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30/dez/2008 – dia 5
Recoleta, Buenos Aires

Acordamos doloridos pela caminhada insana do dia anterior. Havíamos sido alertados sobre o quanto é possível se andar em Buenos Aires, e o quanto isso custa às pernas. Cidade plana, acessível… tudo doía. Meu tênis furou, literalmente. Aposentei meu New Balance ali mesmo e comecei a arrebentar um Reebok que hoje em dia uso pra jogar salão, tal a amolecida e as rachaduras laterais que o dito ganhou.

Os cartões de memória da máquina da Debs se aproximavam do limite da capacidade, então o que fazer? Procurar uma Lan House e gravar um ou dois DVDs. Pois muito bem… saímos cedo pra resolver esse problema. E após frustrarmos nossas primeiras tentativas (“…solo cds…”, “no hay gravadores…”), começamos a nos questionar: será que esse povo ainda está na era do VHS? Não é possível que viv’alma não conheça DVD por aqui! Batemos perna, e nada de Lan House. Quando surgia, apenas gravadores de CD. Nossos hábitos paulistas nos traíam novamente. Pensar que tudo o que se encontra por aqui encontra-se por lá é uma tremenda furada. Não era a primeira vez, e não seria a última, pro bem e pro mal.

No fim das contas, conseguimos. Encontramos um café (mais um) que possuía 3 micros e uma gráfica rápida (é, estranho mesmo, mas a essa altura não nos surpreendíamos tão facilmente com mais nada). Descarregaram os cartões enquanto tomávamos mais um café da manhã padrão. Meu suco pra Debs, o café dela pra mim, uns biscoitinhos, medialunas e nossos novos DVDs, com fotos em alta e a certeza de que poderíamos continuar nossa viagem com tranquilidade (e carregando os devidos registros).

Próxima parada: Caminito e o tal bairro da Boca.

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29/dez/2008 – dia 4
Recoleta, Buenos Aires

Saco vazio não para em pé, mas nossos pés não aguentam uma nova caminhada. Vamos fazer um repeteco do glorioso, delicioso e apetitoso Costa Verde? Simbora.

E fechamos a noite no dito, sem muita cerimônia e com o restaurante praticamente vazio. Novamente, numa educação que não estamos acostumados e que fez do lugar um de nossos pontos preferidos durante a viagem, seguramos um pouco o sono (que não era pequeno) em prol do sabor das papas, do bife de chorizo e do cappeletti – sim, porque eu precisava saber se esses caras sabem cozinhar um macarrão. A napa não deixa mentir a paixão pela coisa…

O que os olhos vêem nossos estômagos comprovaram. E dormimos felizes.

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29/dez/2008 – dia 4
Recoleta, Buenos Aires

A Argentina está na Copa. Voltemos a falar dela.

Quando nas fotos o céu aparece azul, entenda-se que durante o dia (que dura 13 horas, é bom que se reforce essa lembrança sempre) fez um calor indigno. E nos último post, lá em julho, descrevi que nesse dia caminhamos sem critérios por toda a 9 de Julio. Não é pouca coisa, e antes de começar a noite de fato pedíamos encarecidamente por uma mesa de boteco e uma cerveja gelada. Nada de cafés, bistrôs ou restaurantes. Bar mesmo. E achamos.

Qual a ironia, o nome do danado era ROMÁRIO.

Na terra de Don Diego, pode soar uma heresia ou uma afronta à fé local. Mas fato é que durante a viagem, nenhuma cerveja foi mais gelada do que a do local. E pra nós, que buscávamos o frescor e o deleite numa Quilmes da vida, tivemos que bater no peito e nos orgulhar do produto tupiniquim: gelada mesmo, só Brahma.

Fica a dica. O custo/benefício é excelente e o atendimento idem!

