O melhor remédio

ago
2005
15

escrito por | em Diversos | Nenhum comentário

Por muitas vezes eu já quis escrever sobre as pessoas que me assustam. Aquelas que escrevem textos intocáveis, soberbos, luxuosos e perfeitos, daqueles blogs que ao invés de simplesmente lermos, veneramos. Foi assim que vim parar aqui: admirando uma menina (ou melhor, os textos dela), que assim que conheci vi que era tão normal e tão humana quanto qualquer um dos meus amigos. Esse voyerismo explícito e declarado ao desconhecido, com uma espécie de veneração à sabedoria alheia – ou o que quer que esteja escrito naquelas linhas, que nos façam parar por alguns instantes e colar os olhos no monitor – pra alguns traz o conforto de saber que ainda existe vida inteligente no planeta. Pra outros – e este é meu caso – às vezes até assusta, tão soberbas e inacreditáveis que são as histórias por que passa(m) essa(s) pessoa(s). Servem como bom grau de comparação os personagens de qualquer série gringa da vida – Friends e afins. São verdadeiros super-heróis, simplesmente invencíveis e jamais ameaçados pelos vilões da Rotina e do Marasmo.

Conheci meus “ídolos” na net em doses homeopáticas. Pessoas comuns, simplesmente, com um punhado generoso de boas histórias vividas, e de um talento indiscutível para contá-las. O receio de se sentir pequeno perto de pessoas com essas “vidas perfeitas e repletas de aventura” é pura fantasia da cabeça de quem não arrisca dividir uma cerveja e meia hora de um happy hour. Loucura pensar que se conhece uma pessoa por aquilo que ela escreve, e daí predefinir julgamentos, opiniões e posições sem sequer tê-la conhecido. Assim meus estigmas sumiram, e eu passei a ver as pessoas por detrás das páginas.

Mas esse texto não é sobre essas pessoas (bom, ao menos não “era”, e se foi, deixa de ser nesse instante). Porque essa menina (OLÁ!) já escreveu sobre isso há pouco tempo. E hoje eu ia falar de amor (momentos de suspense? Tire o cavalinho da chuva, brother…), mas percebi que a Paquita do Capeta aqui também já fez isso. Mas dane-se, eu vou continuar falando. Até mesmo porque os textos são diferentes das duas, e o contexto idem…

Ontem em um punhado de telefonemas minha amidalite foi momentaneamente esquecida. Falar com algumas das mulheres da minha vida (duas – uma mais uma – das três, neste momento) fez um bem enorme pro coração. Enquanto eu lia hoje o texto do doção aqui, abri um sorriso besta pensando exatamente no quanto foi bom jogar conversa fora e brincar de ser sincero com as duas meninas citadas ontem à noite. Redescobrir uma amizade (ou nesse caso, duas) e poder ver até onde elas podem chegar no que se diz respeito à felicidade e à plenitude do simples fato de ouvir uma palavra sincera de carinho. E às vezes, mesmo não sendo o suficiente para curar todos os males desse mundo (como essa maldita amidalite, por exemplo), como faz falta ouvir uma palavra de carinho que chegue com sinceridade e tendo como único intuito abrir um sorriso do outro lado da linha.

Eu espero sinceramente que o receio que você possa vir a ter de alguém que você lê ou que te lê se desfaça ao conhecer essa pessoa como de fato ela é – e normalmente, alguém que consegue ser interessante no que escreve é interessante no geral. Eu pelo menos nunca me decepcionei com quem arrisquei encarar essa desmistificação. As histórias boas só surgem depois de bem vividas. E não é necessário botar uma capa e uma cueca por cima da calça pra se tornar alguém inatingível, invencível ou forte pacas. Depois de curtir bons momentos de sinceridade mútua e de nenhuma censura ontem à noite, acho que hoje pelo menos ninguém é capaz de machucar este coração. Com tanto carinho de tanta gente (sim, porque as coisas boas deste rabudo aqui não se resumem a dois nomes, mas sim à galera que me quer bem e que continua fazendo questão de cuidar bem das coisas por aqui – seja por um “bom dia” mais animado, um telefonema perdido, uma carta surpresa ou me xingando de viado), fica difícil não estar feliz.

P.S. – Um muito obrigado a quem torceu pela minha recuperação (fiquei mal pacas, velho). Com exceção de um camarada, logicamente os platelmintos que convivem comigo todas as noites na faculdade sequer notaram minha ausência. Mas isso só confirma minhas expectativas que de lá sobrarão somente duas pessoas após o final do curso. Mas voltando, se tudo der certo, até o final dessa semana tô 100%.

E salve o Corinthians…!

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