Arquivos da categoria "‘Música’"

Sem palavras.

ago
2006
29

escrito por | em Música | Nenhum comentário

Eu só queria dizer ou fazer algo bonito assim hoje.

I Want You, por Elvis Costello e Fiona Apple.

Walk The Line

jul
2006
20

escrito por | em Música | Nenhum comentário

Dentre tantas coisas que se pode fazer quando se tem um mínimo de tempo vago, uma das mais necessárias seja recordar: o que se fez, os planos, o que foi dito, o que passou. Isso nada mais é do que lembrar justamente de quem somos (ou fomos até hoje), pra poder pensar no que será feito dali em frente.

Hoje (ontem, melhor dizendo, já que são quase 2h da manhã) assisti Johnny & June. A imagem aí de cima não está simplesmente ilustrando o post. Quem vê um cara desses mandando todo mundo tomar no cú com tamanha sutileza logo imagina que num coração desses ao invés de sangue corre óleo de trator. Mas quem conhece o pouco da história desse monstro que o tal filme mostra se assusta com tamanha sensibilidade – e então entende porque do inferno desta vida surgiu mais um gênio. Certamente June Carter recebeu o pedido de casamento mais fantástico que eu já vi na minha vida. Quem assume um amor como esse cara assumiu, só poderia se despedir da vida cantando Hurt como ele cantou.

Ao mesmo tempo, agora há pouco estava lendo e revendo o que este blog registrou nos textos de janeiro e fevereiro deste ano. Fui parar nessas memórias depois de um amigo me dizer que se emocionou com o texto que eu escrevi pra Bibi dias atrás. Texto esse que causou mais reações do que as registradas nos comentários.

Ver nesse Deus aí em cima inspiração pra alguma coisa. Escrever de verdade é escrever quando quem está ali nas letras não é tua cabeça, mas tua alma. Viver de verdade, não abandonar os sonhos, toda aquele combo de coisas que a gente vive implorando pra que aconteçam mas que ao mesmo tempo morre de medo de participar.

Comecei a sentir pena dos cerebrais, que perdem tudo isso pelo caminho. Sim, o racional é mais do que necessário. Mas esse cenário de abstinência covarde a certos riscos que a vida oferece (e que normalmente acontecem sem planejamento algum) são tão insossos quanto as memórias que pessoas assim provavelmente devem ter quando olham pra trás, da mesma forma que eu fiz hoje.

Intensidade. As pessoas temem isso. E eu amo. Valeu por lembrar, Cash.

escrito por | em Música | Nenhum comentário

Faltam 5 dias pras férias. Eu estou em total contenção de gastos (mesmo indo à festa junina do Clube hoje – afinal, depois de camelar por um mês, nada mais justo do que curtir seu próprio trabalho dando certo), e por isso mesmo um dos meus poucos passatempos nesses dias depende exclusivamente dos responsáveis pela programação da TV aberta.

Ontem à noite assistia pela enésima vez Nascido Para Matar e a atuação fantástica e irritante do Sgt. R. Lee Ermey é digna de comparação aos grandes filhos da puta da História do cinema. E por falar em filhos da puta muito legais, hoje de manhã a Bibi me lembrou que eu ainda não assisti Johnny & June. Johnny Cash foi sim um cara muito legal, assim como o tio Kubrick e seus personagens caricatos e sádicos.

Dessa forma, pra tentar me redimir um pouco dessa lacuna cinematográfica da minha vida, eu estou colocando no ar a trilha principal deste filme que eu não vi – o show de Johnny Cash em Folsom Prison, que é de arregaçar. É tosco e animal, como Kubrick, como o Sgt. R. Lee Erney, como Alex DeLarge, como John Doe e como todas outras coisas sádicas, cítricas, malditas e muito legais que o cinema produziu dia desses.

escrito por | em Música | Nenhum comentário

Estava eu em Itanhaém, numa tarde perdida de sol. Meu primo encosta o carro, abre a porta e me chama pra ouvir uma coisa. Era comecinho dos anos 90, e eu com meus dez ou onze anos, disparei até o carro do cara. Ele me puxa do banco dois cd’s: um do Metallica, um do Guns N’ Roses. Naquele momento eu estava oficialmente sendo apresentado ao Heavy Metal e ao Hard Rock.