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29/dez/2008 – dia 4
Centro, Buenos Aires

Estava (novamente) um céu azul típico das cores da bandeira. Descansados pela manhã, pois percorremos somente as redondezas, saímos com calma à tarde pra sacar o que se passa pela 9 de Julio – aquela monstruosidade que faz Buenos Aires lembrar em determinados momentos a cidade de São Paulo. Ainda não constavam em nossos registros as famosas fotos da própria avenida, do obelisco, e uma geral da Casa Rosada. Além disso, vendo todo aquele novo ambiente e tantas coisas diferentes das que são cenário da rotina, encomendei à Debs algumas fotos que algum dia virarão desenhos como aqueles que eu já coloquei no portifólio. Convenhamos que produzir um material desse tipo é bem mais legal do que ficar caçando foto no Google…

Fomos devagar, sem pressa mesmo, curtindo o calçadão e aquele dia bonito. E algumas coisas aos pouco tornam-se evidentes:

– Se a Paulista tivesse 8 pistas de cada lado, e São Paulo um céu despoluído, provavelmente se pareceria muito com a 9 de Julio;

– A tal Lei Cidade Limpa do Kassabão aqui em São Paulo evidencia-se quando você nota que o que mais existe nos prédios de lá são outdoors, letreiros, faixas e o escambau. Imaginar aquele lugar sem esse monte de sujeira, sendo que ele já é naturalmente bem do bonito dá um aperto de leve no peito;

– Como em qualquer lugar, os caras picham a cidade. Mas nota-se um tremendo movimento político e nacionalista por trás disso. O que não falta é stencil pelas ruas, praças e bairros. Claro que isso não é regra: havíamos chegado lá logo após uma vitória do Boca Juniors no Torneo Apertura. Consequentemente…

Vale o registro de que, enquanto atravessávamos a Avenida, havia um cara esperando o semáforo de pedestres abrir. E enquanto isso, ele… escovava os dentes. De pé, ali, no meio da rua. Infelizmente não vimos se, onde e como ele cuspiu, mas cá entre nós: tenha santa paciência né amigo…

Do começo ao fim da avenida, a tarde passou e a noite chegou, com o Sol que desnorteia qualquer relógio. Voltamos à Casa Rosada pra trazer mais fotos bacanas de recordação – agora sem a ansiedade do primeiro dia e com alguns locais em vista além do já citado. A Plaza de Mayo é o local onde acontecem as manifestações populares e panelaços. É extremamente bem cuidada e toda florida. Novamente, gente aproveitando o local, lendo nos bancos e passeando com a família. Sarmiento ficaria orgulhoso.

E quando a Debs quis fotografar a Casa, de tanto nos afastarmos eu acabei soltando algo como “nossa, como é grande essa bagaça…”, que acarretou num ataque de risos da pequena que até hoje eu não sei bem explicar…

E continuamos o passeio…

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29/dez/2008 – dia 4
Recoleta, Buenos Aires

A Havanna é uma instituição argentina, de fato. Mais até do que Dieguito Maradona. A loja está espalhada aos quatro cantos, e nunca está vazia. Docerias e livrarias são encontradas por Buenos Aires a torto e a direito. Dizer que você viajou pra lá e não comeu um docinho ou não achou determinado livro é praticamente uma heresia.

Existe uma Havanna no Paseo De La Recoleta, que é o boulevard onde ficam as mesas dos melhores (dizem, porque é tudo caro demais) restaurantes, bares e afins do bairro. A Havanna porém não integra esse contexto, e continua tão acessível quanto qualquer outra loja no país.

Além da oportunidade única de se deliciar comendo os alfajores mais gostosos do planeta a preços módicos, a Havanna ocupa provisoriamente o lugar das nossas padarias (que inexistem por lá), sendo uma excelente opção para comer um sanduichinho e tomar um suco ou um chocolate com aquela qualidade a qual estamos acostumados quando passamos pelas filiais tupiniquins.

Alguns alfajores depois, voltamos ao Subte, e de lá, à Casa Rosada…

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29/dez/2008 – dia 4
Recoleta, Buenos Aires

Estando hospedados num bairro tão bonito como a Recoleta, seria uma verdadeira estupidez não explorá-lo um dia que fosse. Dada a nossa verdadeira via crucis do dia anterior, a Debs resseu chip sua câmera nos arredores.

