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David Marshall Coulthard estreou na Formula 1 em 1994, numa tremenda roubada. Pilotando o carro de Ayrton Senna e sob a sombra de Nigel Mansell, o escocês/britânico recém-chegado teve desde o inícios olhos desconfiados rodeando seu capacete, com aquele emblemático X estampado. Na minha opinião, o X da dúvida que aos poucos tornou-se uma estatística da quantidade de adversários que ele eliminava por prova.

David é o último dos fanfarrões que hoje em dia habita os circuitos da categoria. Playboy, brincalhão, e ao que dizem, um extremo boa praça. Traços muito semelhantes a outro galã atemporal, e casado (obviamente) com uma (tremenda) brasileira, Coulthard é sem dúvida nenhuma um cara carismático. Porém, tantos elogios ficam somente ao plano pessoal, visto que no que se diz respeito à sua competência nas pistas, a coisa muda muito de figura. Quando o rapaz está à frente (na grande maioria das vezes, como retardatário), a expectativa por alguma trapalhada é inevitável. Espera-se de tudo com Coulthard na pista, menos o correto. E nesse aspecto, ele iguala-se sim a Mansell, craque em fazer besteira na hora mais inoportuna. Azar dos ingleses, que durante alguns anos tiveram que eleger como ídolo o insípido Damon Hill, enquanto nosso herói (então na Williams, e posteriormente na McLaren) figurava entre os azarões sortudos que por algum golpe do destino correm por equipes de ponta.

Até a estréia da RedBull Racing na categoria. E a facção esportiva da RB, como é de conhecimento geral, é espetacular quanto às ações de marketing. E qual não é a surpresa quando da escolha dos pilotos, surge o nome de DC entre os eleitos pela empresa? Nada mais óbvio. Afinal, quando não está pontuando, Coulthard arranja alguma forma de aparecer em absolutamente todas as provas. Normalmente, se envolvendo em algum acidente bizarro. Para a divulgação de uma marca, nada melhor (é a justificativa que pra mim justifica até hoje as chances a Satoru Nakajima, Gastón Mazzacane, e outras porcarias que pilotaram um F1 – além é claro, de milionários patrocinadores agregados – provavelmente todos com o mesmo propósito e com a mesma visão da RedBull)…

Fato é que este final de semana é o último deste mito nas pistas da categoria. David tem mais o que fazer, como curtir a vida, emprestar seu nome e carisma a causas sociais muito legais, e curtir a vida. Perdemos um pouco do show, pois é um trapalhão a menos a nos divertir nos finais de semana. Mas fica o mito, e mais uma referência para que no futuro outros bonachões, playboys e fanfarrões tenham em quem se espelhar na categoria mais charmosa do automobilismo. Fará muita falta. Boa sorte David… para o alto, e avante!

Momento mágicos de DC (clique para ampliar – sim, isso é novidade aqui no 3M!):

E aos que não conhecem as façanhas desse mito, fica um aperitivo de tudo o que perderam nessa última década e meia: do humor, da habilidade e da facilidade na negociação de ultrapassagens:

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  1. Serginho

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