Dali pra frente vieram a MTV, a 89, adesivos, revistas-pôster, camisetas pretas, muitos e muitos anéis (dos quais 3 ainda permanecem nos dedos, porém troquei o latão e as caveiras pela prata e por insígnias), pilhas de cd’s, e tardes e mais tardes de som no talo na casa dos amigos, discutindo formação de bandas, baixistas, bateristas e guitarristas preferidos e por aí vai. Vale lembrar que nesse momento histórico ainda não havia internet, e se fôssemos considerar as coisas a partir daí, a gente era até bem informado demais pra nossa geração.

De lá pra cá, a coisa foi se tornando aos poucos meio insípida. O rock perdeu a farofa, a maquiagem, os cabelões e os adoradores do demo. Vieram os bons meninos de gravata, olhinhos pintados e que choram sozinhos no canto da balada. A geração Emo hoje dá o tom das FM’s, e nós – que vimos de onde veio o Massacration – temos em nosso armário alguma camiseta do Iron Maiden mofando no fundo da gaveta.

Tem muito neguinho que tem vergonha do passado metal: de ter saído em alguma foto fazendo o sinal do esquerdinha, de ter batido cabeça ouvindo Black Sabbath ou de ter passado calor vestindo preto no verão. Coisa da idade? Não sei, mas era legal pra cacete. Eu mesmo desenhei muita caveira e muito demônio nessa época, sempre achei o máximo as lendas que rondam o universo metaleiro e ainda tenho minhas recaídas aos Helloweens e Megadeths da vida.

Este post vem homenagear o dia 6/6/6. Número esse que muitos caras como eu berraram ao limite durante boa parte de sua adolescência. E antes que venham me rotular de satanista, é bom dizer: era pura diversão entrar nas fábulas medievais, nas histórias fantásticas e nesse universo de motocicletas, jaquetas de couro, fumaça, mulheres nuas e cerveja. Caras que davam entrevista fumando, bebendo, coçando o saco e falando de putaria – vai dizer que tinha coisa mais legal que isso?

Longa vida aos metaleiros, e não esqueça de botar sua camiseta preta pra comemorar. E pra quem quiser, vai rolar um open bar de pintinhos pisoteados com um belo dum sangue de boi lá em casa hoje…

(Se você não entendeu NADA do que eu escrevi aqui hoje, ou que sentido tudo isso tem – se tem – vai estudar um pouco, seu podre…)

escrito por | em Música | 1 comentário

Tem coisa que a gente não consegue descrever. Se não vive, não sabe. E ontem o que aconteceu no Estádio do Morumbi não poderia se encerrar em uma frase como, por exemplo, um show maravilhoso e completamente emocionante, ou o evento mais sofrido, esperado e batalhado dos últimos meses. Ao menos, eu não seria capaz de dizer isso.

Pois pra mim, as coisas foram muito além desse limite. Sim, U2 é puro palco. A música dos caras ultrapassa quase três décadas intacta. How To Dismantle An Atomic Bomb é um álbum que certamente deixará de 3 a 4 clássicos pros shows futuros, pois é um discásso. Bono Vox é sim rei de seu público, pois o carisma e a empatia do cara não precisam de nenhum adjetivo, quanto mais dos meus comentários. Não é pra isso que eu vim aqui.

Vim pra dizer que ontem, tudo aquilo que eu escrevi aqui sobre amizade, batalha e vontade das pessoas certamente se concretizou da forma mais mágica e perfeita possível. Que quando o estádio se transformou numa nuvem estrelada com a escuridão dos refletores e as luzes dos celulares de 80 mil pessoas, que a cada piscar de luzes durante a execução da agora inesquecível Beautiful Day (e esse título de música associado a TUDO o que aconteceu nessa verdadeira epopéia que se tornou esse show transformaram mais uma ótima música dessa banda em algo muito maior e mais importante pra mim) eu lembrava de cada round dessa luta que parecia sem fim pra todos nós. E lembrava também que naquele momento todos – eu disse TODOS – que fizeram parte e somaram esforços nessa verdadeira guerra estavam ali, colados ou muito perto do palco, sentindo a força daquela “coisa” toda. Eu e a Ari, de camarote e bem mais distantes (porém não menos animados, tal o contexto todo da coisa) aproveitávamos cada momento de tudo aquilo com a certeza que de fato o melhor estava acontecendo. Não importava mais a distância do palco (tínhamos nosso próprio conforto, um som espetacular, uma noite linda, “nossa festinha particular” comemorada em 5 pessoas, e a certeza de DEVER CUMPRIDO).