Estávamos de fato a duas quadras do famoso cemitério da Recoleta, onde estão enterrados Evita Perón e Domingo Faustino Sarmiento, herói nacional e pouquíssimo conhecido e comentado por aqui.

Vale o registro: Sarmiento em seu governo duplicou o número de escolas públicas na Argentina e construiu por volta de 100 bibliotecas, sendo o grande responsável por um dos hábitos mais evidentes do povo argentino: a leitura. Um exemplo a ser seguido por todo e qualquer governante responsável, que historicamente deixou como legado o desenvolvimento de um sentimento de cidadania que permanece aflorado até hoje, coisa que MUITO nos falta.

Porém, antes do cemitério, passamos pela Igresia de la Virgen del Pilar. Um lugarzinho lindo, com mais de 280 anos e cujo estado de conservação pode ser averiguado nos momentos inspirados da namorada deste que vos escreve:

Saímos de lá encantados com as imagens (que são completamente diferentes das que encontramos aqui, e muito mais expressivas nesse caso). A visita ao museu da Igreja custou coisa de $ 4,00, cujo valor é justamente revertido para a conservação do local.

De lá fomos ao cemitério. E aos que de fato esperam algo de outro mundo, novamente pelo menos os paulistas desanimam. O Cemitério De La Recoleta nada mais é do que um Araçá mais apertadinho e bem cuidado. E só. Vende-se na entrada o mapa das celebridades que por lá estão (mapa esse encontrado de graça num painel logo adiante no hall de entrada). Mas pelas placas lá de dentro, nota-se mesmo que os de fato importantes são Evita e Sarmiento. É bonito, é fotográfico. Mas nada além disso.

Após visitar os ícones políticos, resolvemos fazer uma pausa na Havanna antes de ir à Casa Rosada… afinal, não é todo dia que pode-se comer aqueles alfajores surreais a preço de banana (e banana de fim de feira).

Los alfajores

jul
2009
01

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28/dez/2008 – dia 3
Recoleta, Buenos Aires

Chegamos à Recoleta, e como já havíamos reparado, existe um tipo de lojinha muito bacana na Argentina chamada Drugstore. Essas lojinhas fazem as vezes das docerias de bairro, e dos armazéns que temos por aqui. São basicamente um balcão de fachada, com trocentos tipos de salgadinho, doces, refrigerantes, sucos e porcarias. Ah sim, e água. Gelada. Vale sempre o registro, pois essa é uma necessidade que implicitamente surge por lá.

E pelo caminho em direção ao hotel, nos defrontamos com algumas drugstores. E surgiu a idéia (óbvia) de fazermos um test-drive de alfajores – a iguaria local e cuja qualidade é de arrebentar. Fizemos disso um hábito até o final da viagem, e toda noite colecionávamos alguns exemplares e modelos diferentes a serem degustados pouco depois na cama do hotel, assistindo VH1 ou algum filme com legendas portenhas.

Da nossa avaliação geral, destacou-se com méritos o Jorgelín, da Jorgito, que é praticamente um Whopper de doce de leite com chocolate. Além de ser absolutamente delicioso, destaca-se do restante por ter 90g, ou seja, 40g a mais do que o restante da concorrência. Experimentamos os de grandes marcas, os de marcas locais e os vagabundos. Experimentar também vale a pena, pois nota-se que a Argentina está para o alfajor assim como o Brasil está para a caipirinha.

Obviamente que o Jorgelín não foi fotografado. Devoramos antes de lembrar de registrá-lo. Mas a recomendação é daquelas experiências gatronômicas indispensáveis. E pra não passar totalmente batido, segue uma imagem encontrada na internê do salafrário:

(E antes que perguntem “mas e a Havanna?”, eu digo que a Havanna é um capítulo posterior. Mais um pouquinho só de paciência…)

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28/dez/2008 – dia 3
Palermo/Recoleta, Buenos Aires

A noite caiu e sequer notamos, tal a paz que imperava à mesa do Secretos. Um pouco (mas não muito) recuperados da dor nos pés, caminhamos – bastante – até chegarmos ao Subte. Eram quase 22h, e qual não foi a nossa surpresa ao chegar à estação. A estação estava fechada. E nós, obviamente, sem dinheiro no bolso.

