escrito por | em Comes e Bebes | Nenhum comentário

Após a magnífica e estonteante vitória do Todo Poderoso ontem à noite, eu e Thiagão pudemos nos deleitar em uma das maiores tradições culinárias de todos os tempos: o sanduíche de pernil de porta de estádio.

Esta iguaria de sabor inigualável é preparada sem qualquer tipo de frescura. Atolar a alface no pão em duas dedadas bem dadas, jogar aquela aguinha mágica na chapa e virar três vezes os tecos de pernil, cebola e repolho, botar tudo no pão e dar aquela última amassada antes de servir é um ritual tão sagrado quanto lavar a orelha ou tirar a sujeirinha do umbigo durante o banho.

Fato é que as bactérias são o grande diferencial da comida de rua! Nunca vi alguém que não curtisse um queijo quente tostando naquela chapa encardida de onde acabou de sair um zoião com bacon, aquele dog completo pós-balada vindo diretamente da traseira da Kombi, a garapa com gostinhos de fruta na feira de sábado, as inúmeras banquinhas de “café da manhã express” espalhadas na cidade (com bolo, pão de queijo, broa de milho, café com leite, chá e chocolate), e é claro, o chugatinho, o geladinho (ou sacolé), e aquele churrasco grego com kisuco…! Bactérias são crocantes e saborosas até que alguém me prove o contrário…!

Pelo menos um desses certamente você já comeu se babando de desejo, e sorriu orgasticamente após a última mordida. E é um tipo de rango que você não consegue fazer em casa: nunca fica a mesma coisa, que nem pastel de feira. Aquele tipo de coisa que você não fica pensando de onde veio e como ficou assim – neguinho fresco não come na rua, e às vezes paga mais de 70 pau comendo uma colher de ravioli no Rascal.

E nesse momento eu lembro do “doutor-meto-com-capa-de-chuva” do Fantástico. É, aquele que aperta a mão com luva. Será que esse cara já teve o prazer de comer um risóli de padaria? Ou então o pernil do Pacaembú? Será que ele usa o bidê?

Claro que eu acho muito recomendável lavar a mão depois do xixi (coisa que 95% dos caras que vão ao banheiro em qualquer shopping desse mundo não fazem), não esfregar o olho após pegar dinheiro… mas vai com calma! Esses antros da cultura culinária popular devem ser mantidos com seus devidos germes, bactérias e porquices! Se não fosse esse tipo de “procedimento”, nós não teríamos o prazer do deleite da feijoada em nossas vidas!

Portanto, um brinde à imundice! E brinde com copinho de plástico e kisuco de morango!

* Eu juro que de tanto o Chaves insistir nesse maldito combo, um dia eu experimentei. O sanduíche de presunto SEMPRE será excelente, mas suco de tamarindo é coisa ruim de doer! Eu nunca tomei, mas deve ser parecido com purgante…

Comente