Felicidade a gente não compra: divide. E nunca a matemática foi tão justa com as pessoas que de fato mereceram e sonharam um mesmo sonho por tantas noites sem saber se de fato ele se concretizaria. Hoje eu estou aqui, sem voz, com o corpo completamente detonado, queimado de sol, extasiado e choroso a cada canção dos caras (que eu não me canso de ouvir), e plenamente feliz. Porque a vida é assim mesmo: é momento. E quantos não foram os momentos de ontem que eu levarei pro resto da minha vida.

Conseguimos.

(Existem vídeos e muito mais fotos que quem sabe eu ainda consiga publicar aqui logo. E pra quem foi dia 20 e também colou na Hot Area, o que dizer? Por enquanto nada, pois nenhum de nós todos têm voz pra nesse momento dizer qualquer coisa…)

Vertigo.

fev
2006
20

escrito por | em Música | Nenhum comentário

Nenhum esforço é pequeno quando se tem uma recompensa que te glorifique, que te arranque um sorriso, que te deixe uma lembrança. Nada que se faça por alguém pode ser mensurado em dinheiro, em tempo, em cansaço. Nenhum desafio é maior do que a vontade que a gente tem de superá-lo, quando sabemos que no final das contas poderemos olhar pra trás e dizer que tudo aquilo valeu a pena.

Estas últimas semanas me trouxeram um sentimento estranho pra dentro do peito, e um nó na garganta que em diversas vezes se repetiu. Mas pra quem pensa que tudo o que se fala nestas linhas gira ao redor de um show e de uma banda, eu diria que provavelmente não conseguiu sentir e se aprofundar em algo maior que durante esse tempo todo aconteceu em paralelo.

Crescemos enxergando nos sorrisos e nas lágrimas dos outros aquilo que de fato somos. O nosso reflexo mais claro não se dá em frente a um espelho, mas na força de um abraço. E nesse caminho que não foi nada fácil, e em que algumas pessoas se ajudavam enquanto outras tentavam levar a melhor em cima dos outros, foram alguns sorrisos especiais que me mostraram que antes de qualquer outra coisa, muito coração bateu mais forte durante esses dias. De alegria, de dúvida, e provavelmente entre hoje e amanhã, de êxtase e alívio.

São sonhos que temos desde sempre: o astronauta, o jogador de futebol, a doutora, o rockstar. Hoje e amanhã alguns de nós poderão se sentir um pouco mais realizados. Sim, em nada essas duas horas de magia mudarão o mundo, e provavelmente se tornarão mais uma boa história a ser contada por cada um de nós. Mas nossa vida é feita disso: de história, de momentos e de amigos.

Que bom: eu ajudei a realizar um pouco desses sonhos. Então, não se preocupem em agradecer – e sim em curtir um pouco mais da música que está tomando conta da gente durante todo esse tempo. A cidade das luzes ofuscantes hoje brilha mais do que nunca. Ao menos pra gente… e não estamos mais sonhando.

*Em homenagem à Bibi, Dani, Lê, Lu, Sophie, Kalu, Kadu, Van, Sil, Yara, Klein, Gê, e todas as milhares de pessoas que se enfiaram nas filas, que se mataram de tanto telefonar, e que em algum momento pensaram em desistir de tudo, mas que ou hoje ou amanhã estarão realizando mais esse sonho, mesmo com tudo indo contra. NÓS CONSEGUIMOS.

escrito por | em Música | Nenhum comentário

por Bibi.

Música tema deste post:
City of Blinding Lights U2

A notícia veio no meio do caminho pro trabalho. Eu já estava sentada e se não estivesse provavelmente precisaria sentar. O sorriso bobo e a alegria se estenderam pelo resto do dia. Eu não podia acreditar: no mesmo dia que eu tinha (quase) desistido, tudo virava de cabeça pra baixo: teu lugar tá lá, é pista. A comemoração foi merecida, com cerveja, abraços, milhares de obrigada não pareciam suficientes. Mas eu tenho que admitir que só HOJE a ficha caiu de verdade. Antes de sair de casa o jornal da manhã fala sobre o show, das pessoas, mostra trechos, fala da banda. Começa a bater uma sensação de frio na barriga, uma emoção enorme: eu vou estar lá, eu vou ouvir e ver tudo isso, não importa o quão longe deles, mas eu vou estar lá. A vontade que deu? Ligar pra você, sair correndo atrás de ti, te dar um abraço e dizer que não parece suficiente um monte de obrigadas que eu disser, ou qualquer coisa que eu faça, nada parece pagar pela tua determinação, pelo presente do ano, por essa oportunidade única. U2 é uma daquelas bandas, pra mim, que tem mais de uma música que arrepia, que faz o olho encher de água, que dá vontade de voar pra longe. CA-RA-LHO, eu vou! E a culpa é toda sua! Obrigada, obrigada e obrigada. Amanhã será O DIA!

