai coruja que cuidou bem da prole a vida toda deve com certeza estar metendo o bedelho lá de cima pra confortar as coisas aqui embaixo.

Com certeza ainda vai doer. Por diversas vezes. Mas que herança boa que o danado deixou, pra tanto carinho pipocar por todo lado…

Ao nosso velhão

ago
2009
04

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Numa manhã de domingo de sol. Assim terminou a jornada do meu pai por aqui, da mesma forma que me vêm à mente as primeiras e gostosas memórias que  tenho dele. Sentados na sala de casa, eu ainda de pijamas e morrendo de sono, assistindo às corridas do Piquet. Carlão era sinônimo de fim-de-semana. Na minha família, era dele o espaço da galhofa.

Por isso mesmo, eu me recuso a descrever o Carlão com a tristeza de quem fica e segue. Meu pai foi um fanfarrão de marca maior, e além dos dois filhos gerados, agregou alguns filhos postiços pelo caminho. Era a cara do Papai Noel, a piada no meio da tensão, a vontade de fazer rir, e esse legado eu fiz questão de moldar e adaptar àquilo que me tornei. Ele pingou um pouquinho de verde aqui na cor dos olhos (agradeço muitíssimo, pois ajudou a amenizar um pouco o restante da pouca beleza). Me ensinou a dirigir. Encobriu muita cagada que fiz por aí. Me botou na linha e ensinou a valorizar o que de fato é importante nessa vida: o caráter das pessoas. Tentou me vestir a camisa do São Paulo, mas eu fugi pro Parque São Jorge por vocação, e também pelo prazer de ter o que discutir do nosso futebol de cada dia. Dividimos muita alegria, algumas tristezas, trocentas discussões e períodos de instabilidade. Mas sobrevivemos a tudo isso, e nossa família permaneceu unida.

E precisávamos estar novamente todos juntos pra que o rapaz topasse uma última reunião familiar antes de tomar a estrada. Cumpriu bem sua missão, rapaz. Segue o teu caminho e volte a ser o filho da Dona Lourdes por aí enquanto a gente não chega pra bebemorar juntos novamente. Deviam estar precisando de alguém pra levantar o astral por aí. Chamaram o Michael um pouco antes, mas precisavam de alguém menos afetado e politicamente correto, com umas histórias mais sujas e hábitos engraçados, como por exemplo tomar Leite Moça com açúcar. Foi uma ótima escolha, tenham certeza.

Eu faço a tua por aqui, bigode. Um beijo e muito amor do teu filhão aqui.

P.S.: Não tenho palavras pra agradecer o carinho de todos os que de alguma forma estiveram juntos nessa etapa da minha vida. Presentes ou não, recebi cada abraço com a mesma alegria de saber que a maior das heranças meu pai deixou pra todos nós. Um legado de amizades e alegrias como as que eu pude compartilhar com cada um daqueles com quem conversei nessas últimas semanas é coisa inestimável, pra ser cuidada com todo o amor desse mundo. E vocês cuidaram muito, mas muito bem mesmo da gente, a ponto de hoje podermos estar dando um primeiro passo nesse mundo um pouco menos alegre, mas igualmente importante. Estamos juntos. Muito, muito, muito obrigado, de coração.