Arquivos da categoria "‘Trabalho’"

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A gente estuda, paga quase R$ 40 mil numa faculdade, pasta que nem um filho da puta durante dez anos fazendo milhares de pastéis (intermediados por alguns trabalhos bacanas, que vêm parar aqui) pra conseguir um dia o glamuroso título de Diretor de Arte. E numa manhã qualquer, após meu job anterior parar em outras mãos sem me dizerem nada a respeito, recebo um outro job, cujo conteúdo é esse aí, do título, pra se fazer em dois dias, “inegociável com o Atendimento”. Nem portifólio vai virar, de tão feinha e besta que é a peça. E depois de passar nove horas teclando Ctrl+C/Ctrl+V o dia todo, o sentimento que se tem ao final da jornada (que só chegou à metade) é exatamente esse:

Sério. É esse tipo de coisa que acaba com qualquer tesão, perspectiva de mudança ou qualquer coisa que possa trazer um mínimo de motivação. Porque brigar por trabalhos melhores é uma obrigação de quem gosta dessa porra. Mas se isso significar peitar o ego alheio, eu prefiro centrar minhas energias em outra coisa – que seja muito melhor, pra mim.

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Arte original, como prometido…

yes Uma capa de cd;
[ ] Uma capa de livro;
[ ] Ilustrar um livro infantil.

E sabe meu amigo, esse tipo de lista cada pessoa devia levar bem a sério como as coisas a serem alcançadas durante a vida. Eu lembro muito bem que meu primeiro trabalho impresso foi um ímã de geladeira. E mais ou menos dez anos depois imprimiram o primeiro outdoor com uma arte que eu fiz.

Portanto, candidatos aos outros 2 itens dessa lista, estou aqui. Feliz, orgulhoso pra cacete e pronto pros novos desafios que virão pela frente. E enquanto isso, eu penso nos 3 próximos que ocuparão os lugares dessa primeira parte dos desafios da minha vida…

——————– o CD ——————–

Resolvi comprar o cd sob risco de receber futuramente um de presente e ter uma peça em dobro na minha coleção, mas como quem fez fui eu, não ligo. O CD homônimo de Renato Godá é sim competente, com claríssima influência de Tom Waits e adjacentes. A produção é BEM competente e os arranjos enchem os ouvidos. Os vocais do rapaz são dignos de ressalva, e fica a impressão de que o pub nos recebe com a devida boemia prometida. Das músicas, meu destaque pessoal vai pra Kamikaze (que é a música de trabalho apresentada no Programa do Jô quando do lançamento do cd, e Démodé, cujo arranjo é de fato o mais gostoso de todo o disco. O ponto fraco, pelo menos pra mim, são as poucas sete faixas do álbum, número insuficiente para que uma obra de fato se concretize e emplaque. Vinte minutos de música nunca deixaram nenhum público satisfeito, ainda mais com um material bom como o referido. Ao menos os 46 minutos clássicos das bolachas de vinil seriam muito bem-vindos… ficar na vontade de mais um pouco nunca foi bom, e nunca será…

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…que serão completadas sexta-feira agora. Quatro semanas em que optei traçar meu próprio caminho e ver no que dava botar a bola debaixo do braço e sair por aí encarando os adversários sozinho. E que bom foi notar que os “adversários” por vezes mais companheiros que outra coisa…

Tomando-se por parâmetro um mês (que estatisticamente é muito pouco quando tratamos de mercado), as coisas foram bem, tanto financeiramente quanto criativamente falando. O desgaste pessoal simplesmente desapareceu, e a pressão permanece acontecendo (e nem poderia ser diferente), mas a mudança na forma de conduzir esses processos é o que neste momento diferencia o que anda acontecendo por aqui com tudo o que eu já vivi. Talvez o monstro parecesse maior do que realmente é, pelo fato de me colocar por vezes na pele daquele moleque que em 1999 estava começando sua carreira, saindo de um colégio técnico e sedento pra enfiar a cara no mercado, porém, com um portfolio acadêmico debaixo do braço e sem saber direito como vendê-lo por aí. Foram-se 9 anos, e muita água passou por debaixo dessa ponte.

E entre agências promissoras, verdadeiras barcas furadas e instituições centenárias, vieram as mais diversas experiências: clientes grandes, pequenos, bons, muito ruins, highlanders, fantasmas, explosões de trabalho e tempos de estiagem. A experiência aconteceu, e quando me dei conta já havia passado quase uma década. E aquele mesmo tipo de medo que existia no início dessa história foi o primeiro a bater à porta quando da decisão de tentar seguir sozinho dali em diante.