PS.: Porque eu tentei te ligar logo cedo pra dizer, mas meu celular acabou a bateria. Se prepara pra quando eu te ver amanhã.

RS 2.000.000,00

fev
2006
19

escrito por | em Música | Nenhum comentário

Ganhar os VIP’s me forçou a ficar por São Paulo, e aí o Rio ficou pra próxima. Por sinal, não só o Rio: o Rio, os amigos e os Stones. É continuar rezando pra que a saúde dos velhinhos continue como está… tio Jagger continua uma bomba no palco, tio Watts continua o baterista mais bacana do mundo, tio Wood continua com seus ataques epiléticos e tio Richards delicia a gente com os riffs mais conhecidos da História do Rock.

Mesmo com a edição tosca da Globo (os caras só sabem fazer novela mesmo, de resto…), com a transmissão em “live fake” e sem o calor daquele povaréu carioca, não dá pra desmentir: A BIGGER BANG – um nome de disco não cairia melhor nessa banda…

Terça a gente conta história. A outra.

escrito por | em Música | Nenhum comentário

escrito por | em Música | Nenhum comentário

por Bibi.

Música tema deste post:
OnlyNine Inch Nails

Janeiro de 98. Lá vai a mocinha com seus 15 aninhos, sozinha, na excursão rumo ao seu primeiro grande show: U2 Pop Mart. Que emoção não? Depois fiquei inconformada por não ter tido mais atitude de estar na pista, era o medo de novata, fiquei lá longe, assistindo às vezes de binóculos (eu sei, é patético), pra enxergar o tio Bono melhor. 8 anos depois eles estão de volta aqui. Não tem excursão porque eu já faço parte da cidade onde acontecerá o mega evento. Não tem arquibancada, porque eu tenho tamanho e mais “coragem” hoje em dia. Não tem ingresso. Porque? Buenos, eu poderia ficar aqui escrevendo milhares de coisas e PERDENDO mais ainda meu tempo com essa história. Eu só queria dizer na verdade que é claro que estou chateada por não ir no show, a vibração que rola num estádio quando a banda que se gosta entra no palco é absurda. Mas após tanta coisa broxante e depois da minha passada (como quem não quer nada) pela comunidade do U2 Brasil no orkut (quem quiser entender a piada, vai lá também), eu cheguei a algumas conclusões:

– não vou pagar preços exorbitantes para ir no show;
– o mundo é dos hipócritas, todo mundo que vende ingresso que “sobrou” (a-ham) por preços absurdos é SIM um tipo de cambista. Nem vem com moralzinha de lei da oferta e procura. Eu pensei em fazer isso no Pearl Jam, mas a minha índole ainda tá a salvo, porque na minha cabeça passava assim: vai ter algum fã querendo comprar, deixa pra ele, nem ia conseguir vender mais caro. Pra mim isso é o clássico caso da secretária que trepa com o chefe, sobe de cargo e não quer ser chamada de prostituta. Opa, pera aí, ela não deu por dinheiro? Ah, tá, esse vem depositado direto na conta bancária e ela pode até ter carteira (repare, não julgo aqui você dar ou não pro seu chefe, é outra coisa);
– deveria ter sido mais insistente nas minhas tentativas telefônicas, mas agora já foi também;
– quanto mais as pessoas puderem arranjar maneiras de lucrarem com as coisas, de ganhar em cima dos outros, melhor não é? (será que com isso EU tô sendo hipócrita por tentar ser uma estudante que não sou e assim pagar meia? ah tá, acho que é isso, se a coisa não pesa, você não sente culpa… tá explicado!)

Desculpe se tudo isso parece um monte de groselha pra você. Eu precisava muito vomitar. Mesmo. Sem stress Má e Lu. Eu realmente quero que todos esses MILHARES de ingressos (e pelo que vi por cima não são poucos) que estão flutuantes por aí MORRAM na mão dos trouxas. De verdade. Papel sem valor.

Menos de 1 metro do palco, sentada, sofá. U2, fica pra próxima.

PS.: O refrão dessa música tem tudo a ver com a temática umbiguista: There is no you there´s only me. E tenho dito.