Sempre existe um primeiro momento de pânico, pois nessas horas a gente vê o quanto não raciocina quando habituado à rotina de onde vivemos. Às 22h os caixas eletrônicos DAQUI fecham. Os táxis DAQUI são caros. Amigo, estávamos em Buenos Aires… as regras lá são outras.

E obviamente depois de 3 quadras achamos um Banco Francés. Cantamos a Marselhesa de novo e saímos felizes e satisfeitos por não levarmos mais um fumo. O Subte que nos referimos desde o post de Palermo acompanha toda a avenida Santa Fé, assim como acontece com a linha verde e a Avenida Paulista. Chegarmos à Recoleta seria questão de andar – ainda mais – em linha reta, ou enfim encararmos os táxis portenhos. Ou seja, não havia dúvidas quanto ao que seria feito.

Um passeio de mais ou menos 10 minutos em linha reta (o que impedia naturalmente o tal golpe que alguns taxistas – não necessariamente argentinos, pois em todo lugar sempre existe um filho daquilo que banca o esperto – costumam pregar principalmente em turistas que não falam espanhol). Porém, nosso portunhol já era pra lá de fluente – até graça em língua-pátria eu já estava fazendo, e experimentamos o que é pagar em Peso uma viagem em que não é cobrada Bandeira Dois. Coisa linda de Deus essa tal de Argentina…

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28/dez/2008 – dia 3
Palermo, Buenos Aires

Fato é que Palermo lembra muito a parte boa do Jardim Paulistano, com algumas boas pitadas da Recoleta e a paz de uma cidade do interior. Não faltam prédios, de apartamentos grandes ou pequenos e todos com a característica arquitetura argentina. Os estabelecimentos comerciais tendem a algo um pouco mais chique, mas nem passam perto da petulância que os bairros da moda de São Paulo fazem questão de ostentar.

Um lugar desses convida ao passeio, mesmo quando seus pés estão pedindo água. Saímos do complexo de parques e fomos desbravando um pouco do bairro, até encontrarmos um lugarzinho pra lá de simpático e bastante convidativo, chamado Secretos. Mesas na calçada, um final de tarde (já passavam das 19h) bastante convidativo e aquela sede que todos nós já conhecemos. As cervejas chegaram, e mesmo pedindo algo gelado, novamente nos deram copos com a loira fresca – coisa que no Brasil é inaceitável, mas pra eles é pra lá de comum – e a busca pela cerveja ideal só cessaria no dia seguinte, como contarei daqui a pouco.

Resolvemos bancar os educados, e após empapuçar com aquela Quilmes “fresca”, resolvemos pedir… salada, para ambos! Sim, na terra do boi morto comentemos esse pseudo-sacrilégio, que pairou em nossas consciências durante a espera da iguaria, mas que na primeira garfada mostrou-se uma decisão pra lá de acertada. Eu nunca vi um povo que gosta tanto de presunto e queijo como esses argentinos, e no final das contas acabamos “ganhando” dois mistos frios gigantes, tal a sustância dos pratos. Naquele calor, caiu como uma luva. Mais um ponto para a cozinha portenha.

E naquele cenário pra lá de gostoso (e namorável), gostoso foi observar mais uma vez o estilo de vida e os hábitos dos moradores do bairro. A impressão era de que todos se conheciam, e a educação prevalece em mais um local do país. Pessoas levam seus cachorros (gigantes) pra passear, um ou outro vovô chega com mais um livro debaixo do braço, pede um vinho, e esquece da vida na mesa ao lado. Quem passa não se apressa, encontra-se e conversa com o viziho, o amigo ou quem quer que seja. As pessoas são simpáticas a essa vida, e não fazem questão de esconder isso.