Ao menos de início o aprendizado já vale, e vale muito. Pra mostrar que o mundo não acaba por você não fazer parte de um time (fixo), e que se você tem de fato uma rede de amigos e contatos bacana e na sua área, as chances de tudo fluir bem aumentam bastante. Fora isso, a auto-estima e a confiança no próprio trabalho vão lá pra cima, uma vez que ele é sua única ferramenta pra mostrar que pode sim agüentar o tranco por aí sem um campo de força ao redor.

Eu lembro de quando estava na faculdade, um professor (que tornou-se um amigo e uma referência na minha vida) dizer que o que deveria sair daquelas salas eram futuros empregadores, e não empregados. Creio que uma semente disso tudo está surgindo, pra quem sabe mais pra frente essas palavras tornarem-se uma realidade, e não somente uma hipótese.

Mas como eu não sabia o que seria há um mês, também não sei agora. Portanto, vamos trabalhar que tudo fica muito mais possível.

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Neste momento, estou trabalhando. Em casa, é verdade, e sem ganhar um puto. Mas voltam à mesa as canetas, os lápis e os papéis. Abertos, meu pacote Adobe tão sempre necessário. E meu iTunes, bombando o bom e velho Heavy metal que todo recomeço pede.

Em suma, vamos em frente. E acreditando que as coisas estão sim no rumo certo.

Riscos

jul
2008
24

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Há quase nove meses deixei pra trás um emprego em que poderia me acomodar simplesmente pro resto da vida. Igualamos as propostas, e mudei de ares. Vim pra Any tentar a sorte, e me provar se de fato o mercado ainda me aceitaria, apesar da poeira. Deu tudo certo, e alguns ótimos trabalhos surgiram. Uma evolução pessoal enorme (e dessa só eu sei o tamanho), com novas realidades, novas perspectivas, enfim, sem o tédio que já conduzia minha vida há tempos.

Mas nem tudo são flores, e alguns problemas de percurso ocorreram.

E semana passada decidi arriscar e encerrar meu ciclo na dita. Ainda sem nada em vista, diga-se de passagem. Após pouco mais de uma semana (e ainda por aqui), digo que foi uma decisão acertada. Por permitir novos ares – os mesmos que eu busquei incessantemente nos meus últimos meses de Pinheiros – para ambos. Ares que já começam a reoxigenar minha cabeça, e trouxeram conversas muito boas, idéias novas, produtividade.

E confesso que me achei bem fora de mim ao partir pra loucura de “querer ficar um pouco com as minhas coisas, no meu canto“, ganhando qualidade de vida mas nem um tostão a mais por isso. Porém em questão de minutos, alguns contatos e muita revisita aos trabalhos queridos depois, me vi novamente feliz. E realizar é isso: se encontrar naquilo que te faz bem. Hoje eu acho que isso acontece novamente, iniciando uma nova realidade e encarando os tais riscos com a felicidade que eles sempre prometem quando encarados de frente.

Os resultados, bons ou ruins, virão. E essa única certeza me basta até o momento.

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A tática de não escrever sobre a própria vida te restringe em trocentos aspectos a ser bem sincero, desabafar por vezes de forma desenfreada, sair por aí falando mal de Deus e o mundo entre outras coisas. Porque no final das contas, é somente na hora do aperto que a gente precisa soltar os cachorros e mostrar o vocabulário completo de palavrões.

Nas horas boas a gente simplesmente sorri, e quem não entender, azar. O barato está ali, acontecendo em tempo real e pouco importa o que pensem por aí.

Fato é que eu não sorrio há alguns dias, e acho que continuar me remoendo com coisas que não são somente minha responsabilidade trazem à tona a necessidade de um repensar certos assuntos. Novidades podem pintar nos próximos dias, mas enquanto isso eu simplesmente avalio o quadro atual, e vejo onde tudo vai dar. Novamente, minha tática se confunde com código de ética, e creio eu, talvez seja de fato a melhor coisa a fazer.

E como ser feliz é estar bem, realizado e “acontecendo” todos os dias, talvez seja hora sim se eu me esforçar um pouco mais pra que isso aconteça de fato. Nem que isso peça algumas mudanças, que vão contra meu desejo, mas que de fato se façam mais do que necessárias.

Mais algumas noites e quem sabe pintem novidades por aí.

escrito por | em Trabalho, Vidinha | 2 comentários

– Trabalha-se MUITO mais quando não se está num Clube;
– Trabalha-se MUITO mais quando se é diretor de arte de uma Agência;
– Trabalhando-se mais, ainda existe a necessidade de cuidar do que é seu;
– Escrever não é prioridade, mas é necessário. Por isso este post.

