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Estávamos eu e a Debs dia desses na Saraiva do Shopping Eldorado. Ela, folheando livros de viagem. Eu, pesquisando DVDs do Hitchcock. Somente eu encontrei o que queria (ela também encontrou, sempre encontra, mas nem sempre esses livros cabem no nosso bolso), e fui até o caixa levar a habitual mordida. Eis que na loja, começa a tocar “Imagine”. Justamente na hora em que sou chamado pelo caixa, que sem grandes constrangimentos, canta a música na minha frente, do começo ao fim. E sim, se emociona com a dita.

Essa é a grande graça da música. O grande mérito. Só ela é capaz de carregar essa carga emocional, e essa coisa tão pessoal que cada um de nós sente, de um jeito diferente. E por isso mesmo, tentar falar sobre ela é um desafio dos grandes. Como tentar traduzir uma paixão em palavras, coisa que a gente passa a vida tentando fazer, e normalmente acha que sequer chegou perto de conseguir. Algo que eu sempre gostei, e vez ou outra arrisco, deixando umas dicas por aqui. Porque eu vivo música mesmo, não suporto silêncio, e detesto ficar na inércia. Então vou atrás, me aprofundo e estudo, mesmo que seja só pra mim. Há algumas semanas, esse hábito ganhou corpo em outro lugar. Com mais dois amigos.

O Música Por 3 é um canto que a Mel montou, e que juntamente com o Allan, eu escrevo justamente sobre ela: a música. E como toda nova paixão, tem roubado minha atenção – atenção inclusive, que normalmente eu dedico a esse espaço exclusivamente nos últimos (quase) dez anos. E tem sido uma delícia essa coisa de encarar de frente e declaradamente o desafio de tentar aproximar, em palavras, as sensações geradas pelo meu universo musical particular. Redescobrir discos, estudar um pouco mais os artistas, garimpar algumas coisas, é um tesão essa coisa de aprender mais e mais justamente sobre aquilo que você gosta de verdade. Nunca tive talento nem capacidade de tocar nada, mas me sinto plenamente capaz de opinar, indicar e comentar muita coisa que normalmente eu costumo mesmo é ouvir, e só.

Tivemos um retorno até que bom de quem já leu. Eu pessoalmente não ligo muito pra esse negócio de audiência – escrevo mesmo é pra mim e praquela meia dúzia com quem costumo comentar diretamente o que escrevo: isso é lição aprendida justamente num blog que está prestes a completar uma década, e cujos índices de acesso não me interessam em nada. Mas o mais legal de tudo isso tem sido justamente triangular dicas de coisas que a gente conhece, que nem sempre a gente gosta, ou mesmo coisa que a gente nunca ouviu falar, e quando ouve gosta (ou não). Produzir um conteúdo que sempre me encantou, e que de certa forma rege minha vida (dada a quantidade e qualidade de música que eu escuto todos os dias, o tempo todo) é das coisas mais prazerosas que eu já provei. Os textos dos dois têm sido ótimos, e já dá pra garantir que a ideia deu certo. E tende a melhorar com o tempo.

Portanto, fica o registro. De que ele existe, e está lá, pronto a ser conhecido por vocês. De um pedido de desculpas também, pelas lacunas nas publicações nesse espaço. E da coincidência, de poder apresentá-lo por aqui, introduzindo o assunto com um “causo” sobre uma música que é das coisas mais lindas já feitas, e que hoje ganhou corpo por lá, num texto ótimo. E que não é meu. Divirtam-se!

2 comments

  1. Mel
  2. Lierson Mattenhauer

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