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Pânico, ódio, repulsa, medo, identificação imediata. Em algum momento desta vida você já quis estar do outro lado. Esqueceu em algum lugar sua educação e seus modos, ignorou o bom-senso e buscou por sangue. O mundo encantado da maldade funciona tão bem porque, sim, fazemos parte dele.

O carisma do tal lado negro não está nos fins aos quais se presta. Por sinal, isso pouco importa. Fato é que passamos por ele freqüentemente a cada teste que a vida nos coloca. A derrota do mocinho nem sempre vem da força do adversário – às vezes seu ego é maior do que sua capacidade de vencer obstáculos, e então o medo faz sua parte. Aí está a graça dos vilões: eles podem ser baixinhos, mirrados e inofensivos, mas num olhar ou num trejeito simplesmente transformam-se em monstros que atingem justamente nossa parte mais sensível, dilacerando nossa coragem e instaurando o pânico total.

A identidade que eles têm com a gente mostra-se sempre em momentos extremos. Quem nunca viveu um dia de fúria, não se sentiu nascido para matar ou quis simplesmente ter um momento iluminado que atire a primeira pedra – e atire com força, só pra não fugir do contexto. Provocar a ira é algo que nos alimenta em alguns momentos, e a reação disso pode acontecer de duas maneiras: mantém-se o controle e digere-se a raiva – cuspindo-se tudo no momento “certo”; ou perde-se o controle instantaneamente, e aí as reações são as mais imprevisíveis e perigosas possíveis…

Claro que disso tudo não se pode exaltar somente a violência e rispidez da coisa. Todo o lado sexual também ganha mais tempero. Os romances são mais inteligentes e envolventes. O charme da coisa toda é muito mais forte e natural, justificando o porquê de amor e ódio serem sentimentos tão próximos.

Doze figuras acima que representam bem o espírito da coisa. Representam no sentido mais teatral da expressão, claro. Nasceram com essas caras, esses jeitos e convenhamos: são FODA. Claro que qualquer imbecil sabe que é muito mais gostoso sentir um calor no corpo por amor, carinho e tesão do que por ódio ou fúria – isso é óbvio. Mas saber usar a força de um sentimento que sempre nos acompanha pra melhorar alguma coisa pode sim ser um tremendo diferencial entre sermos ou não alguma coisa que presta nessa vida.

E convenhamos: um mundo só de mocinhos seria um porre. Vilania forever.

P.S.: aos curiosos que não reconheceram todos, segue a seqüência: Dafoe, Norton, Buscemi, Del Toro, McDowell, McKellen, Nicholson, Malkovich, Ermey, De Niro, Penn, Pacino, Weaving, Hopkins, Lee Jones e Hopper.

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