Batizado

nov
2007
05

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Após cinco anos e meio, é bem normal estranhar qualquer mudança de rotina. A começar pela diferença de horários (uma vez que não existe mais cartão de ponto), acordar quinze minutos mais tarde acarreta num aumento filha da puta de cruel do trânsito desta megalópole. Oremos então, e lembremos que a vida recomeçou fora do Esporte Clube Pinheiros.

Começar na Anydesign já vale a experiência da manhã: paga-se o mico de chegar antes de todo mundo, da porta estar fechada, de não saber onde parar o carro (e pagar o primeiro estacionamento de Perdizes – e notar que as coisas aqui são muito mais baratas do que na Faria Lima), de procurar que nem um infeliz uma maledeta duma padaria só pra tirar uma agüinha do joelho… enfim. Ah, cabe dizer que ao encontrar a padaria, fui agraciado com a descoberta que os caras vendem Therezópolis a módicos R$ 5,90 – uma bênção.

Enfim, agora já estou aqui, num micro que eu nem sei se será meu, ainda caçando assunto, me ambientando com as pessoas que chegam no meio do dia, com uma cachorra chamada Frida que não pára de caçar rango nas mesas, de frente pra uma parede grafitada, e ainda não sabendo o que farei daqui pra frente. Ou seja, vai tudo muito bem.

Então, enquanto essa “cara de férias” durar (o que eu imagino que não acontecerá por muito tempo), eu vou reportando as novidades do front. E foda-se que este post ficou com cara de diarinho. No fim das contas, era isso mesmo o que eu queria que acontecesse…

Em breve, novas.

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Lembrando que meu último (e primeiro) blog teve como função inicial servir de divã para minhas amarguras, vejo que este vai pelo mesmo caminho. Nenhum problema, diga-se de passagem, afinal de contas cada pessoa escreve por motivos diferentes. O meu, notoriamente, é ofender a imbecilidade alheia.

Hoje a Leleka começou a trabalhar aqui, no lugar do Daniel (pra quem não sabe quem é Daniel: entre aqui ou aqui; pra quem não sabe quem é Leleka, entre aqui). De manhã fiz as honras do Clube, expliquei os funcionamentos, regras, padrões e pataquadas do nosso trabalho, enfim. E nessas horas, a intenção de qualquer cara que está há 5 anos num mesmo lugar é tentar mostrar a quem acabou de chegar os encantos e porquês de se estar há tanto tempo nessa vida. Aí, ao voltar ao escritório, nota-se que bloquearam o acesso ao Gmail.

Ah meu, faça-me o favor, sabe?

E eu bato o pé e insisto nessa merda desse assunto: ensinar o que não se fazer ninguém ensina. Mais fácil proibir e falar que é errado e prejudica. Claro que já encontramos brechas pra suprir a falta desse bloqueio (assim como fizemos com tantos outros, e sempre que houver uma nova censura haverão também outras dez portas abertas, pois é assim que esse mundo virtual funciona), e o tempo que perdíamos antes hoje é perdido em dobro, por dificultarem esses canais de comunicação, que tornaram-se parte da rotina de qualquer cidadão metropolitano desta época, assim como ler um jornal ou tomar café.

O que me deixa PUTO não é o quê foi bloqueado, mas sim a maneira como isso ocorre. E eu fico aqui, idiota que sou, me perguntando até quando teremos que aturar os censores chucros que acham que proibir é melhor que educar. Em que época da História essas pessoas nasceram? Já se viu algum tipo de censura dar certo? Temos hoje uma China de gente alienada e reprimida, tivemos uma ditadura de gente desaparecida até hoje, assim como países divididos e outras palhaçadas ridículas e cruéis. Estou exagerando? Exagerando o cacete – censura é tudo a mesma merda, e eu detesto quem me impede de me expressar. Odeio quem não me pergunta o que eu faço antes de arrancar as minhas ferramentas. Acho um absurdo gente inteligente concordar com isso.

Mas isso tem muito a ver com vaidade, e gente vaidosa nesses níveis é gente mal-amada, que no fim das contas vai acabar casando com o próprio umbigo e enterrando todos os ex-amigos antes de morrer na solidão. Afinal de contas, bloquear a liberdade dos outros aprisiona o carrasco na torre, devido à fúria da multidão. E boa sorte na queda ou no fogo.

Dedução do dia:

ago
2007
17

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Se você lambe as bolas das pessoas certas, não precisa trabalhar, julgar, acordar, opinar, questionar, duvidar, apostar, compartilhar, nem qualquer outro verbo transitivo. Precisa apenas mandar.

Enquanto isso, idiotas como eu dão um duro filho duma puta pra mostrar o quanto é possível se fazer pra calar a boca dos lambedores de plantão. Mais uma vez, triunfei. E agora com licença que eu vou ali espancar alguém, só por esporte, pra relaxar, e já volto.