Estávamos em casa.

Rosedal

abr
2009
10

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28/dez/2008 – dia 3
Palermo, Buenos Aires

Chegamos a Palermo após uns 20 minutos de Subte. Vale um toque que na chegada à estação (cujo nome preencherá este espaço assim que eu me lembrar do seu nome), naqueles pequenos armazéns/lojinhas que existem no metrô daqui também, eu cismei de experimentar o tal do “suco de pomelo”, que é mais ou menos o guaraná dos cucarachos. Eu, crente que aquilo era algo próximo a melão (dada a cor amarelinha do dito), tomei um susto com o azedume do bichinho. Mas pra quem gosta de uma limonada e de coisas mais exóticas, é uma experiência bem bacana. Eu viciei e mandei vários pra dentro até o final da viagem.

Saindo do Subte, o que se vê em direção ao Rosedal é uma imensidão de áreas verdes (onde também se encontram o Jardim Zoológico, o Jardim Botânico e o Jardim Japonês). É uma espécie de complexo de parques, frequentado assiduamente pela população. Famílias inteiras, muitas crianças, grupos de turistas, casais de idade, e todos os tipos de pessoa passam a tarde nesse complexo, bem como em todos os outros parques de Buenos Aires. E com tamanha frequência, o que não se vê é vandalismo e desrespeito com os bens públicos: não há marcações com estilete nas árvores, gente mijando nos canteiros, fulano tacando espiga de milho no chão entre outras atrocidades tão presentes e comuns em nossa megalópole. As pessoas cuidam do que têm, e se respeitam. De certa forma, aos forasteiros, estressados e paranóicos paulista, parece a sociedade ideal por diversos momentos. Coisa que gostaríamos de viver mas que temos certeza que não será possível durante os próximos séculos.

Andamos horrores até chegar ao Rosedal – os parques são enormes, e o sol continuava castigando sem a menor piedade. Mas quando você vê um jardim florido daquele naipe, gigantesco e extremamente bem cuidado, com cores a se perder de vista, a experiência passa a valer a pena. O parque possui um lago, com pedalinhos e caiaques, uma pontezinha branca que atravessa esse mesmo lago e que te permite uma visão geral daquela verdadeira imensidão colorida. Ficamos meio bobos com o visual do Rosedal, que lembra muito os jardins dos castelos da realeza européia.

Cansados que estávamos de termos encarado San Telmo pela manhã até a metade da tarde, resolvemos sentar à sombra na beiradinha do lago, onde nosso descanso não durou dois minutos, até sermos abordados pelos guardas do Rosedal, dizendo que não podíamos pisar ou sentar sobre a grama. E de nada valeu aquele argumento de que “todo mundo ao redor está fazendo o mesmo”, porque um a um todos foram educadamente abordados e retirados do gramado do Rosedal.

Pareceu um excesso à primeira vista, mas não foi preciso muita reflexão pra entender que aquilo que estávamos fazendo era de fato coisa de turista. Aquele cuidado todo era justificado no vislumbramento que tivemos ao chegar, e enquanto estivemos no local. Um pequeno passeio e algumas fotos depois, fomos buscar um lugar à sombra pra deitar um pouco e olhar pr’aquele céu azul que combina direitinho com as cores da bandeira.

Atravessamos a ruma e nos estabelecemos no parque ao lado. Nas alamedas que rodeiam esses parques muita gente anda de patins (e não apenas aqueles atletas playboys que estamos acostumados aos finais de semana), joga futebol e desvia dos sorveteiros de plantão.

Capotamos à sombra de uma árvore e por lá ficamos por deliciosos 15 minutos, sabendo que são de momentos assim que uma viagem ideal é feita. O céu estava lindo, e até um ventinho embalou a preguiça. Com muita tristeza, nosso estômago nos lembrou que a “hamburgueza” do almoço já era uma lembrança distante, e que aquele calor merecia uma cerveja trincando. Num bairro bonito e gostoso como Palermo, não seria problema que juntasse essas duas necessidades e completasse nossos prazeres.